Naquela noite

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CAPÍTULO VII

Narrador Onisciente.

Naquela noite

A pequena floricultura já havia sido fechada e Aizawa já estava totalmente sonolento por conta de todo trabalho que havia tido naquele dia, mas algo que com toda a certeza do mundo era que Shota não tinha parado amenos um instante de pensar no homem que havia conhecido naquela manhã de sol. Ele estava tão mal por pensar que nunca mais iria revelo, mas o que ele nem se dava conta era que o destino estava para contraria-lo mais uma vez.
O moreno estava sentado em um banco perto da parada de ônibus esperando para que o automóvel viesse o buscar e logo a alguns metros de distância ficava o restaurante que estava acostumado a frequentar.

Shota estava tão distraído admirando as estrelas que brilhavam forte e por sua vez aproveitando o momento de silêncio, sendo que não pode parar nem se quer um segundo, pois o dia havia sido bem agitado em seu emprego.

Já estava ficando tarde e Aizawa nem acreditava na estranha recaída que havia dado a temperatura, por um momento estava quente ao ponto de tudo parecer um forno e por outro o ambiente começou a parecer o novo polo norte, mas como o floricultor sempre foi de se prevenir, já tinha consigo em sua loja um sobretudo preto que pôs mais do que de presa.

Tudo estava tão estranhamente calmo, porém, repentinamente o suave som de miados saindo debaixo do banco soou dando fim para aquele silêncio profundo e chamando a atenção do floricultor. Logo se viu uma pequena figura de pelo ralo negro saindo das sombras, era um pequeno felino, provavelmente estava perdido ou abandonado. Shota sempre foi muito chegado em gatos, mas infelizmente nunca teve um, pois quando criança sua mãe nunca o deixara ter, e depois de velho simplesmente por não ter tempo para se dedicar a responsabilidade de cuidar de algum bichano, porém vontade em ter é o que nunca lhe faltou.

O pequeno animalzinho entrepassou suas pernas se esfregando a suplica de carinho e Shota, por sua vez, deu um de seus sorrisos cansados, aquele que certamente era o sorriso que apenas demonstrava para aquilo que amava com fervor, ou seja, apenas gatos como aquele estavam propensos a ganhar aquela imagem. O floricultor se abaixou para assim, poder fazer carinho no pequenino que ronronou deixando Aizawa corado, o floricultor não estava se aguentando diante de tamanha fofura, já estava parecendo uma criança. O bichano não perdeu a oportunidade de pular no colo do moreno e se aconchegar para tirar uma soneca. Shota ficou altamente feliz por sua conquista, havia ganhado um amiguinho.

A noite do floricultor não poderia melhorar mais, estava tudo mais do que bem, a única coisa que lhe faltava era ao seu lado ter o cantor loiro. Mas tudo estava prestes a mudar e sua paz estava ao um fio de se acabar e logo se escutou a estrondeante voz feminina de Emi Fukukado, vizinha de Aizawa e uma mulher que todas as vezes que avista o floricultor não perde a oportunidade de puxar assunto com o moreno.

— Olha quem apareceu! — gritou a mulher de cabelos estranhamente verdes, vindo em direção ao moreno que revirou os olhos em sinal de desânimo. 

A voz soprano de Emi foi tão inesperada que fez o pequenino felino que estava no colo do moreno, pular de modo imediato no chão e se esconder atrás dos pés de Shota e se deitando por lá.

— Nem acredito que te encontrei aqui a está hora da noite, normalmente o bebê vai dormir cedo. Não? — argumentou aquela que agora estava sentada de forma inconveniente ao seu lado e abraçando o braço do mesmo que virou o rosto para não demonstrar a feição irritada.

Emi estava com a razão, não era do feitio do floricultor ficar até altas horas da noite fora de casa e o que é mais surpreendente, acordado, mas é que pelo visto seu ônibus havia atrasado a hora de chegada por conta de algum imprevisto desconhecido, mas de qualquer maneira o moreno não estava se importando com a demora.

— Bem de qualquer maneira, isso não me importa o quero saber é, você ainda está disponível?

— Para o que? — questionou o moreno com tom de voz um pouco agressiva.

— Para se casar comigo! — respondeu a esverdeado aos risos deixando Shota mais desconfortável ainda.

Certamente a personalidade brincalhona de Emi sempre foi um de seus pontos mais marcantes e isso deixava poucas pessoas um pouco incomodadas com sua presença e outras muitas totalmente alegres com sua companhia, tendo isso, nunca teve problemas em fazer amizades novas.

— Estou brincando, é para aceitar meu convite de ir jantar comigo em algum lugar.

— Não estou muito interessado em jantar fora hoje — declarou o floricultor virando a cabeça para frente e fixando o olhar no vazio alheio da calçada.

— A pare com isso! Não é a primeira vez que você vem com a mesma desculpa, desta vez você não tem escapatória, além de estar me devendo uma tem muito assunto que temos que por em dia.

Não era mentira da esverdeada quando dizia que o moreno estava devendo uma para ele, houve um dia em que Aizawa estava precisando de dinheiro para pagar a passagem de ônibus e Emi ofereceu-lhe carona e acabou que o floricultor não teve outra alternativa a não ser aceitar a proposta e agora Shota estava em suas mãos não poderia dizer não para aquela oferta de jantar.

— E então? — perguntou Emi.

— Okay, mas não vou ir muito longe. Estou acostumado a almoçar neste restaurante perto da esquina e então não vejo problema em jantar também — relatou Shota.

— Por mim tudo bem, estando ao seu lado posso comer até debaixo da ponte — argumentou a esverdeada que se levantou do banco em um pulo dando gargalhadas.

E então Shota fez o mesmo, porém, quando ameaçou a se levantar o filhote que estava deitado atrás de seus pés por medo de Emi, pulou instantaneamente em seu colo deixando Emi surpreendida. O moreno sorriu e segurou o bichano no colo assim como um pequeno bebê recém nascido e desta forma, pode sair de onde estava sentado.

Tendo isso os dois foram em direção ao lugar pretendido.  

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