resumo: draco quer saber a verdade, há um beijo e harry prefere enfrentar dementadores a fazer o que é necessário.
Draco não precisou dizer mais nada. Quando deu por si, Harry pegou o copo de suas mãos, bebendo tudo de uma vez. Os olhos verdes estavam brilhantes, a respiração se tornara pesada, e, após minutos em silêncio, ele falou:
— Diga. Pergunte, Draco.
— Harry Potter, você denunciou meu pai para o ministério?
Ele não hesitou um segundo, encarando a nuvem acinzentada nos olhos pouco azuis, dizendo de uma vez:
— Não.
De repente, o loiro não conseguia sentir mais suas pernas. O corpo fraquejou, tombando para o lado, e era como se não respirasse em anos, como se não houvesse magia alguma que fosse capaz de controlar seus pulmões. A boca ficou seca, não tirou os olhos do Potter, e, agora hesitando, tornara a falar:
— Você... contou sobre o meu pai para alguém? Para qualquer pessoa?
— Não.
— E... você teria morrido, caso tivesse feito o voto perpétuo?
— De modo algum.
— Você fez... algo, qualquer coisa que colocasse o meu segredo em risco? Escreveu sobre, colocou em alguma penseira, algo que fizesse com que alguém pudesse ver ou ouvir? Mesmo que acidentalmente?
— Também não.
— Diga que não fez. — pediu, ainda desorientado — Por favor.
— Eu não fiz nada. Nunca contei, mostrei ou escrevi para ninguém. As palavras que você me disse nunca saíram de meus pensamentos, Draco.
A respiração do loiro ainda estava descompassada. Se aproximou de Harry, pouquíssimos centímetros separando um corpo do outro, seus olhos se esquivando entre os lábios rosados e às orbes esmeralda. Suspirou, sentindo adrenalina e excitação tomarem conta de seu interior, um sorriso se esboçando naturalmente enquanto sentia lágrimas quererem se formar.
— Você gosta de mim? Digo, corresponde aos meus sentimentos?
— Desde o dia em que se embebedou no meu escritório. — ele riu.
— Eu posso te beijar?
— Estou contando com isso, Draco.
Aos dezesseis anos, quando sentira, pela primeira vez, os lábios de Harry nos seus, pôde compará-lo a um dia de chuva, um dos que tirava para comer besteira e não fazer absolutamente nada. Ele gostava. Representava paz e conforto, tudo que havia de bom no mundo, era pura ternura e confiança, e aquilo parecia bastar.
Mas ali, quinze anos depois, todo e qualquer sentimento como aquele se destoava. Era chuva, sim, não negava, mas agora o toque macio soava como trovão. Era uma noite tempestuosa, algo que o mantinha acordado, que lhe enviava faíscas e mais faíscas de adrenalina; tinha vontade de fazer tudo, sentia-se elétrico, aceso.
Ao contrário do que imaginara, não era como nos velhos tempos.
Aquele Harry, o Harry de trinta e um anos, que agarrava sua cintura com firmeza, que mostrava experiência no toque e que ainda sabia os lugares certos onde pegar, era um Harry mudado, transformado pelo mundo, e Draco parecia achá-lo muito mais interessante.
Firmava as mãos no maxilar, tocando-o com brusquidão e puxando os pelos da barba que começava a crescer. Parecia querer provar a si mesmo que aquilo era real, que estava de fato acontecendo. Sentia a maciez da língua de Potter na sua, o sabor suave do café contrastando-se ao toque grosso, a necessidade e urgência mostrando-se presente em cada trejeito.
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malfeito, feito • drarry
FanfictionRecém-contratado em Hogwarts, Harry não entende por que o mestre das poções, Draco Malfoy, ainda parece ter algo contra si. Querendo tirar satisfações e saber o que fizera, ele decide que só há uma maneira de confrontar o loiro: enchendo-lhe a paciê...