Capítulo 20

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Narrado por Carlota:

_ Quando você entrou nessa sala já estava com seu emprego garantido Carlota. Eu esperei você falar tudo que tinha dentro do seu coraçãozinho bom pois queria saber que tipo de argumentos iria utilizar  para se referir a mim. Você mesmo chateada e decepcionada não faltou com respeito nem comigo e nem com seus colegas de trabalho. Após a injustiça que você passou ainda saiu desse estabelecimento com a cabeça erguida me dando um tempo para refletir toda situação. Me desculpa Carlota por não ter defendido os meus  pelo simples fato de ser um clientes de luxo aqui no estabelecimento. O valor ganhado por eles não cobre o amor e carinho que sinto por você. Carlota a minha filha não foi viajar. - Falou chorando.

_Está tudo bem Margarita. O importante é reconhecer o erro. Eu reconheci o meu erro e você o seu. - Falei sorrindo sem mostrar os dentes.

_ A minha filha morreu em um assistente de carro. Eu não tive a oportunidade de me desculpar com a minha filha. Eu sempre fui cabeça dura e as vezes só quero enxergar aquilo que eu acredito. A minha ignorância fez a minha pequena Miriam sair em alta velocidade e acabar morta nas ferragens de um carro.

_Eu sinto muito Margarita. Eu não sabia que sua filha tinha morrido. Mas sem dúvidas ela te perdoou. Independente do lugar aonde ela esteja, ela te perdoou. O filho sempre perdoa a mãe.

_Você tem um boa relação com a sua mãe?

_ Infelizmente não. Eu não conheço a minha mãe, ela foi embora quando eu nasci.

_ Seu pai é um grande homem. Sozinho conseguiu educar você. - Falou sorrindo tentando me confortar.

_ É  verdade. Eu posso começar a trabalhar normalmente ? - Falei querendo mudar de assunto.

Eu não queria ter que falar sobre minha péssima relação com meu pai. A Margarita já estáva triste o suficiente. Mesmo com tudo que aconteceu eu sabia que ela era uma mulher muito boa e justa.

_Sim, pode ir. - Falou soltando um sorriso.

Eu sem pensar duas vezes vou para o quartinho dos empregados colocar o meu uniforme. Estava tão mais leve em saber que não ia passar por momentos turbulentos novamente. Só em saber que não iria ter que mandar currículos igual louca me deixava feliz.

_ Estou de volta. - Falei para as meninas.

Comecei a atender todos os funcionários com muito amor e carinho. Mais do que o meu normal. Era tão bom está trabalhando. Quando percebo que Megan entra no café da Margarita.

_ Parece que no fim deu tudo certo.

_ Sim, você acredita que vi seu amigo aqui quando cheguei ?

_ Meu "amigo" - Falou soltando uma risada como se minhas palavras fossem tolas. _ A galera que estava aqui era meus funcionários. Todas as relações totalmente profissionais.

_ Menos mal saber que eles não são seus amigos. - Falei soltando um sorriso.

_ Sim, mas vamos lá o que você recomenda para essa minha refeição?

_ Tem uma parte do cardápio que é 100% orgânica e vegana. - Falei direcionando a mesma para tal parte do cardápio.

_ Vou querer esse omelete falso aqui. - Falou apontando seu dedo.

_ Tudo bem. - Falei sorrindo e indo fazer seu pedido.

O dia no café passou bem rápido, estava tão grata por ainda está naquele lugar e triste pela filha da Margarita. A dor de perder um filho deve ser uma das piores dores que um ser humano pode sentir.

Acabei o meu expediente e fui tirar o uniforme para poder ir para casa o mais rápido possível. Fiquei alguns minutos batendo papo com Emma sobre um vestibular que me interessava muito, ficamos enrolando no vestiário até Emma receber uma ligação e sair correndo. Após  guardar as minhas coisas e me organizar faço um rabo de cavalo frouxo e passo um lip tint nos lábios para dar uma vida para aquele rosto cansado. Pego minha bolsa e vou em direção a saída dos funcionários quando esbarro em lindo garoto alto.

_ Perdão, opa quem é você? O café da Margarita já está fechado!!! Mas dependendo da situação posso pegar algo para você. - Falei sorrindo.

_Prazer Ivan.

_ É...é prazer Carlota.

_ É bom saber que a Margarita tem gente tão educadas e prestativas em seu café.

_Quem é você?

_ Sou Ivan, quero dizer filho de consideração da Margarita.

Ivan era um rapaz alto, muito bonito e muito bem vestido, utilizava calças jeans claras e uma camiseta branca que dava um ar mais sério. Seu rosto era simplesmente perfeito, cabelos caramelos, olhos claros e uma boca formato perfeito rosinha. Em seu rosto nenhuma marca de expressão, seus cílios era tão grandes que quando piaçava fazia um arzinho em meu rosto.

_ É...é - Tentava falar alguma coisa, mas estar com pessoas extremamente bonitas me deixava desconfortável.

_ Te deixei sem palavras ? - Falou rindo da minha cara.

_ Bom Ivan, já estou indo. - Falei me despedindo.

Eu não sabia aonde enfiar a cara, provavelmente fiquei vermelha como um pimentão. Graças ao meu tom de pele claro qualquer emoção meu rosto já denuncia.

Andando pelas ruas de Nova York passo na frente de uma loja antiga que Senhor Hoffs cuidava muito bem. Na lojinha tinha de tudo, além de ter um preço muito acessível, ele vendia utensílios usados, por isso o custo benefício era bem menor do que das outras lojas ao redor.

_ Sr.Hoffs ? - Falo entrando ouvindo o sino fazer aquele barulhinho.

_Olá minha querida jovem. O que deseja ? - Falou descendo das escadas.

_ Sr. Hoffs não pode subir sozinho nessa escada. - Falei ajudando o mesmo a descer.

_Estava querendo pegar um anzol antigo. Mas me diga o que te trouxe aqui ?

_ Será que o senhor tem uma bicicleta? Eu não curto gastar dinheiro com transporte público. Estou ajuntando dinheiro para faculdade. - Falei soltando um sorrisinho.

_Tenho sim. Minha neta deixou uma aqui ontem acredita ? Sem dúvidas é para ser sua. - Falou me levando para perto da bicicleta.

_ Ual perfeita. Quanto está??

_ Se é para economizar dinheiro para a faculdade é de graça.

_Não Sr.Huffs !!! Eu não sinto confortável em levar as coisas de graça. É o serviço do senhor não se incomode.

_ Leve como um presente. - Falou sorrindo. _ Eu gosto de incentivar javens como você a estudar. Fazer tudo aquilo que eu não fiz. Seja grande, mas nunca se esqueça dos  lugares que passou e de pessoas importante. Dinheiro é bom mas não compra amor e humildade.

_Obrigada, mas como forma de agradecimento vou procurar o tal anzol que estava procurando. - Falei sorrindo indo atrás do objeto.

O Amor não é obvio Onde histórias criam vida. Descubra agora