A Filha da Empregada

CATORZE

Fernando

Minha mulher estava me tirando do sério, sempre me enchendo a paciência. Toda vez que eu tocava no assunto divórcio ela surtava, se ameaçava e me ameaçava, dizia sempre as mesmas coisas e no fim eu desistia de tentar conversar e saia de casa pra pensar. E nessas saídas eu sempre me encontrava na cama de outra mulher.

Conheci a Laura à cinco anos atrás, nos conhecemos na clínica do meu pai em que eu também sou sócio. Laura começou a trabalhar lá e com o tempo ela se aproximou de mim e acabamos saindo juntos algumas vezes. Gostei da Laura desde o começo, é linda, inteligente e sabia como me deixar louco na cama. Algum tempo depois começamos a namorar, mas com o tempo eu comecei a notar o quanto ela poderia ser ciumenta e obsessiva, estava cada vez mais paranóica com as médicas e enfermeiras da clínica dizendo que elas estavam me olhando com interesse ou que eu estava as olhando. E no fim nós sempre acabava em discussão.

Eu realmente gostava da Laura e nunca a traí antes. Mas ela sempre arrumava um jeito ou pretexto de desconfiar de alguma coisa que não existia. Teve até uma vez em que ela chegou em minha sala e viu a Silvia que também é medica neruocirugiâ sentada a minha frente, estávamos conversando sobre o quadro de um paciente. Quando de repente vi a Laura puxando a Silvia pelo o braço com raiva.

__ Você também vai dar em cima do meu namorado? Hein sua vaca? - Olho aquilo levando um susto e me levanto na hora. Vejo a Silvia olhar pra mim sem entender nada.

__ Quer parar com isso Laura? - Vou até ela e a puxo pelo o braço e olho pra Silvia que está toda sem jeito. - Por favor doutora depois nós nos falamos e peço desculpas pois isso.

Silvia assente e sai da minha sala em silêncio, enquanto me viro pra Laura possesso de raiva. No fim ela me explicou e encheu a minha cabeça dizendo que tinha ouvido algumas das meninas da enfermagem que a doutora Silvia estava aqui na minha sala a horas e que imaginou coisas. Me pediu perdão e eu disse que só a perdoaria se ela fosse se desculpar com a Silvia primeiro, ela concordou e saiu.

Os meses se passaram e completamos um ano que estávamos juntos, e nesse tempo vi que a Laura era mesmo uma mulher ciumenta e insegura. Isso estava me desgastando muito e a nossa relação estava de mal a pior, até que resolvi por um fim no nosso relacionamento. Mas antes que eu fosse falar com ela, um dia Laura chegou na minha sala na clínica com um envelope nas mãos dizendo que acabara de vim do laboratório, tinha feito um Beta HCG e tinha dado positivo. Eu não me cuidava muito com a Laura, sempre usava camisinha mas as vezes não e ela sempre me disse que tomava pílulas anticoncepcionais o que me tranquilizava um pouco apesar de correr o risco mesmo assim. Olho pra ela pegando o envelope e vejo que ela não estava mentindo, eu seria pai.

Por conta da gravidez acabei me casando com a Laura em uma pequena cerimônia e compramos essa mansão em que estamos morando até hoje. Estava me acostumando com a gravidez e a idéia de ser pai, estava muito feliz que ia vir um menino. Até que um dia em que tudo aconteceu.

Laura já estava entrando no quarto mês de gestação, ela estava um pouco mais calma, não estava brigando tanto por causa de ciúmes. Até que um dia ela entra na minha sala sem bater como sempre e vê a doutora Silvia em pé ao lado da minha mesa mostrando o prontuário de um paciente em que eu tinha pedido pra me trazer. Ela estava próxima a mim enquanto falava e nessa hora Laura tirou as suas próprias conclusões.

__ Só porque estou grávida, gorda e feia que você fica de gracinha com essas vagabundas Fernando? - Laura entra nervosa, olho pra ela e Silvia se afasta constrangida.

__ Quer parar com isso Laura? Você só pode estar ficando louca. - Me levanto começando a ficar puto também.

__ Não, eu não estou ficando louca, é você que está sendo um safado com essa daí. Mas fique sabendo Fernando, que o que acontecer agora em diante vai ser culpa sua! - Ela fala totalmente transtornada, e sai batendo a porta deixando eu e a Silvia ali sem entender bem o que aconteceu.