Prólogo

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  Patrícia

Coloquei uma bota preta de couro que comprei num bazar a alguns meses, era da Givench, comprei por uns trinta dólares. Muitos acham que essa vida é fácil, sair e se vender, mas não e não, as vezes pode ser dolorosa até.

   Peguei um vestido dourado, bem curto que mal cobria minha bunda, e com um grande decote nas costas, soltei meus cabelos, passei um perfume e um batom vermelho, peguei minha bolsa e dei uma olhada no look antes de sair de casa.

  Desci as escadas o mais rápido possível pra não encontar Jonathan, ele era dono de todos os apartamentos, eu devo quase cinco meses de aluguel, parecia que quanto mais programas eu fazia, menos dinheiro eu ganhava, e também eu já fazia isso a oito anos, no começo eu era novinha, novidade, fazia um monte de programa, mais depois de muito tempo, você já não é novidade, é só mais uma ali, competindo. 

   Parei no ponto de ônibus, e fiquei esperando o meu, eu nem sabia que tipo de homem eu ia ficar hoje, não era sempre que a gente pegava home ruim não, já sai com uns que eram super gentis, mas cansa muito, eu nem me recuperei de ontem ainda e já tô indo pra rua de novo. Meu ônibus veio e eu logo fiz sinal entrei no ônibus dei o dinheiro pro cobrador e me e sentei do lado de uma moça que fechou a cara pra mim.

_Você devia ter vergonha desse...trabalho_ Ela disse baixo e eu ergui a sobrancelha. Antes de falar algo a mulher saiu e foi se sentar em outro lugar!

  Alguns minutos depois desci do ônibus e fui andando até minha avenida, era a mais movimentada, milhares de prostituta, bandidos tráfico e tudo mais, já fui assaltada umas duas vezes aqui. Entretanto era frequentado por gente rica, parei no meu ponto e cruzei as pernas, vi algumas moças entrando em carros e saindo, não demorou muito até um homem careca aparecer querendo meu trabalho. Esse só queria um oral mesmo, eu não ganharia se fosse um programa completo, mas já dava pra comprar algo pra comer

Quando terminei o trabalho ali eu voltei para a rua, senti minha barriga roncando de fome, não tinha comida nada desde o almoço, mas não ia gastar a única grana que eu tinha, era melhor esperar pra ver se eu conseguia algo mais.

_ Oi!_ Girei a cabeça e sorri pra minha amiga Natasha, a garota era um espetáculo, eu que ajudei ela no início e ela é minha única amiga_ Você não vai acreditar, acabei de fazer um ménage e eles me deram trezentos dólares, e eu tô muito feliz, e você ?_ Ela perguntou parando do meu lado

_ Trinta dólares por um ora_ Falei com ela fazendo um sorrindo sem mostrar os dentes_ Você tem muita sorts todo dia aparece alguém com muita grana e gasta tudo com você_ Ela deu de ombros, Naty assim como eu foi obrigada a crescer rápido demais, demais mesmo, era virou mulher com quatorze anos, nem sabia o que estava fazendo, foi explorada e infelizmente entrar nessa vida é igual usar droga, você entra fácil, mas dificilmente sai.
  
Começamos a conversar e ela foi me contando como foi o programa, mas paramos quando ouvi um barulho de pneu arrastando, me virei e só tive tempo de empurrar Naty pra trás eu quase cai já ela se esborrachou no chão. O carro quase veio parar encima da calçada, olhei pra Naty que agora estava olhando o próprio joelho, o motorista desgraçado tinha feito minha amiga se machucar, mas diferente do que eu achei ele não meteu o pé, e sim saiu do carro para nos ajudar

_ Me desculpem, eu não sei o que aconteceu_ Ele disse indo até Naty e olhando a perna dela, estava se aproveitando pra tocar na minha amiga

 _Tira a sua mão dela_Gritei e o cara ergueu as mãos se afastando_ Você acha que pode fazer o que quer né? Vai tomar no cú_ Dei dedo feio pra ele_
 
_ Me desculpa, o carro não é meu, não sei dirigir isso, me desculpa_ Ele olhou pra Nati que sorriu e assentiu. Revirei os olhos e cruzei os braços, ela devia ter extorquido ele.

A Mulher Perfeita- livro 1 "Série Perfeitos"Onde histórias criam vida. Descubra agora