XI Dean: Eu vou encontra-lo!

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Sai do banheiro dando de cara com Sam. Eu havia ficado lá tempo demais, e ter uma mão ensaguentada não ajudava. Sam se levantou em prontidão, com os olhos arregalados. Olhou atrás de mim e viu o espelho rachado, logo curvou a boca em desgosto:

— Dean, o que você fez? — Eu sabia que ele estava preocupado comigo, mas temos outras prioridades.

O tempo que fiquei preço no banheiro me serviu para refletir um pouco, e tudo aponta para que Castiel corre perigo. Ainda tem anjos atrás dele, e agora em forma de Nefilim ele chamará mais atenção.

— Isso não importa, Gabriel já voltou? — Só quero encontrar O Meu Bebê de Sobretudo, e mais nada!

— Não, ainda não voltou.

— Ele apareceu por aqui? — Disse Gabriel, surgindo de lugar nenhum, como anjos costumam fazer, por pouco não saquei a arma da cintura.

— Não. — Sam foi quem respondeu, parecia que o ar era pesado demais para gastar à toa.

— Então por que me chamaram?

— Ninguém te chamou! Só citamos seu nome. — Resmunguei.

— Pois não "Citem" meu nome em vão outra vez... — ele se interrompeu — Tudo bem... Olha, o querido de sobretudo...

— Está correndo perigo! — completei a frase dele, interrompendo — Já estou sabendo. Leve o Sam até a biblioteca de coisas bizarras dos homens de letras, Sam, você vai procurar qualquer informação sobre o que está acontecendo com Cass, e depois Gabriel e eu vamos atrás...

— Não! Claro que não! — O Anjo arrogante me interrompeu e fez uma cara de satisfação quando lhe joguei meu olhar de alerta. — Da próxima vez, não me interrompa! Você já não acha que estragou coisas demais por um dia, Dean? Castiel fugiu porque queria ficar longe de você! Por isso, Sam e eu vamos atrás dele, e você vai ficar responsável pela pesquisa!

Do que essa Espaçonave-Jefferson falsificada está falando? Teria Cass lhe contado alguma coisa? Pensei em protestar, minha boca se abriu duas ou três vezes, mas o filho da puta tem que estar certo? Se encontrarmos Castiel e o perdermos de novo por minha causa? Senti um olhar pesar sobre mim. Vinha de Sam:

— Alguém, poderia me explicar o que está acontecendo? — Eu estava forçando meus lábios com tanta força que só senti o gosto de sangue quando o estrago já está feito. Sam se moveu, assisti apenas seus pés se aproximarem. — Já que estou à escura, acho melhor dar ouvidos ao Gabe. — disse Sam, querendo me provocar, e que história é essa de Gabe?

— Tudo bem, vocês têm razão! — Claro que não gostei da ideia, mas tenho escolha? — Nos vemos na biblioteca dos Homens de Letras? Assim que alguém tiver notícias! — deixei bem nítido o nojo na minha voz!

— Claro — Gabriel resmungou. — Nos vemos lá, bibliotecário milenar.

Livros... Odeio livros! Mas tudo bem, se for para salvar Castiel, eu faço de tudo!

— "Gabe" — eu disse, forçando uma voz fina — Por que você, justo você? Está tão preocupando com Castiel?

— Por que, eu sei, em partes, o que ele está passando, já tive o céu inteiro na minha cola... Mas principalmente porque, quanto ele estava com o estômago cheio de Leviatãs, com um poder comparado a Deus, ele se lembrou de mim. Gabriel olhou para Sam, que abaixou a cabeça e engoliu em seco — ele foi o único que se lembrou de mim, e me trouxe dos mortos. Acordei em um lugar escuro e vazio, um completo NADA, e escutei a voz dele me chamando. Ele já havia aberto um caminho, só precisei seguir. Resumindo, eu devo a ele. — Pela primeira vez, senti sinceridade na voz de Gabriel, e isso me pegou de surpresa.

Castiel havia feito isso?

Ficamos em silêncio durante um tempo, alguns segundos, até que Gabriel agarrou o braço do Sam e sumiu no ar, junto de meu irmão.

Sabia que não poderia mais perder tempo. Corri para o carro e dirigi o mais rápido que pude.

Eu estava sozinho agora dentro daquela biblioteca escura. Desci o pequeno lance de escada e acendi as luzes. A lembrança da morte de Kevin ainda me assombrava. Vou tentar não pensar nisso.
— Me desculpe Kevin...

Por onde eu começo?

Eu odeio tudo sobre vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora