capítulo VII - veritaserum.

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resumo: harry viu coisas que não queria ter visto, há uma fofoca se espalhando em hogwarts e o sétimo ano está aprendendo algo novo.

— Oi, olha quem eu achei perdido no castelo!

Se Draco tivesse de ser sincero, preferia uma apresentação um pouco mais discreta, mesmo sabendo que ela dificilmente viria da parte de Potter. Com um sorriso mínimo, acenou para os outros professores, entregando nas mãos de uma Minerva que dificilmente poderia ser chamada de sóbria — mas que ainda sim tinha classe — a garrafa de hidromel que carregava.

— Só Mérlin sabe o trabalho que vocês me davam quando se perdiam pelo castelo, Potter.

Draco arqueou as sobrancelhas quando viu um rubor tomar conta da feição de Potter. Se fez de desentendido, é claro, dizendo que não sabia do que ela estava falando, logo se escondendo nos fundos do escritório e fazendo de sua companhia Pansy, Blaise e um copo de uísque.

Como sempre, é claro, o casal começou a indiscretamente mostrá-lo o quão sozinho queria ficar, e Draco podia ser tudo naquele mundo, mas se orgulhava de não ser burro. Decidido a ignorar todo mundo, porque não tinha saco 'pra muita gente ali sem ser Minerva e um pessoal de seu tempo como estudante, observou que a vista para o céu que tinha na varanda do escritório era uma das melhores em todo o castelo.

Passar a noite olhando as estrelas não devia ser de todo ruim.

Sua mente ficava brincando de voltar minutos atrás, de repassar os desajeitados acontecimentos que antecederam seu momento de reflexão. Sua cabeça dava voltas e mais voltas, o lembrando sobre o quão estranhamente aconchegante havia sido se sentar com Potter na grama fresca e partilhar aquela caixinha de biscoitos. Talvez fosse um lapso de memórias que o atingira em cheio, não sabia muito bem o que aconteceu, mas participar daquele cenário fez com que sentisse seu corpo se encher com cada uma das sensações que costumava ter no passado.

Cada uma delas.

— Como nos velhos tempos. — murmurou — Não achei que seria tão literalmente.

— Falando sozinho, Malfoy? Não achei que estivesse gagá a esse ponto.

Se assustou com a voz tão próxima de si. Harry estava a pouquíssimos centímetros de distância, respeitosamente perto. Cheirava à gotas de chocolate e suco de abóbora e sorria para si, as sobrancelhas se arqueando em uma espécie de provocação, como uma das que fazia durante os jogos entre a Sonserina e a Grifinória, quando ainda não passavam de rivais.

Tudo naquele dia estava estranha e absurdamente nostálgico.

— Me erra, Potter. — revirou os olhos.

Naquele dia, o moreno não deixou de notar que Draco sorrira abertamente para si. Um sorriso carregado de descontração e serenidade. As rugas no canto dos olhos apareciam ao que eles formavam meia-luas, as maçãs do rosto se destacando conforme um sopro saía de seus lábios. Harry não pôde fazer muito, a não ser ficar completamente embasbacado com o quão lindo Draco Malfoy conseguia ser.

Como nos velhos tempos, ele diria.

(...)

setembro

A sala de aula estava em quietude absoluta. Naquela altura do campeonato, em uma das primeiras aulas do novo ano letivo, os doze alunos já sabiam bem como se portar durante as aulas do professor Malfoy. Por se tratar de uma turma de sétimo ano, o silêncio e a atenção redobravam. No caldeirão em cima da mesa havia um líquido transparente, incolor, sem cheiro, quase como água. No quadro atrás da mesa, uma palavra escrita com letras exageradamente grandes podia ser lida:

malfeito, feito • drarryOnde histórias criam vida. Descubra agora