Eu ainda me lembro de como fui inconsequente e completamente ansiosa. Minhas perguntas dispararam sozinhas e meus dedos correram para enviar a primeira mensagem como se o tempo já fosse meu maior inimigo.
Eu sei de cor as primeiras palavras que escrevemos, como se fossem falas de um roteiro predisposto que continuo lendo e relendo, esperando o dia em que a nossa aclamada peça chegue a acontecer. Como se já não a tivéssemos vivido.
E eu não sou burra, é confuso dizer. Você não entende se sou de toda arrependida ou ao menos minimamente grata por tudo o que pudemos sentir. Quem dera eu mesma pudesse entender.
Me vejo pensando em como mudou meu destino por completo e colocou suas mãos no molde da minha personalidade sem nem ao menos perceber.
Parte de mim, é por inteira você. E é por isso que continuar meu caminho me faz sentir caminhando sobre uma corda bamba. Pensei que você seria a minha ancoragem, era para ser. Mas em que Terra ou realidade alternativa eu te permitiria alcançar a explosão que eu guardei a sete chaves no epitélio mefítico do meu estômago?
Ainda me falta coragem e um pouco mais de consciência. Posso ter dito muitas vezes que voltaria no tempo e me desviaria da sua pessoa. Posso ter dito que jamais me arrependeria de você e do que éramos. E quem é que sabe dessas coisas?
Ainda sou jovem demais para encontrar todas as respostas, mas gosto de mencionar que não poderia ter te conhececido sem ter te amado, em qualquer vida que fosse. E admito, não sei muito mais que isso.
– o início
e outras coisas a dizer.
