A abjuração do demérito

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CAPÍTULO IV

Narrador Onisciente.

A abjuração do demérito

Passou-se algum tempo até os dois acabarem de tomar o café que o moreno havia feito.

Hizashi já estava achando que era melhor ir embora, para não acabar saindo como calaceiro e então, preferiu se despedir do floricultor.

— Bem, obrigado por tudo. Se eu poder recompensa-lo de alguma forma.

— Não precisa, fiz isso apenas por bom grato.

Shota estava apenas o observando com um sorriso ladino em seu rosto para ver até onde Yamada queria chegar com sua conversa.

O loiro arrumou o violão que estava caindo em suas costas com as maçãs do rosto um pouco avermelhadas, pois pela primeira vez o compositor estava um pouco envergonhado por não poder fazer nada para agradecer aquele homem que havia achado não somente solidário como também atraente.

Aizawa estava se deliciando mentalmente por ver a situação do mais alto.

— Então acho melhor deixá-lo em paz — falou o floricultor.

Hizashi caminhou até a porta com cabisbaixo, dentro de si não queria ir embora, mas sabia que seria muita inconveniente se permanecesse por lá.

— Se quiser pode ficar e me ajudar com as tarefas na loja e se eu gostar de seu trabalho poderia até mesmo contratá-lo como meu ajudante e ganhar um salário que o ajudaria muito.

Talvez seria uma ótima ideia para quem estava necessitando de um emprego urgentemente, mas como ficaria seu juramento de provar para seu pai que a música poderia sim trazer uma boa carreira?

— Me desculpe, a sua oferta não é de se recusar, mas eu não posso aceitá-la por um motivo pessoal — falou aquele que agora estava olhando para o vazio alheio do chão com o coração em prantos.

— E qual seria o motivo pessoal? — o moreno nunca foi de se interessar pelas vidas pessoais de outras pessoas, mas aquela não era a vida pessoal de qualquer pessoa e então não deixou de ficar curioso.

— Tenho que provar algo para alguém que me menosprezou minha vida toda.

Hizashi também nunca foi de fazer muito mistério em questão de sua vida, mas com toda certeza seria difícil se abrir totalmente diante daquele homem que parecia ser tão certo em tudo que fazia.

O cantor se distanciou do moreno desaparecendo entre as flores da floricultura.

Quando o loiro chegou a entrada da loja, admirou apenas por mais alguns instantes as samambaias que estavam penduradas perto da saída do lugar e logo partiu com um certo hesito.

Será que logo veria novamente aquele homem? Talvez não, mas levaria consigo a pior de suas inimigas, a saudade.

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