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Lótis me arrasta para um píer que fica bem próximo de nossa casa. Chegando lá, eu vejo meus pais abraçados e Lótis logo se junta ao Aodh, deixando-me sozinha… Todos nós sentamos na ponta do píer, observando o céu.
Minha mãe olha o relógio e vê que está na hora de ir pra casa. Ela se levanta e logo em seguida todos também se levantam.
Estávamos quase saindo do píer, até que eu vejo Karl meio escondido entre uns arbustos.
— Mãe, eu vou ficar mais um pouco. Quero tirar umas fotos da paisagem, pode ir… Daqui a pouco eu estarei em casa. — eu digo um pouco nervosa.
— Tudo bem! Só não demore! — diz ela guiando todos para casa.
Assim que todos vão embora, Karl chega e me beija.
— Oi… — diz ele, tímido.
— Oi… — digo um pouco pensativa.
— Karl, a gente precisa conversar. — eu digo com uma cara meio triste.
— Sobre? — diz Karl, com curiosidade.
— Você sabe que eu vou ter que ir embora, não é? Não vou poder ficar com você… Oslo é longe e mesmo que eu queira, não vamos poder ficar nos vendo direto.
— Eu sei. — fala meio desanimado, porém, logo essa expressão deixa seu rosto. — Mas realmente não quero falar sobre isso agora. Só quero aproveitar esse tempo com você, depois a gente pensa em uma solução. — ele diz e eu automaticamente fico mais tranquila.
Essa ideia já vem me assombrando um pouco. Tenho medo de machucá-lo… Eu tenho medo de me machucar. Talvez, nós morreremos de saudades um do outro. Eu nunca namorei à distância. Muitas pessoas que eu conheço dizem que é complicado. E isso, quando dá certo.
Fiquei por tanto tempo em silêncio, imersa em meus pensamentos, que até Karl notou. Ele começa a chamar a minha atenção:
— Lauren? — ele balança uma de suas mãos em frente aos meus olhos, fazendo-me sair do transe.
Eu o olho nos olhos, ainda quieta. Ele me encara e solta um suspiro.
— Não vamos nos preocupar com coisas desse tipo. — ele beija a minha testa. — Vamos curtir cada minuto, ok!?
— Sim… — concordo sorridente.
Nós ficamos nos olhando por uns segundos, enquanto sorrimos e reparamos os olhos um do outro. O tempo parecia que havia parado, reparar no Karl parecia até que havia se tornado o meu novo hobby. Porém, eu só queria guardar aquele rosto em minhas memórias.
O clima estava muito bom, até que ouvimos alguém chegando. Corremos e nos escondemos atrás do arbusto mais próximo. Estava um pouco escuro, então eu demorei para reconhecer quem havia acabado de chegar.
Era Lótis. Ela parecia estar procurando por algo, em silêncio. Ela andou sobre o píer, ainda olhando para o chão. Ela olhou para os lados, e voltou para beirada do lago. Lótis começou a procurar na direção oposta a que havia chegado.
Lótis abaixou e pegou algo do chão. Não dava para saber o que era, mas aquilo cintilava um pouco, na luz da Lua.
Ouvimos um ruído por dentro de algumas árvores. Eram galhos sendo pisados. Nós olhamos para trás assustados. Lótis sentia mais medo ainda, por estar sozinha.
Lótis gritou, e nós viramos para olhar. Um homem a agarrou por trás. Ela começou a se tremer, deixou o objeto em sua mão cair, tentando sair. Ela gritou por ajuda.
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Filtro dos Sonhos
RomanceLauren, é uma garota mexicana que mora na Noruega, filha única, e não é muito fã de aviões. No verão, a caminho de Geiranger, lugar onde ficava sua casa de veraneio, começa a ter sonhos com um garoto que nunca viu na vida. Ela começa a sentir desejo...