Yoongi sentia como se fosse enlouquecer.
Quando fechava seus olhos e quando os abria, quando respirava mais fundo e quando todo o ar fugia de seus pulmões, a única coisa que conseguia pensar coerentemente era no gosto doce de Hoseok na ponta de sua língua e na pele quente deslizando com calma contra sua. Era como se seus princípios estivessem lutando incansavelmente o tempo todo contra seus próprios sentimentos.
Durante o resto do fim de semana, Yoongi tentou se enganar incontáveis vezes, dizendo repetidamente para si mesmo que nada do que aconteceu significava algo, que nada do que aconteceu podia significar algo. Outras vezes, apenas perguntava para si mesmo porque se deixou ser levado por algo tão irracional como Hoseok era. Mas nada durante aqueles dois dias conseguiu fazer mero sentido dentro dele.
Quando segunda-feira chegou, Yoongi ainda lutava contra si mesmo, tentando formar uma linha certa de raciocínio, tentando pensar de que forma deveria agir, de que forma iria lidar com todas as suas inconsequência quando as encarasse cara a cara. Mas no final ele ao menos precisou, porque Hoseok não estava lá.
Assim como na terça, na quarta e na quinta, em nenhum dia, nenhum sinal dele.
E a semana toda passou dolorosamente devagar por causa disso, mesmo que ele não quisesse admitir. Mas, quando sexta finalmente chegou e novamente Hoseok não estava lá, Yoongi entendeu o que estava acontecendo; ele estava fugindo de seus próprios sentimentos, mas Hoseok estava fugindo dele.
Mais uma vez, todos os fragmentados em sua mente se embaralharam ainda mais, sem formar se quer um pensamento concreto. Não sabia o que fazer, o que falar, principalmente o que sentir - e muito menos sabia tinha direito de sentir algo.
Era ilógico o jeito como ele andou tão fora de mão. Sempre fora tão decidido e focado que agora tudo soava embaçado ao seus olhos, sem nenhum caminho real a ser seguido. Apenas uma grande bagunça.
Por isso, ele não se deu ao trabalho de continuar tentando pensar quando sábado chegou, apenas acompanhou a gároa leve ao lado de fora e se afundou na própria cama solitária, entre os lençóis gelados pela temperatura que caiu repentinamente em Seoul. Abraçado fortemente ao travesseiro e tentando pensar em qualquer coisa que não fosse Hoseok e qualquer um dos sinônimos que vinham junto dele.
Quando ouviu o som abafado de alguém batendo na porta de entrada de seu pequeno apartamento, ele fez um esforço quase que excessivo para poder se levantar da cama e ir até a própria sala gelada devagar, contanto os próprios passos sobre o piso gelado.
Definitivamente, estava enlouquecendo.
Quando finalmente abriu a porta enquanto ouvia novamente os baques fortes contra a madeira, não pode deixar de arregalar os olhos diante da cena.
— Ten? – perguntou, ainda meio confuso com o - suposto - amigo, que segurava sem jeito algumas sacolas entre os dedos e sorria quase que docemente em sua direção.
— Oi, Yoon – aumentou o sorriso, quase fazendo os próprios olhos virarem dois risquinhos – Eu posso entrar?
— Certo.
Não era novidade ele estar ali, mas depois de uma semana sendo ignorado, Yoongi achou que eles não voltariam se falar tão cedo, e pela primeira vez ele ao menos se deixou fazer questão. Mas sempre acabava voltando aos velhos hábitos.
Ten deixou as sacolas de papel em cima da mesa pequena de centro e se sentou no sofá de couro preto. Ele ainda sorria, como se nada nunca tivesse acontecido entre eles. Como se não tivesse ignorado todos os seus bom dia's durante sete dias e fingido não saber de sua existência em todos os dias que se encontravam no intervalo das aulas.
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tear of love, yoonseok.
Fiksi PenggemarYoongi estava encantado, não havia outra palavra para descrever o turbilhão de sentimentos que correram por suas veias quando viu pela primeira vez os olhos castanhos reluzindo abaixo de toda a fumaça feita de nicotina; a boca pequena formando discr...