XV Sam: Bolo de Chocolate e Morte.

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Ainda com mais força, tive que segurá-lo. Até que notei que ele estava totalmente desacordado, entrou em estado de choque ou algo assim.

Castiel, sangrando e tremendo, emitiu um granido fino e agoniante.

Coloquei Dean no chão e cheguei mais próximo do Cass.

Tomei cuidado para não tocá-lo. Me senti em agonia ao vê-lo assim.

— Calma, eu... — Pedir calma? Ele está sendo torturado... Eu não sei o que posso dizer, nada que for dito vai ajudar, comecei a caminhar, não tenho ideia do que eu posso fazer — Gabriel, vem rápido! — Gritei, não sei se ele pode escutar, mas eu espero que sim.

— Voltei! — Gabriel apareceu do nada com uma garrafa de 3 litros nas mãos, com uma água densa e escura.

— Rápido! Estamos ficando sem tempo. — Gritei.

Eu podia ouvir a agonia de Cass, mesmo sem se mexer, isso era pior do que tortura, nem mesmo o Demônio de Olhos Amarelados merecia o que ele estava passando.

Gabriel pegou uma cruz de madeira antiga que havia na biblioteca e sacou sua espata. Começou a fazer uma espécie de oração na sua língua original, Enoquiano, enquanto passava a cruz envolta do galão. Quando terminou, mergulhou sua espada na água, que começou a ter um brilho marrom. O brilho parou e ele tirou a espada. Sem perder tempo, Gabriel pegou o galão e correu em direção a Castiel.

Corri logo atrás, ele era um pouco menor que Castiel. Então, peguei o galão da sua mão e virei em cima do anjo que estava derretendo. Cass gritou de dor, o que era óbvio, foi como tacar sal puro em seus ferimentos. Segundos depois, ele caiu de joelhos, sua pele já estava em seu tom normal!

— Obrigado, estarei em dívida com vocês, pro resto da vida. — disse Castiel relaxando o corpo.

— Não foi nada. — eu disse. — Só que ainda não acabou, Cass.

— Quem é Cass?

— A memória ainda não voltou! Talvez volte em efeito retardado — disse Gabriel, dando de ombros pensativamente — e agora?

— Morte... — Dean resmungo.

— O que você disse, Bela Adormecida? — Gabriel sibilou, começando a andar de um lado ao outro.

— Precisamos de uma alma específica! Quem melhor do que a Morte para encontrá-la? — Dean bufou, se levantou aos poucos, ainda meio zonzo.

Cheguei mais próximo dele querendo ajudar, mas ele insistiu que estava bem e se pôs de pé sozinho.

— Tem certeza de que querem mesmo invocá-lo? Pode não dar certo e tempo é o que não temos para ficar perdendo. — Gabriel disse.

Não costumo ser pessimista, mas Gabriel tem um ponto. Morte em pessoa não facilitará nada as coisas por aqui. Entretanto, o raciocínio rápido de Dean também tem outro ponto: quem melhor do que Morte pra isso?

Castiel se levantou, parecia perdido, mas bem. Puxou uma das cadeiras, e se sentou na mesa. Ficou encarando o vazio, e Dean a ele.

— Precisamos invocar! — eu disse — É uma das poucas chances que temos!

— Não! Não precisa, já estou aqui! — veio uma voz próxima da onde Castiel estava, era Morte em pessoa, com sua roupa preta e seu ótimo censo de humor.

Havia também alguns pratos à sua frente, todos com um pedaço de bolo de chocolate com recheio em duas camadas. Ele cortava, lento e delicado, uma das fatias, levando educadamente até a boca, empurrou um dos pedaços em direção a Castiel que aceitou sem temer nada e começou a comer, até parecia delicioso, vou confessar que fiquei com água na boca. Mas o frio na espinha, o qual é ter a presença da morte, conseguia me tirar qualquer apetite.

Eu odeio tudo sobre vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora