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Sou acordada por vozes elevadas, Karl já não estava mais comigo. Estava tão confortável com ele que acabei dormindo.
Escuto uma voz doce, era a voz de Lótis, gritando algo como:— Você é sujo! Não merece a minha compreensão! — sua voz ficou completamente melancólica e baixa.
Saio do meu quarto às pressas seguindo o choro de Lótis.
O choro de Lótis me levou até a sala. Lótis estava sentada no sofá com as mãos cobrindo o rosto, era possível escutar ela soluçar. Aodh estava agachado na frente dela, os olhos estavam vermelhos e era possível sentir o cheiro de álcool por toda a sala. Aodh havia se tornado um monstro desde que começara a beber, o temperamento dele já não era um dos melhores, quando bebia ficava pior.
Finalmente sai dos meus pensamentos e criei coragem para perguntar:
— O que aconteceu? O que você fez Aodh?— perguntei com a voz mais firme que pude.
— Ele veio me pedir desculpas, me deu até um colar. Fui abraçá-lo e ele está com um perfume doce, um perfume que não é o meu! — ela parou para respirar e logo voltou a falar. — E sem contar que estava bebendo, ele desapareceu, me deixou preocupada, não teve a coragem de avisar e tudo isso porque estava bebendo e me traindo! — ela terminou em meio aos soluços e lágrimas.
— Você quer falar de traição?! Você também me trai! Você não passa de uma vadia que chora por tudo! — ele diz e meu sangue começa a ferver, antes que eu possa falar algo ele volta a falar.
— Você pensa que eu não vejo você de graça com outros caras? — diz, Aodh, gritando.
— Chega, Aodh! — eu grito. — Lótis, espere-me no meu quarto. — eu digo com uma voz calma e ela assente.
Assim que Lótis sai da sala, eu começo a falar:
— Quem você pensa que é? O que te faz pensar que tem o direito de falar e humilhar ela desse jeito? Aodh, você é um escroto que não tem mais jeito! Dessa vez você passou dos limites, estamos todos cansados de você! — eu digo e antes que ele possa me interromper, volto a falar.
— Lótis merece coisa melhor, você tem que se tratar, tem que ser algo melhor. Dessa vez você a perdeu, eu tenho certeza. — digo tentando não chorar de raiva.— Lauren, quem você pensa que é para falar assim comigo? Ela é minha namorada, ninguém te chamou nessa discussão. Você não tem um pingo de moral, não passa de uma puta que dorme com vários, deixa qualquer um deitar na sua cama! — ele disse e senti meu corpo gelar, não acreditava no monstro que estava na minha frente, no monstro que eu chamava de melhor amigo. Foi a gota d'água para mim.
— Aodh, arrume as suas coisas você vai embora amanhã! Espero que quando voltarmos você esteja melhor. — disse a voz do meu pai, que tinha chegado junto com a minha mãe.
— Perdoem-me, por favor. Eu não quis…
— Sem essa, arrume suas coisas. Espero que você melhore, senão voltará para o México!
Aodh não disse nada, só assentiu e saiu da Sala.Eu fiquei por alguns minutos pensando no que dizer a Lótis e então logo fui para o meu quarto atrás dela.
— Toc Toc! — eu tentei fazer graça, mas fracassei na tentativa.
— Ei, Lótis… Ele vai embora amanhã pela manhã. — eu disse tentando melhorar as coisas.
— Eu sinto muito, não queria acabar com as férias da sua família. Eu devia ter terminado com ele antes das coisas piorarem, eu não deveria ter perdoado ele na primeira vez. — ela disse carregando uma grande tristeza na voz.
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Filtro dos Sonhos
RomantizmLauren, é uma garota mexicana que mora na Noruega, filha única, e não é muito fã de aviões. No verão, a caminho de Geiranger, lugar onde ficava sua casa de veraneio, começa a ter sonhos com um garoto que nunca viu na vida. Ela começa a sentir desejo...