Capítulo 2

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Grito realmente desesperada, não acreditando que aquele Peeta, que é um verdadeiro desconhecido, voltou.
Enquanto eu estava querendo apenas abraçar aquele menino quase perfeito, aquele que vê o lado bom de tudo, aquele que me ama incondicionalmente, aquele garoto do pão, por quem eu realmente, de certa forma me apaixonei.
estou completamente desesperada, grito, na esperança de alguém me ouvir e vir me socorrer, mas isso não acontece.
Peeta é bem mais forte que eu, portanto tem um gigantesca vantagem e me rola facilmente para debaixo dele, me prende com as pernas.
Tento me livrar de suas mãos em meu pescoço e ele por vez tenta alcançá-lo.
Sinto que não aguentarei por muito tempo, já que lutar com Peeta que tem o dobro do meu peso ou mais, é totalmente inútil.
Vou perdendo força, e vou deixando lentamente meus olhos se fecharem, meu pescoço dói, minha garganta lateja. Sinto que depois de tudo o que passei, finalmente chegou a minha hora.
Penso o quanto a vida é engraçada e traiçoeira é como o nosso mundo da voltas, já que os mesmos braços que me causaram conforto e paz, agora estão prestes a tirar minha vida.
Uma escuridão vai me invadindo junto com uma tontura gigantesca, antes de perder os sentidos abro os olhos e encaro aqueles lindos olhos azuis, que agora demonstram uma raiva gigantesca.
Não sei como, mas tenho fôlego, para falar uma única frase.
- Você disse que estaria comigo...Sempre- dou ênfase na ultima palavra. Que sei que marcará Peeta.

Suas mãos vão se afrouxando de meu pescoço, mas sei que é tarde demais pra mim, pois vou fechando os olhos lentamente, e sinto que chegou meu fim.
Adormeço.

Quando acordo novamente, descrente de ainda estar viva, percebo que estou em um quarto azul que parece ser completamente estranho aos meus olhos.
Tento me mover mas meu pescoço dói muito.
Quando então a porta rústica do quarto se abre, e um medo de ver Peeta, me invade.
Mas não, era Haymitch.
Uma pequena alegria surge em mim, pois sei que Haymitch é alguém que posso confiar. Ele então sorri de volta e deixa sua marca.

- Olá queridinha, acho que dormir demais.- fala tentando manter seu jeito seco, mas não deixando escapar a alegria de ver que estou bem- Você nos preocupou bastante- "nós" quem? Eu preocupei Haymitch e quem? Espero que não seja... meus pensamentos parecem ser lidos por Haymitch que fala- Peeta está completamente arrependido, ele mesmo te trouxe até mim depois do acontecido, e me explicou toda a situação, ele teve um flashback, e viu você novamente como uma ameaça, mas logo que recuperou os sentidos se arrependeu, e desde que chegou aqui, não parou de chorar.
Eu não duvido de nenhuma palavra de Haymitch, pois sei que mesmo com estes flashbacks o garoto que eu conheci ainda está ali, vivo.
- Ele quer vir aqui, falar com você pessoalmente é lhe pedir desculpas- Haymitch completa- Disse que se você quiser eu posso ficar aqui para impedir qualquer ação dele, e disse também que vai entender se você não aceitar essa sugestão ou se nem ao menos queira vê-lo.

Penso em aceitar a primeira opção, mas então penso que quero uma conversa a sós com Peeta, e mesmo que ele me ataque novamente eu não ligo, minha vida já está acabada mesmo, ele só estará me fazendo um favor.

- Pode mandar ele subir- falo ainda com dificuldade- e não precisa acompanha-lo.

Haymitch assente e sai do quarto, fechando a porta atrás de si.
Um pavor me invade, pois só agora me dou conta de que vou estar cara a cara com o menino que tentou me matar. E mesmo que eu ame Peeta, não sei se ele ainda sente o mesmo por mim.
Meus pensamentos são cortados pela porta que se abre lentamente, é que ao se abrir por completo, revelam um menino loiro, com cabelos bagunçados e olhos azuis com um pequeno tom avermelhado que provavelmente foi causado pelo choro, e seu rosto, está inchado.
Percebo na hora, que Peeta está arrependido e envergonhado pelo acontecido, percebo que meu garoto do pão voltou, voltou pra mim.
Ele caminha até a cama e estende a mão, eu recuo, meio que no automático, não propositalmente, pois o que eu mais quero é pegar sua mão.
Ele abaixa a mão, e me encara, parecendo buscar as palavras certas.
- Katniss... eu... eu quero me desculpar, eu realmente não sabia o que atava fazendo, e... - ele olha pra baixo e uma lágrima brota em seus olhos.

- Peeta, não se preocupe, eu já estou bem, e sei que você teve um flashback, e o que fez não foi intencional.- falo com sinceridade

- Obrigado- ele fala já mais animado- vou deixá-la descansar, e se precisar de alguma coisa basta chamar, Haymitch e eu estamos na sala.

Não! Eu quero você aqui, comigo! Peeta já está na porta se virando para sair quando o chamo.

-Peeta! Eu...- a coragem some rapidamente. Mas percebo que preciso inventar algo já que agora Peeta me encara e parece esperar pelo resto da frase que eu comecei a pronunciar. - eu queria que me trouxesse um lanche ou algo assim.
Peeta assente é sai do quarto, levando junto toda luz e alegria que preenchiam o espaço com sua presença.
Logo que a solidão chega, os pensamentos de Prim brotam novamente, e começo a chorar.
Decido tomar um banho paramentar esquecer de tudo e de todos que me cercam.
Vou até a suite do quarto, quase que me arrastando, pois a dor pelo meu corpo ainda é grande, abro o box, e ligo o chuveiro, enquanto a água esquenta vou tentar tirar minha roupa o que é inútil já que sou capaz de tirar apenas a camisola, o cansaço é muito grande, e entro debaixo do chuveiro assim mesmo, com minhas roupas íntimas. A água bate em minha cabeça e escorre para o resto de meu corpo.
Pensamentos de Prim, Gale e minha mãe me invadem, e começo novamente a chorar, que aliás tem sido meu maior passa tempo.
Me jogo no chão do box em prantos, o que causa um barulho, um tanto alto.
Meus pensamentos são interrompidos pela porta sendo aberta.
Surge Peeta, com uma bandeja na mão, ele me encara e um rubor sobe rapidamente em seu rosto, a princípio n entendo o motivo, mas em seguida me lembro que estou apenas em meus trajes íntimos, e o mesmo rubor de Peeta se instala sobre meu rosto, já que, mesmo tendo fingido por bastante tempo nosso romance para a capital, nós nunca passamos de beijos em frente as câmeras e por tanto nunca nós vimos nestas situações.
- Katniss, eu... eu... me desculpe... eu ouvi um barulho quando vim trazer seu lanche, e me preocupei... mas percebo que foi um erro, me desculpe- Peeta fala já se virando para sair quando eu o impeço.

- Peeta, não vá... eu...eu- palavras me faltam, eu não posso simplesmente falar que quero ele ali comigo, que quero suas palavras que me proporcionam paz, seus abraços que me mantém segura e seus beijos que me confortam.
Então falo
-eu quero que... que deixe a bandeja- ele me encara e parece desapontado com o que eu disse.

Ele Assente e deixa a bandeja sobre uma mesinha no canto do banheiro.
Quando está preste a sair eu tomo coragem e falo.
- Eu não quero bandeja alguma, quero... você- falo tão baixo que espero pelo som da porta de fechando, achando que Peeta não tenha ouvido, mas quando olho lá está ele, me encarando com seus belos olhos azuis.
E vindo em minha direção. Peeta abre a porta de vidro do box e me estende a mão.
Em resposta eu estico a minha. e sou levantada com um puxão.
Quando me deparo estou com a mão sobre o peito de Peeta e ele com as mãos repousando sobre minha cintura.
Sinto que preciso falar algo para quebrar o silêncio.

-Peeta, eu só quero...- sou interrompida por um beijo inesperado, o beijo que eu precisava, com seus lábios quentes nos meus percebo que este é uma dos únicos beijos em que ambos sabemos o que estamos fazendo e ambos queremos que aquele momento aconteça.
É o melhor beijo de minha vida, realmente intenso e verdadeiro.
Quando percebo estou imprensada contra a parede do box, e Peeta e eu estamos debaixo do chuveiro.

É quando então....

Katniss e PeetaOnde histórias criam vida. Descubra agora