Louis' POV
- Louis, eu não posso te levar para casa. - Harry disse depois de um tempo, encarando suas próprias mãos. - Me desculpe.
Dessa vez resolvi não protestar. Eu sabia que insistir no assunto não iria ajuda-lo - ele precisava de seu próprio tempo.
- Tudo bem. - respondi com um sorriso.
- Sério? - Harry olhou para mim com olhos marejados. Era como se ele estivesse com medo de me ferir.
Eu precisava transmitir segurança à ele, embora nem eu mesmo conseguisse me sentir seguro.
- Não se preocupe, prometi à minha mãe que passaria no mercado antes de voltar para casa.
Estiquei a mão esquerda e sequei uma lágrima que escorria pelo seu rosto.
- Não chore, amor.
Harry estremeceu quando pronunciei a última palavra, mas ele não se afastou do meu toque. Continuei com a mão em seu rosto, e passei meu dedo indicador no local onde fica a sua covinha. Notei como o corte que havia em sua bochecha havia melhorado, quase nem dava mais para notar.
- Sinto falta do seu sorriso. - eu disse baixinho, embora não houvesse mais ninguém ali além de nós.
- P-Por quê? - ele gaguejou, me fitando com olhos curiosos.
Fiquei calado por algum tempo. Esse não era o tipo de coisa que eu conseguisse colocar em palavras.
- Porquê você tem o sorriso mais lindo do mundo.
As bochechas de Harry ficaram tão vermelhas que não pude evitar de sorrir.
A expressão em seu rosto era indecifrável, como se ele estivesse lutando contra um turbilhão de sentimentos.
- Louis.. - ele me chamou com uma voz envergonhada.
- Sim? - acariciei seu rosto mais uma vez, percebendo como sua respiração havia ficado acelerada de uma hora para outra.
- Eu posso ir ao mercado com você?
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Saímos do carro e fomos andando até o mercado mais próximo, a três quadras dali.
Harry não parecia cansado e muito menos reclamou quando eu disse que ainda estávamos longe. Ele caminhou ao meu lado, mantendo uma pequena distância entre nossos corpos.
Harry parecia andar em constante alerta o tempo inteiro, olhando para os lados e para trás como se alguém estivesse nos seguindo.
Eu dizia à ele que estava tudo bem, mas eu sabia que em sua mente não estava. Era como se eu pudesse entende-lo, mais do que a mim mesmo.
Chegamos na frente do pequeno mercado. Haviam várias pessoas ao redor de uma barraca de algodão doce, formando uma fila consideravelmente grande.
Logo ao lado, no chão perto da porta, estava uma pequena caixa de papelão com cerca de cinco ou seis filhotinhos de gato.
Uma placa na frente, escrita com uma caneta vermelha em letras tortas, dizia "filhotes procuram um novo lar". Sorri para a garotinha que segurava um dos gatinhos no colo, e logo entrei no mercado sem ao menos olhar para trás.
Eu havia decidido começar pela sessão de verduras que ficava ao lado direito, quando senti falta de um garoto de cabelos cacheados ao meu lado.
- Harry? - chamei em voz alta, olhando ao redor. Nenhum sinal dele.
Voltei novamente até a porta, já sentindo meu coração acelerando.
Assim que vi seu reflexo através do vidro eu consegui me acalmar. Ele estava lá fora, em pé ao lado da pequena caixa.
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Haunted Sundays
FanfictionQuando uma tragédia acontece, a única maneira de conviver com a dor é buscar uma estratégia dentro de si mesmo. Para Louis era assim que acontecia: todos os domingos serviam como uma forma de punição para lembra-lo da culpa que lhe consumia. Até que...