O Amor não é obvio

Capítulo 43

Narrado por Carlota:

Tempos depois  ______________________

O fim de semana chegou e hoje era o dia que iria ficar o dia todo na frente de um computador procurando as famosas kitinetes ou até mesmo repúblicas. Gostaria de morar bem perto do café e pagar um preço bem acessível, estava com certo medo da solidão que seria. Estava acomodada a viver boa parte da minha vida ao lado de Sarah. Isso iria me fazer acordar para uma nova realidade.

_ Bom dia. - Sarah fala com olhar meio perdido.

_ Olá.

Nossa relação mudou completamente, não tinha como continuar morando em um lugar cuja relação era embaraçosa. Mesmo ainda sentindo um carinho especial por Sarah estava na hora de seguir meus próprios caminhos.

Todos os dias acordava e a primeira
coisa que via era uma foto que estou abraçada com Megan. Tudo que rolou nos últimos meses mexeu de forma significativa com meus sentimentos. Estava confusa e até mesma perdida. O meu lado direito me subjugava como uma simples carência e o esquerdo se perguntava como é gostar de uma mulher. O que de fato se sente ? Perguntas que me perturbava por todo dia. Me afastei outra vez da única pessoa que esteve comigo esse tempo todo mesmo estando decepcionada com a minha pessoa. 

Pensava em mandar uma mensagem ou até mesmo ir até seu apartamento mas eu poderia acabar estragando o que não está bom. Sinto que não faço bem as pessoas que realmente são próximas de mim. Estou sempre fungindo e me escondendo dos meus reais sentimentos. Sentimentos esse que está diariamente magoando um ou outro.

_ Acordei indisposta. - Sarah dizia com a mão na cabeça.

Nosso relacionamento é casual, não sinto rancor e nem nojo. As vezes vem a cabeça a traição e alguns detalhes que meu próprio cérebro inventou. Além do fato que estamos frias uma com a outra e é muito provável que quando for embora não manteremos contatos. Tudo estava explodindo e virando poeira, era tudo muito estranho.

_ Toma um chá.

_ Eu não estou nada bem. Minha barriga está doendo de forma fora do comum. Sinto minhas mãos soar e minha cabeça girando.

_ Vou ligar para sua mãe. - Grito ao perceber que a mesma estava quase a desfalecer.

Tento ajudá-la com sal em sua boca mas não vejo melhora, tento com açúcar para que se no caso a glicemia estivesse baixa aumentasse sem grandes sequelas no cérebro.

_ Sarah tá me escutando. - Gritava.

Ela apenas fazia sim com a cabeça mais não se movia, ela estava pálida e eu já estava quase chamando a ambulância. Sua mãe chega imediatamente e já auxilia sua filha para o carro. Eu apenas ajudei e depois voltei para o apartamento.

Quando estou guardando a bagunça que tinha feito, começo a ouvir telefone da mesma tocar freneticamente. Após várias chamadas decido ver quem é já  que Sarah não estava disposta para atender o telefone. Pego o celular nas mãos e começo a tremer quando percebo que Ivan era a pessoa ligando sem parar para o celular da Sarah.

Não consigo simplesmente ignorar o fato de ter tantas mensagens e ligações, eu não aguentei de tanta curiosidade e abri a mensagem.

_ Eu quero sentar e conversar com a Carlota. Eu nunca fui de fazer essas coisas. Boa parte da culpa é minha. Eu sabia da sua inocência e mesmo assim fiz o que fiz. -  Ivan

_ Eu só quero esquecer tudo. Quero a amizade da minha amiga de volta. Ela sempre foi a irmã que eu nunca tive. - Sarah