NA: Gostaria de agradecer do fundo do meu coração por todas as leituras, os votos e os comentários. Essa história é algo realmente especial para mim, e fico extremamente feliz por vocês estarem gostando. Obrigada, obrigada e obrigada. Eu amo vocês!! x
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Louis' POV
Harry havia me beijado.
Pelo restante da semana essa foi a única coisa que se passou pela minha cabeça.
Eu encarava o celular o dia inteiro, esperando que ele fosse me ligar ou mandar uma mensagem - mas nada acontecia.
Fizzy começou a reclamar dizendo que eu estava estranho, meio distante, e eu sabia que ela estava certa. Na sexta-feira depois da escola eu a levei para o shopping, e ficamos lá o dia inteiro. Quando voltei para casa, já perto das dez horas da noite, os lábios de Harry pareciam apenas uma realidade distante, perdida em algum canto em minha mente.
Apenas esperando para ser entendida, assim como todas as outras coisas que aconteciam em minha vida.
No sábado pela manhã resolvi ir até o mercado. Mamãe estava ocupada demais cuidando de Phoebe e Daisy, que haviam pegado um resfriado.
Andei duas quadras até uma pequena mercearia mais próxima da minha casa, mas assim que cheguei dei de cara com um aviso na porta. Estava fechado devido a reformas.
Fiquei parado pensando se seria melhor voltar para casa ou pegar um ônibus até o centro da cidade, e enquanto eu tentava decidir meu celular começou a tocar.
Meu coração quase saiu pela boca, mas assim que o retirei do bolso vi que era apenas a minha mãe.
"Alô?"
"Louis, você poderia ir até a farmácia? O remédio para febre acabou."
"Claro." - respondi.
"Obrigada, querido." - ela disse, antes de encerrar a ligação.
Andei até o ponto de ônibus mais próximo e peguei o primeiro que estava passando.
Eu odiava ter que andar de ônibus, mas não tínhamos dinheiro suficiente para viver de táxi e muito menos para manter dois carros. O único carro da nossa família estava sempre com papai, que parecia nunca voltar para casa.
Decidi ir primeiro até a farmácia, e depois eu passaria em algum mercado para comprar as coisas que mamãe havia pedido mais cedo.
Desci do ônibus 15 minutos depois me sentindo completamente enjoado. A única farmácia que havia aqui ficava logo do outro lado da rua, e era maior do que a minha casa inteira. Havia uma variedade tão grande de remédios que daria para se perder lá dentro.
Eu costumava frequentar muito esse lugar, até fiz amizade com algumas pessoas que trabalham lá. Mas parei de tomar meus remédios há algum tempo, quando percebi que nada disso iria me ajudar.
Eles só tornavam os dias felizes mais complicados do que já eram.
Atravessei a rua e fiquei um tempo parado em frente a porta. Minhas mãos estavam suando e minha garganta estava seca.
Quando as pessoas dizem que esses tipos de remédios para quem sofre de problemas psicológicos são como drogas, elas estão completamente certas. Só o fato de entrar naquela farmácia e ter que andar pelos corredores me causava uma necessidade absurda de comprar um frasco.
Mesmo que eu odeie tomá-los e odeie mais ainda a ideia de que eles possam me ajudar, meu cérebro parecia agir sozinho.
Entrei depois de um tempo, soltando o ar devagar. O ar condicionado estava tão gelado que cheguei a me encolher dentro do casaco.
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Haunted Sundays
Fiksi PenggemarQuando uma tragédia acontece, a única maneira de conviver com a dor é buscar uma estratégia dentro de si mesmo. Para Louis era assim que acontecia: todos os domingos serviam como uma forma de punição para lembra-lo da culpa que lhe consumia. Até que...