pulaski at night, part 2.

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[13 de Setembro de 2009 Chicago-IL]

Minha memória é vaga.

Mas me recordo dos nossos corpos parcialmente vestidos se emaranhando dentro do minúsculo espaço do banco traseiro de seu Vectra. Era desconfortável sentir o banco forrado de alcântara sintética preta de certo, mas bom demais para parar. Já era tarde da noite e o vidro era escuro, mas não o suficiente para ter privacidade, qualquer um que passasse por lá poderia nos ver. O perigo deixa tudo ainda mais excitante, ela também deveria se sentir assim pois continuava jogando seu corpo sobre o meu com maldade enquanto me arranhava.

Estávamos fudendo imprudentemente, no nosso suor reluzia as luzes do festival, roxo e vermelho, a sensação de sua pele na minha é abrupta e eletrizante, ela morde meu pescoço enquanto experimento a ponta de seus dedos. Não me importo com quem ela é e tenho certeza que ela também não liga, nenhum dos dois quer saber de sentimentos, é apenas desejo. Somente a quero agora porque no momento ela é capaz de afogar minha desilusão.

Quando terminamos a beijo com vontade, saímos do carro e cada um segue seu caminho, ambos satisfeitos assim espero.

Domingo já está amanhecendo, sinto a vergonha chegando e invadindo minha consciência. Um pensamento surge em minha mente "Deveria contar para Sabrina?"

Será? O gosto de outra mulher ainda está na minha língua, mas mesmo assim não consigo tirar ela da cabeça. Sei que deveria ser honesto, mas será que ela é inteiramente franca comigo?

Quero não falar sobre isso e só varrer para debaixo do tapete como qualquer pessoa vil faria. O que poderia dizer de qualquer forma? Desculpe-me não seria o suficiente. E eu também ainda estou chateado com ela, não sei se ainda tenho esse direito, mas estou.

Caminho por todo o gramado do parque com o cabelo extremamente bagunçado e as roupas amassadas, a grama está úmida e deixa minhas botas pretas enlameadas. Só quero achar uma cama e dormir por, no mínimo, doze horas ininterruptas.

Passo pela porta do apartamento alugado com a cabeça baixa, ainda estou tonto e meio perdido. Acendo as luzes não sei que horas são espero que ninguém ainda tenha chego pois preciso vomitar e não quero ouvir sermões. Especialmente de Ashton.

— Por onde caralhos você esteve? — quando levanto a cabeça todos estão na sala do apartamento me esperando e vendo Ashton gritar.

Eu digo para mim mesmo: minta Luke, siga o plano e não fale sobre nada.

— Você estava com alguém? — Ashton pergunta.

Negue, mude de assunto.

— Luke, você estava transando? — ele insiste.

— Não! — respondo e tomo o caminho para o banheiro, não sei como ele lê a minha mente.

— Claro que estava! — Ashton segura meu braço me obrigando a ficar e ouvir as repreensões — A cara toda suja de batom, a blusa amassada e abotoada errado — ops — sem contar que você está com cheiro de sexo.

— Não seja estúpido, Ash, com quem eu estaria transando?

— Não sei, espero que por um acaso você tenha trombado com a Sabrina por aí porque da última vez que chequei você estava em um relacionamento!

— Eu não tô namorando, não fale bobeiras! — ri, ainda estava bêbado — Eu não sei onde Sabrina está, talvez em Michigan, talvez nem tenha saído de Mackinac, quero dizer... sei lá, tanto faz também.

THIN WHITE LIES - lrhOnde histórias criam vida. Descubra agora