capítulo III - três vassouras.

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resumo: draco gosta do frio, eles possuem assuntos mal-resolvidos e harry tem cinco minutos.

― Droga! Merda, caralho, inferno!

― Adoro ver o quanto aprecia minha companhia, Malfoy.

O sonserino revirou os olhos. Os passos na neve eram firmes e mal-humorados, e ele tentava não transpassar aos alunos atrás de si o ódio que sentia. Obviamente não conseguia, mas o mau-humor conseguia afastar os pré-adolescentes enxeridos que queriam porque queriam saber qual era o motivo da ira do professor Malfoy.

― Não seja tolo, Potter, pare de se achar. Estou assim porque odeio frio e queria estar no meu escritório, apreciando uma taça de hidromel perto da minha lareira.

Harry achou prudente esconder que ainda se lembrava do quanto Draco amava o frio. Preferiu, não apenas para evitar mais da raiva do platinado, com também para se esquivar do repentino constrangimento ― porque, afinal, já haviam se passado quatorze anos ―, não mencionar aquilo.

Parando abruptamente, assustando até mesmo ao Potter, Malfoy pediu atenção das crianças. Com o mau-humor que estava, é claro, não foi necessário mais do que alguns segundos para que estivessem calados, todos atentos e com os olhos em si.

― Atenção, crianças! Acabamos de deixar os limites de Hogwarts, então peço encarecidamente pelo cuidado de vocês. Deixaremos-os livres para passear e fazer compras, e devemos nos encontrar em frente à Dedos de Mel às dezoito horas. Alguma dúvida?

― Podemos ir ao Três Vassouras? ― um grifinório perguntou.

― Você pode tentar, Edward. Mas saiba que se o fizer, isso chegará aos meus ouvidos, e quando chegar, tirarei cento e cinquenta pontos da Grifinória. Estamos entendidos?

Meio amuado, o aluno concordou, seguindo os amigos para a Dedos de Mel. Potter, então, teve um mínimo lampejo de coragem, aparecendo na frente de Malfoy e ignorando o susto repentino que o professor de poções levara. Meio constrangido, quase como em sua adolescência, tentou não gaguejar ao falar com o loiro:

― Você ainda pode tomar seu hidromel. Não tem a lareira, é claro, mas... é... você sabe.

Malfoy entortou as sobrancelhas, não demorando a decifrar o olhar envergonhado de Potter. Sorriu, desacreditado, olhando para cima e colocando as mãos por dentro do longo casaco de pele. Balançou a cabeça, quase se rendendo a uma histérica gargalhada, porque não acreditava que aquele merdinha estava, de fato, fazendo aquilo.

― Me convidando para sair, Potter? Você é mesmo um grifinório, não é? Quanta coragem, por Salazar! ― cuspiu as palavras, não controlando o desdém que assolava o próprio olhar.

Harry, antes calmo, envergonhado, sentiu a raiva tomar conta de seu corpo. Não sabia o que fizera para ser tratado daquele jeito, mas estava certo de que não merecera. Três meses de pura hostilidade já haviam se passado, e todas as forças que havia reunido para não gritar com Draco Malfoy, aquele mimadinho do caralho, pareciam haver se dissipado.

― Que merda, Malfoy! ― não gritou, mas Draco sabia muito bem reconhecer a falta de paciência em sua fala ― Eu não sei por que você age assim! Desde o final da escola, não se contenta em não ser um merda, ignorante do caralho comigo! Porra, eu não te fiz nada!

Por um breve segundo, o coração de Draco pareceu se dividir em três. Um calafrio tomou conta de seu corpo, e ele teve que se controlar muito para não tirar a varinha do bolso. Não queria dialogar sobre aquilo, mas a dor ao ver Harry Potter agir como se não tivesse feito nada consigo era mais devastadora do que queria.

malfeito, feito • drarryOnde histórias criam vida. Descubra agora