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Gio.

Olhei para o prédio da frente, sentindo uma angústia tão grande que sequer conseguia dormir. Damon saiu no começo da madrugada para encontrar com a Juliana. Ontem estávamos na Itália e amanhecemos em Nova Iorque. Soubemos que a Amber, uma mulher que eu não conhecia pessoalmente, mas sabia quem era, foi sequestrada pelos russos. Essa era a única informação que me foi passada e meu marido passou o voo inteiro reforçando a extrema necessidade de que eu não deveria sair do apartamento até que ele voltasse.

Seu apartamento em Nova Iorque era pequeno, apenas um quarto, sala, cozinha e banheiro. Ele disse que não era interessante ter algo maior na cidade porque ele quase não passava por ali. Era território do seu primo e ele era um convidado.

Fiquei muito gripada nos últimos dias, com febre, dor na garganta e eu passei por muitos momentos mais grogue do que acordada.

A viagem foi horrível para mim, meu nariz congestionado, a pressão do avião, minha cabeça doendo e o corpo. Assim que chegamos, fui examinada por um médico que me passou um remédio para sinusite, para gripe e outro para febre. Tomei e dormi o dia inteiro, precisava de um repouso para melhorar e quando acordei, me sentei na cama com desespero de ele ter saído e fiquei aliviada ao vê-lo na sala.

Damon me prometeu que iria voltar e eu fiquei vagando pelo apartamento com o Enrico. Ele fez uma macarronada, chamei o Giacomo para comer, jantamos juntos e me refugiei no sofá, ansiosa, observando os dois para ter uma noção de quando o Damon voltaria porque não pretendia dormir até ele voltar. Enrico estava jogando, perguntou se eu queria aprender e concordei, ouvindo as suas instruções para matar o tempo.

Não sabia quanto tempo se passou quando de repente, o vidro da sala quebrou e a cabeça do Giacomo explodiu, voando sangue nos meus olhos, boca e me molhando toda. Não tive tempo de reagir, de repente, Enrico se jogou em mim e me derrubou do sofá. Senti uma dor aguda e fui ficando molhada, sem entender o que estava me molhando.

— Enrico... está doendo.

— Não se move. É um franco atirador, ele vai atirar novamente se nos movermos. — Ele falou bem baixo. — Fui ferido, estou perdendo sangue e não sei quanto tempo vou manter a lucidez. Você consegue pegar o seu telefone ali? — Apontou e dentro da minha confusão, achei o meu telefone. — Você é menor que eu... Mova-se devagar. — Orientou e eu fui me esticando bem devagar, não só pelo pavor, mas pela dor dilacerante nas minhas costas. Quando toquei no meu telefone e consegui puxar, Enrico estava muito pesado. Ele não estava mais acordado e o sangue dele escorria tanto que me sentia ensopada.

O telefone vibrou na minha mão e a foto do Damon olhando para mim, na minha entrada do nosso casamento apareceu na tela. Arrastei para o lado, falei com ele, mas não estava conseguindo ficar coerente. Minha mente ficava indo e vindo. Ouvi a porta ser aberta e olhei para o Damon.

Bella, estou aqui. — Damon me segurou.

— É um ferimento atrás. Ela deve ter caído em cima dos vidros. — Ouvi uma voz feminina. — Precisamos sair daqui, não é um lugar seguro e alguém vai vir aqui fazer a limpeza, mas temos que sair antes que a polícia consiga entrar aqui. — Essa mesma mulher falou.

Confusa com as vozes, alguém tirou o Enrico de cima de mim. Damon me pegou no colo e soltei um grito, mas ele me embalou em seu peito.

— Não deixe o Enrico. — Falei baixo, com a minha boca seca.

— Não vou deixar, Enzo está levando-o. — Damon respondeu e fechei os meus olhos, confusa. O Enzo não estava morto? — Vai ficar tudo bem, Gio.

Império Perigoso - SpinOff Perigoso AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora