Em Nome de God ᎒ ◖ SaHyo ◗

2. O Dia-a-Dia de Deus

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Em nome de God Jihyo, Dahyun e Daniel Kang, annyeonghaseyo.

Esse capítulo não poderia ser iniciado de outro jeito quando se tratava dos Kang. Era uma família rica pelos seus próprios méritos de serem herdeiros de conglomerados — eles ME-RE-CE-RAM. E a fama deles... Ninguém sabia de onde vinha. Era tipo Paris Hilton, que simplesmente era famosa porque sim.

Daniel Kang vinha de uma família de empresários, então já tinha o pensamento de coach empreendedor desde muito pequeno. Não era do tipo que desconhecia totalmente a realidade da população pobre, ele tinha um pouco de noção do mundo real para não falar merda. Mas acreditava que meritocracia existia e que se algo não deu certo na sua vida, a culpa é inteiramente sua. Ou seja, ainda passava vergonha.

Mas tentando não falar mais mal de macho, Daniel era um homem muito amoroso e dedicado a sua família. Ele foi o único que não dependeu tanto assim da fortuna de seus pais ao montar seu próprio negócio: a emissora KonnecTV, que já nos primeiros anos conseguiu bater a TV aberta porque apostou em coisas que daria certo: doramas e programas malucos de entretenimento.

Apesar do sucesso, sua família não gostava muito do jeito que administrava a emissora, pois para um crente, Daniel era progressista demais. Ele apostou desde programas de auditório sem assistentes de palco com minissaias até apresentadores fora da regra homem-branco-hétero-cis.

Foi por isso que ele fez o convite para Hyeri Lee apresentar um programa de entrevistas e culinária. Na verdade, a ideia inicial era colocá-la junto com sua esposa para apresentar um reality show de casais, como o Power Couple, mas com menos héteros. Por ser uma ideia muito radical, decidiu que testariam primeiro como o público recebia só uma delas para depois repensar sobre o reality.

Daniel e sua esposa faziam parte daquela parcela da população que era rica, privilegiada e muito crente — só faltaram fazer o check em "ser branco", o que não aconteceria porque eles eram descendentes do leste asiático. A junção perfeita de parte da família Park, que era rica e esnobe, com a família Kang, gerou o fruto abençoado.

Dahyun Kang era a menina dos olhos do seu pai, cheia de vida e alegria. Ela era a filha perfeita: não dava trabalho para os seus pais, tinha boas e decentes amigas, tirava boas notas, era meiga, bondosa e uma ótima serva de Deus. Basicamente o tipo de garota que dá raiva por fazer tudo direito. Ela era tão responsável que acumulava obrigações, como líder da classe, do grupo jovem da sua igreja, do programa de grupo de estudos que tinha criado, entre muitos outros.

E finalmente, está na hora de Jihyo, a mãe e esposa, ser apresentada.

Todos os dias ela acordava às cinco da manhã. Nesse horário, ela conseguia sair para poder se exercitar, que era fazer uma breve corrida para aquecer e depois uma hora de academia. Quando voltava para casa, ela acordava seu marido e filha e se concentrava em arrumar algumas coisas da casa e, ao mesmo tempo, preparar um café da manhã rico em proteínas, para que sua família pudesse sair de casa com energia o suficiente.

Enquanto eles comiam, Jihyo lavava e guardava as louças e mal tinha tempo de engolir seu café da manhã antes que precisasse tirar o carro da garagem. Kang Daniel ia para a emissora e a sua esposa levava Dahyun para a escola. O resto do dia era preenchido com as mil e uma tarefas que ela tinha, algumas referentes a grupos da igreja que ela liderava, outro referente a grupos de mães da escola.

E por que tudo isso está sendo contado em vez dela ser apresentada? Porque com tantas coisas para fazer, Jihyo Kang não sabia nem mais quem ela era.

Antes de se casar, era uma mulher doce e bondosa, muito fiel a igreja e aos seus ensinamentos, e sempre estava lá para ajudar seus amigos. Mas essa garota, ela não sabia mais onde estava. Claro que ela amava sua família mais do que tudo e sentia que não era nada sem ela, mas não sabia o que acontecia ultimamente. SPOILER: esse era o problema.