23°Capítulo

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Emma's Pov 

- Porquê que não me disseste que eles tinham voltado? Devias ter-me dito que eles te andavam a chantagear. Podíamos ter falado comigo! - diz Daniel num tom zangado. - Eu agora nem sei se essa história é verdade ou não, Emma. Como esperas que acredite em ti? 

- Daniel, eu sei que já te menti e não o devia ter feito, mas eu estou a dizer a verdade. Eu juro que sim. Que motivos teria eu para te mentir mais? - pergunto. 

- Não sei.- olha-me nos olhos. - Eu gostava de conseguir acreditar em ti mas não consigo. Traíste a minha confiança, Emma. - diz. 

- Daniel, eu juro que estou a dizer a verdade. Eu nunca envolveria o Zach nesta vida de propósito. Ele estava no sítio errado agora errada. E eu nunca teria assaltado a casa do Jonah se não tivesse a ser chantageada. - digo. - Tenta entender que eu não te podia contar. Eu tinha medo daquilo que eles te poderiam fazer. Eles são perigosos. 


- Eu não quero ouvir mais nada. Já não confio em ti, Emma. - é a última coisa que diz antes de sair. 




Alguns dias depois




O juiz decidiu que eu e o Zach podíamos aguardar o julgamento em liberdade uma vez que não tínhamos cadrasto e entendeu que não havia perigo de fuga. Escusado será dizer que a sua mãe me despediu da livraria e nem me pode ver. Eu compreendo. Por minha culpa o filho pode ir preso. 

Passo os dias sozinha e todos os dias ligo para o Daniel, mas ele nunca me atende. 

Há uns minutos recebi uma mensagem da Anna a dizer que queria falar comigo. Ainda não falámos desde que fui detida. Ela deve odiar-me.

Ouço a campainha e abri a porta. 

- Nem sei por onde começar… - confessa Anna. 


- Deves odiar-me.- digo. 


- Eu não te odeio, Emma. Odeio aquilo que fizeste o meu irmão passar, isso sim odeio. Mas não a ti. - esclarece. - Estou muito desiludida contigo. Não te via como uma pessoa assim. - os seus olhos mostram desilusão. - Eu considerava-te minha melhor amiga. Eu confiava em ti e agora sinto que nem sei quem tu és. 


- Anna…


- Não, deixa-me acabar. - interrompe-me. - Não magoaste só o meu irmão, mas sim toda a minha família. O Daniel já nem parece o mesmo. E a família do Zach… Coitados. Estou com medo que ele vá preso. - ela suspira. - Mas ninguém te consegue odiar. Apenas estamos desiludidos contigo e esperamos que um dia seja possível voltar a confiar em ti. Mas por enquanto, preferimos que te afastasses, principalmente do Daniel. Ele não te quer ver, Emma. - diz Anna. 


- Eu compreendo. - digo. - Mas tudo aquilo que eu sinto pelo Daniel é verdadeiro. Eu amo-o mesmo e espero que um dia ele me posso perdoar. Eu vou estar aqui à espera dele. Quanto à tua família, podem contar comigo para o que quiserem e eu espero que voltem a confiar em mim. Vocês mostraram-me o que é ter uma família. E só tenho a agradecer por isso. 


- Eu vou andando. Adeus, Emma. - Anna levanta-se do sofá e sai do meu apartamento. 


Custa saber que o Daniel nem me quer ver ou ouvir falar de mim. Mas eu mereço isso. E ele merece alguém bem melhor do que eu mas eu estarei aqui quando ele estiver pronto para confiar em mim outra vez. 




Daniel's Pov




Por muito que ela me tenha magoado não consigo parar de pensar nela. Já se passaram alguns dias desde que a fui ver à esquadra e sei que ela agora está a aguardar julgamento em liberdade. Não sei se acredito na versão dela desta história, mas gostava que o juiz acreditasse. Não lhe desejo mal nenhum muito menos que seja presa. Mesmo que tenha cometido todos os crimes de que é acusada. E sim, eu tenho noção do quão mau isto soa se ela realmente for culpada. Mas lá no fundo do meu coração, eu acredito nela. Eu acredito na sua inocência. Só tenho de fazer a minha cabeça acreditar também. 

Nestes últimos dias tenho-me sentido perdido. Parece que já não sei quem sou sem ela. Já não sou o mesmo. E sinto falta dela. Sinto muito a falta dela. Aqui em casa toda a gente evita falar nela mas eu preferia que falassem. Ao menos ficava a saber o que pensam dela agora. Porque por mais coisas erradas que ela tenha feito, eu quero-a. Mas não agora. Para já ainda não consigo confiar nela. Preciso de tempo, mas gostava que a minha família não a odiasse e se lembrasse do quão feliz ela me fez nestes últimos meses. 



Como posso amá-la tanto mesmo depois de todas as coisas más que ela fez? 

"Amor, Daniel. O amor é assim!" exclama o meu subconsciente. 

A Second Chance || Daniel Seavey Onde histórias criam vida. Descubra agora