Era ele

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CAPÍTULO VIII

Narrador Onisciente.

Era ele

Hizashi estava tão distraído observando através da grande parede de vidro que nem se deparou com as pessoas que haviam recém chegado ao lugar, mas quando foi beber um último gole da Coca-Cola que havia pedido como acompanhamento ficou totalmente surpreso com a aparição que tinha se sentado na mesa bem a sua frente, era o floricultor que estava segurando em seus braços um pequenino filhote de gato.

Será mesmo que estava enxergando bem, talvez precisasse trocar as lentes de contato de seu óculos ou era mesmo real aquilo que estava vendo.

Yamada ficou tão animado e feliz ao rever aquele homem, queria ir até ele e conversar, mas tinha um certo receio de tudo que poderia acontecer, além do mais, ele tinha conhecido aquele rapaz apenas naquela manhã e não havia tido uma conversa muito prolongada ao ponto de pegarem muita intimidade. O loiro tinha medo de ser tratado como um desconhecido, porém mesmo desta forma deixou aqueles pensamentos e sentimentos de lado, juntou todas as suas forças para tomar coragem e pelo menos cumprimentá-lo, mas quando ameaçou a abanar a mão e dizer algo, uma mulher de cabelos verdes se sentou na mesma mesa que o moreno, bem entre os dois e assim, impossibilitando que o floricultor percebesse que aquele que antes estava presando para reencontrar novamente agora se encontrava bem a sua frente.

Talvez isso deixara Yamada um pouco sem graça e até mesmo com ciúmes, Hizashi estava encanado com a ideia de que aquela poderia ser alguma namorada do moreno ou até mesmo esposa. Provavelmente esposa não, pois o loiro sempre foi de reparar nas mãos das pessoas que conhecia e quando se encontrou pela primeira vez com o floricultor se certificou em ver se não havia nem um anel de compromisso em suas mãos e felizmente não encontrou nada, mas para um homem tão charmoso e hospedeiro como aquele, não era tão difícil arrumar um alguém.

— Ei Aizawa, vou pedir uma sopa e você? O que quer? — falou aquela mulher sorridente.

— Ir embora — respondeu o moreno.

— Okay então vai ser sopa também.

Hizashi estava tão frustrado, aos seus olhos aquele casal aparentava ser o melhor.

A esverdeada se levantou e foi até a garçonete que estava anotando algo no caderno, dando novamente visão para o loiro poder ver aquele que estava com a face emburrada, até em fim perceber que o loiro estava bem a sua frente. 

O loiro deu um sorriso latino abanando a mão para aquele que agora estava sorridente e feliz em rever o cantor.

Os dois não acreditavam no grande reencontro daquela noite, eles queriam conversar um com o outro, mas estavam totalmente confusos e com medo de todas as possibilidades possíveis, porém antes que um deles pudesse tomar qualquer tipo de decisão Emi voltou novamente sentar em seu lugar tirando ambos da troca de olhares.

Mesmo com isso Yamada estava feliz pelo moreno tê-lo reconhecido, mas ainda precisava de mais, como por exemplo uma conversa mesmo não tendo a mínima ideia de qual seria o assunto do diálogo entre o floricultor e si então o que precisava era ficar no lugar até conseguir uma oportunidade, apenas uma!

O tempo passava tão divagar, cada minuto parecia uma hora e cada segundo um minuto, o sono começou tomar conta de Hizashi, mas sua vontade de conversar com o floricultor era maior e por isso pôs ao trabalho de ignorar o cansaço e ficar firme em seu objetivo, mas parecia que o casal tinha outros planos, tendo isso Aizawa e Emi terminaram a sopa que pediram e pelo incrível que pareça, a esverdeada já não tinha mais nem uma piada ou assunto com o moreno, que agradeceu a Deus por aquela conversa entediante ter acabado, a mulher pagou o jantar, pois o floricultor tinha apenas dinheiro o bastante para pagar a passagem de ônibus e nada mais e ambos se levantaram para ir embora.

Yamada começou a entrar em um desespero interno, não tinha a mínima ideia do que fazer. Droga, droga, droga — pensava o loiro sem nada o que poder fazer e se culpando por estar com aquele medo.

O casal passou ao seu lado, Aizawa estava tão próximo do loiro, Hizashi tinha todas as chances, mas por conta de seu receio não conseguiu fazer absolutamente nada e logo o floricultor e a esverdeada estavam fora do simples restaurante, que sem dúvida alguma aparentava ser uma cafeteria.

O loiro suspirou com um ar de fracasso, como podia ter desperdiçado tal oportunidade de conversar pelo menos por uma última vez com o moreno? Com toda certeza estava totalmente desanimado.

Ele olhou para o copo vazio em cima da mesa pensativo, logo percebeu algo incomum ao lado do objeto de vidro, uma pequena folha de papel dobrada.

Não poderia ser a conta, pois já havia pagado então o que era? Por um momento de curiosidade Hizashi recolheu o pequeno papel e o abriu e surpreendentemente lá havia um recado escrito pelo floricultor para si, ou seja, aquele bilhete havia sido posto com cautela ali pelo moreno, sem ninguém perceber.

"Encontre-me no banco perto da parada de ônibus"
ass.: Shota Aizawa.

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