É você que eu desejo!

148 20 31
                                    

CAPÍTULO XII

Narrador Onisciente.

É você que eu desejo!

Hizashi andava impaciente, com o coração quase saindo pela boca e a respiração tensa. Sentia o suor escorrer frio de seu rosto junto com as lágrimas. Sua feição estava avermelhada e a boca pálida. O loiro dava-se passos rápidos e longos rezando para o moreno não o perseguir. Precisava de um momento para raciocinar tudo que acabara de presenciar. Em toda sua vida nunca havia recusado um beijo, nunca havia provado de lábios tão viciantes.

Yamada parou por um instante suspirou tenso, olhando para o chão secou seu rosto. Ele tentou limpar sua mente e acalmar seu coração — realmente não sirvo para o amor —, não sabia ao certo o que queria ou que precisava naquele momento. Não iria aguentar passar por tudo aquilo sóbrio, seria melhor sofrer de ressaca do que por amor.

Depois de tudo Yamada precisava beber algo para afogar suas lágrimas. Achava melhor chorar ao lado de uma bela caneca de orion gelado do que ficar se lamentando em frente a TV. Já havia ouvido falar sobre um bar perto de sua casa, tendo isso andou até o lugar calmamente em busca de consolo. A rua onde ficava o estabelecimento estava totalmente deserta, o local era simplesinho, pequeno, mas bonito, jeitoso até mesmo para um bar cheio de alcoólicos. Quando Hizashi entrou no lugar foi logo em direção a bancada sentando-se nas banquetas já sabendo que seria por lá onde iria passar o resto de sua noite.

— O que vai querer? — pergunta o barman que secava uma das canecas de vidro.

— Apenas me traga uma orion.

Naquela noite Hizashi tomou todas que seu dinheiro pode pagar. Depois como um andarilho embriagado caminhou pelas ruas até acabar por encostar na entrada de qualquer lugar alheio e adormecer profundamente.

Na manhã seguinte sentia-se algo o chacoalhar suave pelo ombro. Com muita dificuldade abriu os olhos, logo vendo os raios solares que batiam fraco fazendo sua visão doer. — Será um sonho? Ou algum tipo de alucinação?

A figura a sua frente era um pouco duvidosa.

Mais uma vez o mundo estava girando e os dois se esbarrando novamente. Dava para acreditar? Até mesmo seu corpo sabia exatamente o que seu coração queria. Talvez o mundo queria sarcasticamente mostrar para Yamada que estava propenso a sofrer o resto de sua vida com a ideia de que o único por quem havia se cativado totalmente iria se casar com outra mulher ou não.

— O que aconteceu com você? — perguntou aquele que apresentava grande preocupação sobre Hizashi.

— Nada com que você tenha que se preocupar — falou sério aquele que estava um tanto atordoado por conta da ressaca.

Aizawa respirou profundo, sabia que o loiro estava agindo assim por sua culpa e por isso precisava concertar seu estrago.

— Venha. Vou te ajudar.

— Não preciso de ajuda.

O moreno tentou levantar Yamada, mas quando o deixou em pé foi empurrado para trás pelo mesmo, em uma tentativa de Hizashi desesperadora de se afastar dele mas foi impedido pela parede de vidro.

— JÁ DISSE QUE NÃO PRECISO DE SUA AJUDA! — declarou Hizashi que chorava como uma criança.

Aquilo deixou o floricultor um pouco surpreso, sentia-se mal por tudo.

— Você acha engraçado tudo isso? Brincar com os sentimentos de outra pessoas! — Yamada derramava lágrimas a cada palavra.

— Pare de agir como criança e aja como o adulto que você é! — o moreno por alguns segundos deixou o tom de sua voz elevar a nível um tanto agressivo fazendo o loiro paralisar. — Vou ser sincero com você, sou preguiçoso, não defendo nenhuma opinião própria, nenhuma opinião política, nenhuma ideia, nenhum ideal. Estou instalado no vazio, na inexistência, e aceito isto. Me escondendo em meio a multidão e vagando só, por medo de ser magoada. Tudo isso faz de mim uma pessoa desinteressante, mas não quero ser interessante, nem me mostrar ser interessante para alguém, mesmo assim você viu interesse em mim, isto me fez pensar. Nunca acreditei em romantismo, muito menos eu envolvido neste tipo de assunto. Nunca imaginei algum dia sentir algo por alguém além de uma amizade, mas isto aconteceu, mesmo não dando importância para nada, aconteceu. E aconteceu da forma mais inesperada possível, com alguém que é totalmente o oposto de mim — Aizawa suspirou tentando se acalmar. — Ontem você me disse que não queria se intrometer em meu relacionamento com Emi, mas acontece que o único relacionamento que tenho com essa mulher é_ — o floricultor soltou risos anasalados — _a paciência que tenho que ter com suas piadas indecentes.

Doces Melodias Onde histórias criam vida. Descubra agora