gotta stand my ground even if it rains or snows

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Abby arrumava as coisas na cozinha enquanto nós permanecemos sentados na sala, a porta estava fechada e tudo que conseguimos ouvir era o barulho de pratos, copos e água para fazer café.

— Isso está ficando ridículo — Calum sussurra para Michael, mas eu consigo ouvir — O que está acontecendo, Michael?

— Eu não tenho a menor ideia, cara. — Michael responde rindo e assustado.

Todos estão claramente incomodados com a situação. Parecemos as crianças na casa da bruxa de João e Maria, fui atraído pelos doces e a fachada.

Abby empurra a porta com o corpo.

— Desculpe a demora. — ela coloca a bandeja na mesa de centro com pequenas xícaras brancas de porcelana com desenhos de flores e a borda dourada, vovó tinha louças parecidas com essas.

— Tudo bem — todos pegam uma xícara, menos eu — Eu, sinceramente, nem sei o que te perguntar, mas acredito que você saiba contar essa história e esclarecer os pontos melhor do que ninguém. Eu também acredito que entenda a minha necessidade de aparecer e esclarecer tudo, chegou a um ponto que todas essas jogadas não estavam mais funcionando, tudo isso de Sabrina não se encaixava, mas eu gostaria de conhecer a Abby.

— Ok — ela deixa a xícara no pires que combinava com a peça, apoia os cotovelos nos joelhos e cobre o rosto com as mãos.

— Tudo bem, já disse que não estou bravo. Você só tem uma... uma grande imaginação, eu acho — Ela pressionava os lábios e seus olhos voltavam a mareja por debaixo do pequeno óculos redondo e grosso — É notável. E também a esse ponto já temos noção de algumas coisas, não tudo, mas algumas coisas.

— Como o quê? — Abby pergunta e suspira.

— Como as músicas e também suspeitamos do seu nome e seus amigos. Talvez não há nenhum Adam, ou Samantha, ou talvez nenhuma dessas pessoas, sei lá, nem a própria Sabrina.

— Tem uma Sabrina, ela não é a minha filha, mas há uma Sabrina.

— Mas eu nunca falei com ela, certo?

— Não, nunca falou.

— Ok — engulo a seco — Quem é a garota das fotos? Acho que pode começar por aí.

— Ela é professora de artes, isso é verdade. Ela trabalhava no colégio, não a escolhi por acaso. Basicamente a premissa dela é real.

— E como a conheceu? Por que ela?

— Bem... poderia ter sido qualquer uma, não foi só uma questão de aparência. Eu sempre fui muito presente na comunidade de pais do colégio, os gêmeos estudaram lá e eram muito queridos, apesar de todas as dificuldades e falta de recursos, sempre ajudaram muito.

— Então Tom e Phill são seus filhos?

— Não exatamente, eu sou madrasta deles, mas sim... uma mãe. E todos me tratavam bem, os pais, os diretores e professores, mesmo quando eles já tinham saído do colégio.

— E quem é o pai dos meninos? — Ashton perguntou, todos estavam com os corpos inclinados na direção de Abby para prestar atenção na história.

— Adam, Adam é o pai. Não o Adam das fotos, mas meu esposo. Bem, não estamos mais casados, mas nos vemos muito, era importante mostrar para os meninos que estava tudo bem, porque está, não nos amamos mais, mas somos grandes amigos. Quando eu o conhecia, ele já era pai e sua esposa tinha falecido no parto, eu sei que era uma grande responsabilidade quando aceitei me casar e morar com ele, sei que abri mão de muita coisa, mas eu os amo e não me arrependo.

THIN WHITE LIES - lrhOnde histórias criam vida. Descubra agora