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Narradora

América esperava por Yeonjun em frente à sorveteira onde disse que se encontrariam, mas depois da mensagem do mesmo dizendo que não iria mais e sim outra "coisa" iria ao encontro dela, ela ficou curiosa e esperou, mas quem? América não fazia ideia de quem ou o que seria.

Ela esperou por exatamente 3 minutos assim como Yeonjun havia dito e quando estava prestes a ir embora, alguém toca em seu ombro fazendo com que ela se assuste, virando de frente para a pessoa que havia lhe tocado e soltando um grito fino.

-- caramba, acho que fiquei surdo -- a pessoa fala rindo e coloca as mãos na orelha.

-- o que? -- ela diz com os olhos arregalados e com a respiração ofegante por causa do susto.

-- não vai dar um abraço no seu "best"? -- a pessoa estica os braços.

-- Soobin? -- América pergunta com dúvida.

-- eu não sou tão diferente assim pessoalmente sou? -- ele ri -- vem cá vai, eu não mordo

América ri e dá um abraço no amigo, eles se abraçaram forte por uns instantes e depois se afastaram olhando um para o outro.

-- eu não acredito que você está aqui -- América diz desacreditada.

-- sou eu, não é um sonho, olha -- ele belisca o braço dela.

-- AI! -- ela reclama -- você é louco

-- só queria provar que você não é está sonhando -- ele sorri -- vamos entrar? eu me arrumei todo e vim correndo pra ter esse encontro com você

-- encontro? -- América arqueia a sobrancelha confusa.

-- sim, encontro -- Soobin segura a mão dela -- vamos entrar logo antes que eu congele

Eles entram e vão até o caixa fazerem o pedido, assim que fizeram, se sentam em uma mesa de frente para o outro e ficam se olhando por um tempo.

-- você é realmente muito mais bonita pessoalmente -- Soobin sorri encarando América.

-- você não precisa mentir só pra me deixar feliz -- ela sorri envergonhada -- eu já estou muito feliz de estar aqui com você

-- eu não estou mentindo -- ele apoia o queixo na palma da mão sem tirar os olhos dela -- você é perfeita

-- eu não sou perfeita -- ela cruza os braços -- eu tenho doen.. depressão -- ela sussurra.

-- vejo que estamos progredindo com a aceitação -- ele também cruza os braços -- isso é bom

-- mais ou menos -- ela suspira -- ainda é um pouco difícil pra mim

-- você vai conseguir -- ele sorri -- e depressão não é um defeito em você nem em ninguém então sim, você é perfeita

-- para com isso -- ela esconde o rosto com as mãos.

-- adoro deixar você envergonhada

-- isso não se faz -- ela tira as mãos do rosto e olha pra ele

Os pedidos chegam, eles agradecem ao garçom e América abre o maior sorriso ao ver o açai completo que ela tanto queria.

-- acho que vou ter que comprar açai toda vez que a gente se ver -- Soobin fala e começa a comer.

-- como assim?

-- só de ver esse sorriso enorme, meus problemas parecem que nunca existiram -- ele diz.

-- eu sempre vou sorrir quando estiver com você, com ou sem açai -- América sorri e come.

-- isso é bom, fico feliz em saber disso

Eles voltam a comer e conversarem um pouco, falam sobre família, amigos, medos e outras coisas mais, até sobre a temida doença de América.

-- você teve algum surto recente? -- Soobin pergunta assim que terminam de comer.

-- não -- América responde rápido e desvia o olhar.

-- olha pra mim e diz -- Soobin chama a atenção dela.

-- não tive -- ela fala ainda sem olhar pra ele.

-- olha no meu olho e diz que não teve nada -- ele insiste.

Ela finalmente olha nos olhos dele, os olhos de Soobin transmitiam paz e conforto para América e ela sabia que podia confiar nele e contar tudo para o mesmo, mas o medo que ela tinha se machucar ainda mais era maior.

-- tive -- ela confessa e solta a respiração -- tive sim, mas só um fraquinho, não foi nada demais

-- todos são importantes, América, fraquinho ou não -- ele passa a mão no cabelo -- não pode dizer que foi nada demais

-- me desculpa -- ela abaixa a cabeça.

-- ei ei -- ele se levanta e se abaixa na frente dela pegando as mãos da mesma -- você não tem que se desculpar por nada, não é culpa de ninguém

-- é sim -- ela fala baixo -- é minha culpa

-- América, não..

-- não adianta falar que não é minha culpa pois eu sei que é -- ela solta a mão dele da dela e se levanta -- foi eu que me deixei levar por essa porcaria de doença, eu que não deixei ninguém me ajudar, eu me afundei sozinha e vou me afundar pelo resto da minha vida

Todos ali já estavam com os olhos fixados nela, Soobin havia se levantado e ficado na frente dela mas estava sem reação nenhuma, ele sabia que era bom colocar tudo pra fora, mas não do jeito que ela estava fazendo, colocando a culpa toda em cima dela mesma, isso não fazia bem pra ela e nem pra ele.

-- nem você e nem ninguém pode me ajudar -- ela começa a chorar -- essa droga dessa doença vai me matar e eu não vou impedir disso acontecer

-- mas eu vou -- Soobin segura os ombros dela -- eu não vou deixar você morrer

-- você não pode ter certeza disso, Soobin -- ela ri sarcástica -- eu posso morrer agora, daqui à alguns minutos, horas, quando eu estiver dormindo, ninguém sabe -- ela se solta dele -- eu vou morrer sozinha e ninguém pode mudar isso

Ela sai correndo dali deixando Soobin parado sem reação nenhuma olhando para o chão sem saber o que fazer, ele não sabia se deixava ela sozinha pra se acalmar ou se ia atrás dela pra ajudar ela a fazer isso. Mas já era tarde, quando Soobin decidiu ir atrás dela, ela já havia sumido sem deixar nenhum rastro pra trás.

TWITTER | Choi SoobinOnde histórias criam vida. Descubra agora