halloween - noart (parte 1)

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10:00 ~ 02 de Novembro de 2018

Sina's POV

Alguma música do Shawn Mendes ecoa nos meus fones de ouvido enquanto eu rolo o feed do Instagram. Paro em uma foto do Noah e ela me leva aos acontecimentos dos últimos dias.

Dois dias atrás eu o beijei na praia, em São Francisco. Até agora não conversei com ele sobre nós, mas também nem deu tempo.

O dia anterior foi corrido demais com as preparações para o Brasil, que é pra onde estamos indo nesse momento.

O aeroporto esta lotado e ainda falta uma hora para o nosso vôo, então fico imersa em meus pensamentos com minha playlist, que deixa tudo mais melodramático.

- Pensando em mim? - a voz conhecida de Noah aparece ao meu lado, me assustando.

Ele sorri do próprio comentário. Tiro o fone para poder ouvi-lo.

- Oi Noah. - meu coração dispara. Aparentemente eu não tenho controle de mais nenhum órgão do meu corpo quando se trata do menino ao meu lado.

- Podemos conversar? - ele pergunta e eu balanço a cabeça em afirmação. - Então... - ele enrola um pouco - eu te beijei. - meu coração dá um pulo, mesmo sabendo que sua afirmação é óbvia. Olho ao redor, mas não tem mais ninguém do grupo por perto.

- Sim?! - fico confusa, tentando entender em qual ponto ele quer chegar.

- Quero saber o que será daqui pra frente...

- Oras, o que sempre foi. - dou de ombros

- Mas eu posso beijar você ou tipo... - ele passa a mão nos cabelos, tentando formular algo que fizesse sentido.

- Você quer saber se somos namorados? - pergunto, falando a última palavra mais baixo.

- Sim?! Eu acho.. - é engraçado. Em todo esse tempo convivendo com Noah, ele nunca me pareceu envergonhado. Essa é a primeira vez.

- Não. - ele parece meio decepcionado diante da minha resposta - Não quero dar um nome a isso, Noah. Você me conhece, sabe dos meus medos. Não quero tornar isso "oficial", não agora.

- Mas eu posso, pelo menos, beijar você? Não me faça ter que reviver o que aconteceu sem poder ter outra amostra. - ele brinca, envergonhado mas com um fundo malicioso em seu comentário, coçando a nuca. Eu serro os olhos e sorrio.

- Quando estivermos a sós. - é o que consigo dizer. Colocando meu fone de volta.

E vejo ele sorrir ao meu lado. É óbvio que eu não deixaria Noah oficializar um namoro agora. Nos beijamos pela primeira vez há dois dias. Mas eu também não posso fingir que nada aconteceu. Sem rótulos me deixa com menos medo. Somos amigos que dão uns beijos, só isso. Parece funcionar. Eu acho.

- Deinert, não ateia fogo onde não pode queimar. - ele cochicha no meu ouvido e sai em seguida. Sorrio do seu comentário. Mas meu corpo responde com arrepios.

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