Capítulo 8 - Moldes

1.2K 190 225
                                    

Nota da autora: Oi lindos do meu coração, como vocês estão? Mais um capítulo para vocês (prevejo gritos). O livro chegou já há 1K de visualizações e eu estou MORRENDO por dentro. Lembro quando Os Guardiões chegou no seu primeiro 1K e foi tão gostoso de vivenciar isso quando da última vez. Eu só posso agradecer por toda dedicação e todo carinho que vocês colocam nessa história. Sempre disse e sempre direi: vocês que fazem isso acontecer. Muito obrigada <3



Uma das vantagens de ficar de guarda à noite toda é poder ver o sol nascer. No início as poucas nuvens no céu o bloqueiam, mas depois um jato amarelo inunda a paisagem a medida que começa a subir no céu. Meu corpo está cansado, mas ainda não sinto sono nenhum. Acho que isso se deve ao fato de que fiquei pensando no porquê de Marvo ter retornado por um bom tempo. Após muitas possibilidades, uma mais absurda que a outra, resolvi deixar para lá. Acho que a verdade é que não quero saber. Por ter que permanecer no muro depois que ele chegou não sei qual a opinião dos outros em relação a isso. Só sei que não consigo confiar em Marvo depois daquilo. Pensar em tê-lo por perto acende um alerta para mim de que talvez possamos ser enganados por sua manipulação.

No horizonte vejo Dylan se aproximando: o meu turno acabou.

Ele me diz alguma coisa sobre um "descanso merecido" e eu lhe dou um abraço antes de partir. Pela movimentação percebo que a casa está começando a acordar. Sinto cheiro de pão assando e café moído. Subo as escadas com cuidado, a fim de não acordar ninguém, e me enfio para dentro do quarto devagar.

Não fico surpresa de ver James na cama que, supostamente, era para eu estar dividindo com Liz. Por um breve momento fico observando seu peito subir e descer devagar em um sono pesado. Tiro o meu casaco, arranco fora o tênis e me deito ao seu lado puxando um pouco da coberta para mim.

Ele se mexe.

–Katherine? – sussurra meio embolado, com a voz de alguém que ainda está dormindo. Levantando um pouco o braço ele envolve minhas costas com a mão e me empurra levemente pra mais perto dele. Assim que me ajeito ele me abraça e imediatamente já me sinto aquecida.

–Não quis te acordar.

Ele me responde com um estalo da língua de significa "não liga pra isso". Pelo menos eu acho que sim.

–James?

–Hm?

Mil coisas se passam pela minha cabeça que eu poderia lhe dizer naquele momento. Sobre como o que Gisele me falou, que por mais que no primeiro momento tenha parecido engraçado, ficou escondido no fundo da minha mente e agora que ele me abraçou me pergunto se sabe sobre isso. E se ele se importa ou se isso poderia se tornar um problema para nós no futuro. Ou também como estou com um mau pressentimento sobre as coisas, como o que Jane disse ou Marvo estar conosco. Ou simplesmente pelo fato de que uma hora ou outra teremos que sair desse lugar e desse momento para viver a incerteza dos nossos destinos.

Acho que é isso.

Se eu pudesse escolher ficaríamos aqui para sempre, até ficarmos velhinhos e enrugados. Depois iríamos descer para comer aquele pão cheiroso com café e Jane iria nos contar histórias sobre quantas vezes ela foi confundida com alguma celebridade. E nós iríamos rir como pessoas que riem das coisas sem depois fechar rapidamente o sorriso porque bem lá no fundo algo as preocupa. Rose iria fazer um desenho de todos nós juntos e poderíamos emoldurar para pendurar ao lado da escadaria com todas nossas outras memórias. Memórias que não iriam ser carregadas de perdas.

Mas isso não vai acontecer.

Então me aperto mais ao seu corpo, fecho os olhos e espero adormecer.

O Quinto ElementoOnde histórias criam vida. Descubra agora