Olá! Tudo bem com vocês?
Essa história aqui eu postava em outra plataforma alguns anos atrás e decidi ajustá-la e repostar. Acabei aproveitando e a trazendo para cá também.
Espero que gostem!
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20-07-2020
NOTÍCIA URGENTE
Foi confirmado agora a pouco que mais um desastre nuclear ocorreu nas usinas de Gyeongju, totalizando como o terceiro em pouco mais de dois dias devido a terremotos de magnitude 7. Apesar de serem projetados para suportar este fenômeno, o local tem sido frequentemente assolado por terremotos nos últimos dias, o que vem obrigando as operadoras nucleares a desativarem todos os reatores restantes da região.
Cidades próximas e a própria Gyeongju tem sido evacuadas da forma mais rápida possível e ainda não se sabe a extensão dos danos causados pela radioatividade liberada e pelas explosões, mas estima-se 25 feridos devido aos tremores.
Enquanto isso a agência meteorológica parece surpresa com os recentes acontecimentos, nunca havia sido vista tamanha catástrofe, nem mesmo durante os antes maiores tremores detectados em 2016.
Mais informações serão divulgadas à medida que forem surgindo, espera-se que o presidente faça uma declaração ao fim da tarde sobre o ocorrido.
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O som das sirenes altas faziam o corpo magro e quase esquelético querer se fundir à parede do beco em que se escondia, caso fosse pego — por quem quer que fosse — não haveriam mais chances para si.
Os ruídos vindos do topo dos prédios foram capazes de atrair sua atenção para que saísse de sua posição em defesa e olhasse com repúdio para os seres que produziam aqueles ruídos no fundo da garganta, queria sumir com todos eles e transformá-los em pó. No entanto, sendo o mais fraco entre eles, não poderia fazer muito além de usar as escadas de emergência situadas nas laterais de um prédio de poucos andares e segui-los distante o bastante para que não saíssem de sua vista, mas também permitindo não ser possível sentir o cheiro de carne pútrida que eles exalavam.
— Nós temos que voltar logo, sabem que eles não gostam de nos esperar — disse alto o bastante para ser ouvido sobre os barulhos provindos das movimentadas ruas, ainda que não passasse muito mais do que um lembrete baixo, aquelas criaturas ouviam muito bem.
A que seguia mais a frente parou seus passos calculados sobre o concreto úmido de uma recente chuva e rapidamente apareceu frente ao garoto que o olhava com tanto desgosto.
Apesar da gritante diferença de altura e de condicionamento físico, o garoto ao menos se encolheu diante da aproximação do rosto quase irreconhecível como sendo de um humano, haviam marcas negras em seu rosto como se duas mãos com garras tivessem marcado seu rosto, marcas estas que se estendiam pela cabeça sem um fio de cabelo. O corpo coberto de forma desleixada com roupas rasgadas completava o quadro de alguém que parecia ter sido atacado por algum animal selvagem, no entanto, os olhos bicolores entregavam que o real perigo ali era ele, ainda mais quando o olho de íris totalmente amarela brilhava intensamente naquela noite nublada.
— E você precisa se pôr no seu lugar — retrucou de forma dificultosa devido aos movimentos estranhos que seus lábios faziam, como se falar tivesse deixado de ser algo habitual para ele, e com um empurrar derrubou o garoto com tudo no chão. — Não sei porque vivo continua. Você não ter poder. – continuou, reduzindo as frases para que poupasse o esforço de mover a boca daquela forma.

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Heterocromáticos
Science Fiction[CONCLUÍDA] Em um mundo onde a anomalia da heterocromia toma conta de parte da população asiática após um experimento malsucedido, os humanos atingidos começam a serem caçados e descobrem que não é apenas seus olhos que os distinguem dos demais. Alé...