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Semanas depois

(Kenna POV's)

Já tem um tempo que eu estou aqui na fazenda, acho que pela primeira vez estou tendo a oportunidade de respirar sem ser monitorada. Acabei fazendo amizade com algumas pessoas, principalmente brian, freddie e deaky. O roger... Ele parece estar me evitando, como se estivesse com medo. Prenter nem olhou na minha cara mais, o que para mim foi muito bom.

- Kenna!- Deaky me chama, eu estava sentada debaixo de uma arvore lendo um livro sobre artes que achei na estante do quarto de roger, ele estava com alguns baldes na mão.

- oi deaky!- cumprimento o moreno.

- Quer vir me ajudar no curral?- ele percebe minha cara de confusa- onde ficam as vacas!

- E-eu nunca nem vi uma pra falar a verdade- falo sincera, em Oceania tudo vinha enlatado, em uma embalagem cinza, assim como o resto da cidade. Os unicos animais que já vi são os ratos e insetos que rastejam nas ruas.

- Então vai ver hoje!- ele diz animado, me estendnedo a mão para me ajudar a levantar- Vamos, você vai gostar!

-Ok- aceito seu gesto, guardando o livro na parte de dentro do macacão azul.

Andamos por alguns minutos até chegarmos em um cercado de madeira com alguns animais que possuiam chifres.

- Aquilo é uma vaca?- pergunto e deaky assente- Meu Deus, eu não sei o que esperava ver, mas isso é totalmente diferente!- solto um riso nasalado.

- Esse é um bezerro, é nome que damos para as vacas bebês- ele explica me apontando uma versão menor, com chifres bem pequenos- pode passar a mão, eles não mordem.

Me aproximo da cerca com um pouco de receio, estendendo a mão para o tal bezerro, e me surpreendo quando ele se aproxima de mim, encostando a cabeça na palma da minha mão.

- Que graça...- falo sorrindo para o animal, que lambe minha mão- nossa que áspero!- Deaky ri.

Ele pediu para eu enxer um dos baldes com água, para colocar para os animais beberem. Peguei os dois baldes pesados e fui até o rio que ele me indicou o caminho. Segundo ele, era próximo dali.

Depois de uns 5 minutos andando, encontrei o rio, não somente ele mas também uma flor muito linda, que nunca tinha visto antes. Era amarela e delicada, exalava um perfume doce e suave.

Depois de enxer os baldes, fiquei admirando a planta. Uma das poucas coisas que sobrou do mundo antes de o regime atual se instalar. Tudo que poderia levar você a ter algum sentimento forte, até mesmo a beleza de uma simples flor era destruido em Oceania.

Quando eu ia passar a mão pelas pétalas que pareciam macias como seda, escuto deaky me chamando.

- Estou indo!- grito de volta, pegando os baldes e indo rápido de volta ao curral, olhando uma ultima vez as flores.

***

Já tinha escurecido, tinhamos acabado de jantar no pátio que tinha ao lado da casa principal, enquanto todos conversavam, sai discretamente do lugar, indo até o meu quarto, que na verdade era de roger, mas ele me deixa dormir lá para não ficar dormindo no alojamento com os outros caras.

Pego o lampião que ficava em cima da mesa e o acendo, saindo em direção ao rio para encontrar aquelas flores denovo. Eu me apaixonei por elas de uma forma tão grande, que queria elas apenas para mim. Nem que isso significasse que elas murchariam dias depois de eu arrancalas. Era um sentimento real, mas egoísta ao mesmo tempo.

Depois de meia-hora andando, comecei a achar que estava perdida, mas escutei o barulho da agua do rio e o segui, finalmente encontrando as flores amarelas.

- É tão suave...- falo baixinho enquanto passo as mãos delicadamente nas pétalas, quando eu ia arrancar a planta, alguém me agarra por trás, me fazendo derrubar o lampião, antes que eu pudesse gritar, minha boca é tapada.

A pessoa me puxa para trás de uma arvore e me agarra com força.

- Fica quieta...- reconheço a voz de roger, antes que eu pudesse me soltar ele vira o corpo me levando junto. Vejo um animal grande de quatro patas e caninos afiados, cheirando a flor que eu tanto desejava, antes que eu pudesse tentar gritar denovo, roger sussura- Fica quieta, se não vamos morrer!

Depois de alguns minutos, o animal emite um som como uma sirene, e sai correndo para longe dali. Roger relaxa o aperto e eu me solto dele, antes que eu pudessem brigar com ele, o loiro agarra meu pulso me arrasta de volta para a fazenda.

- Qual o seu problema?!- ele pergunta irritado.

- Qual o SEU problema?! Eu estava bem!

- Ah, claro que estava- ele diz ironicamente- Aquele bicho era um lobo, ele come pessoas! Sabia?!- ele diz grosso.

Quando nos aproximamos da fazenda, percebo que alguns caras ainda estavam acordados, em volta de uma fogueira, eles param de conversar e olham para mim e roger, eu me encolho com vergonha e ele apenas ignora. Roger abre a porta do meu/seu quarto e entra me levando junto, acende a luz e fecha a porta, depois fica me encarando.

- O que você foi fazer no meio do mato, sozinha a noite?- ele pergunta seco.

- Eu só queria a flor!- falo com raiva, me sentando em cima da mesinha que ficava no canto do comodo.

- Ah, ótimo, você se arriscou desse jeito por uma droga de planta, é isso?!- ele diz se aproximando.

- E por que você tá tão preucupado?!- explodo- Me evitando esse tempo todo e de repente se importa comigo?- ele rola os olhos.

- Não fala o que você não sabe...- ele diz baixo, chegando cada vez mais perto de mim.

- Você não manda em mim!- falo grossa, e ele fica a poucos centimetros do meu rosto.

- Tão teimosa...- antes que eu pudesse retrucar, ele cola sua boca na minha.

Dystopia ; Roger Taylor.Onde histórias criam vida. Descubra agora