Filipe narrando_
Um moleque... Um moleque... Eu tenho um moleque... Sinal que sei fazer direito 😏 Próximo passo matar todo mundo e ficar com o MEU moleque, vou ensinar tudo o que sei. É... Vai se tornar dono do meu império. Perdi uns negócios por causa daquele filho da puta do João, mas não foi tudo e eu ainda vou ter meu império de volta. Ainda tenho os capangas ao meu lado e é isso o que importa. Aquele filho de uma puta fez aqueles nojentos matarem meu cachorro, mas tudo bem... Isso vai ter volta. Vou ter um pitbull dez vezes mais forte, bem mais forte, o próprio diabo em pessoa. Quero ver alguém se atrever a encostar um dedo no cão. Ah... Quero verJoaquim : fez bem em mandar matar o neguinho com luva, vão investigar mais a fundo o que aconteceu - diz deitado no sofá velho e rasgado enquanto eu tava sentado na janela conversando com o Anderson por mensagem. Estava resolvendo uns assuntos... Sim... Ele não foi pego. Pelo menos não ainda
Filipe : sem provas não tem como chegar na gente. O Caíque era do seu grupo e saiu antes das investigações começarem - digo sem me importar ainda falando com o Anderson. Digito:"pode pá, o que precisar dá um toque, mas fica ligeiro(esperto). Os homens estão espertos com a favela"
Joaquim : mas ele pode ter contribuído com a polícia na época. Você pode não estar fudido, mas e eu? - me olha e o encaro deixando o Anderson de lado
Filipe : quem disse que não estou fudido? Eu era braço direito daquele porra do carioca - e movimento minhas pernas que pendiam no ar. Eu sou alto, mas a janela era mais, isso por segurança eu sou o mais fudido da história. Acho que nem existe uma pena tão grande assim pra mim. Como é? Vou ter uma pena de 99 anos? Ou melhor... Pena de morte? No Brasil não tem isso até onde sei, se eu fosse estrangeiro eu estaria fudido a essa altura do campeonato 😂
Joaquim : então porque temos que nos preocupar? Ninguém sabe onde a gente tá - comenta sua dúvida
Filipe : sim, mas melhor não confiar nisso. De qualquer forma, sem provas a polícia não pode falar que a morte do cara foi culpa nossa. É isso que tô dizendo. - bufo : Aprende uma coisa Joaquim. Criminoso de verdade nunca deixa rastro quando pode não deixar. Se um dia tu for pego não vai ter muita pena pra pagar e vai ser livre fácil fácil. Entendeu? - dou-lhe uma pequena aula. O moleque é muito otário
Joaquim : e se aquelas policiais do presídio feminino denunciar a gente? - comenta pensativo e tento refrescar minha memória. Ele tava falando da morte da Kettlin
Filipe : não vão. Com uma conta recheada não mesmo, - sorrio : mas se denunciarem Joaquim... Ai eu digo que estamos fudidos - comento sem dar muita importância
Joaquim : vendo por esse lado vou passar menos tempo na cadeia que você - sorri e o encaro
Filipe : não gostei do trocadilho vagabundo de uma figa 😒
Joaquim : falei a verdade - e retribui o fuzilamento do olhar
Filipe : pirralho vem cá, porque você tá pirraçando tanto ultimamente? - pergunto bem irritado se inclinando para a frente e entrelaçando os dedos após colocar o celular na janela ao meu lado
Joaquim : quem te falou isso? - aparentemente fica confuso
Filipe : tô vendo. Não testa minha paciência - ele bufa e se senta olhando para o chão
Joaquim : minha tia falou que me transformei no filho da puta do meu pai - diz revoltado e eu que perco a paciência
Filipe : e de novo a titia. - bufo : Caralho Joaquim! Se toca! Tu é o que é agora. Um assassino. Matou a peguete do carioca a facada e agora o neguinho com um tiro bem preciso no coração. Precisa de um empurrão pra se tocar do que é? Beleza. Tu é um assassino - digo furiosamente olhando para ele que me fuzila com o olhar
Joaquim : assim como você - julga e ergo a sobrancelha atrevido do caralho 😒
Filipe : não tem como voltar atrás. Você viu o que aconteceu com o Caíque. Vai vacilar agora? - provoco ao lembrá-lo
Joaquim : e seu pirralho vai crescer como? Imagino que não queira ver o moleque com uns 5 anos brincando com tuas armas no escritório né? - também provoca e o fuzilo com o olhar : ai tu chega e pega a criança com um fuzil na mão, se for menina a arma vai tá com um lacinho rosa. - diz fazendo gestos com a mão como se desenhasse um laço no ar : Olha que legal - sorri ainda revoltado. O encaro ainda mais, me controlando para não socar ele
Filipe : tá me testando? - aposto perguntar mais nervoso ainda
Joaquim : me fala aí, é menino ou menina? - e continua. Meu sangue tava fervendo
Filipe : não te interessa! - minha paciência estoura e vôo em seu pescoço dando um soco na cara dele que ri. Soco a cara dele sem dó até que ele começa a tossir sangue. Vi que eu já tinha dado o recado e me levanto, eu ainda ia precisar dele : vai me testar outra vez? Ou tá comigo ou não tá. Simples assim e uma coisa eu te digo Joaquim, entrou nessa é melhor continuar comigo antes que você conheça o teu caixão cedo demais. Vai vacilar seu otário? Vai se atrever a me encarar? Se eu fosse você não faria isso. Espero que continue fazendo as coisas direito porque se não, até eu vou ter dó de você. - hesito : Tu teve sorte que parei de te murrar. Sabe que quando começo é difícil me controlar. Sorte a tua que ainda tem utilidade pra mim. Pau no cú - dou um chute em sua barriga e saio de perto dele. idiota 😒 Observação: ele ainda estava no sofá. Sujando a porra do sofá velho com o sangue porco dele 😤. Me volto para ele : quando se recuperar vai atrás de saber em qual presídio a porra do João se meteu e aí de você se fizer alguma coisa pra tentar me derrubar - digo apontando o dedo para ele ainda com a raiva na pele. Mais uma vez me afasto dele, dessa vez vou para fora do barraco depois de pegar meu celular da janela. Piso no gramado e vou até um baú velho atrás da casa em que eu guardava minhas drogas. Pego um charuto de maconha e começo a usar a droga. Vou para a frente da casa outra vez e fico tranquilo usando o charuto até que ouço barulhos estranhos na mata. A casa que eu e o arrombado estava era no meio do nada. Me atento ao lembrar que peguei o idiota do moleque no celular e começo a observar o local ao redor até que vejo um homem com um selo da policia no peito cujo segurava um pastor alemão pela coleira e arregalo meus olhos. Começo a correr velozmente para dentro do barraco velho para tentar pegar o Joaquim. Eu não era louco de deixar ele ali. Era uma bomba relógio : vem vem vem! Vamos logo tem um policial vindo aí! Vai Joaquim caralho! Vamos! - digo tentando puxar ele do sofá, ele que estava furioso olhando para o chão
Joaquim : porque não me deixa aqui tiu?! - pergunta revoltado e olho para a porta com o coração a mil não... Não vou ser preso agora não... Agora não!
Filipe : e eu sou louco agora de deixar uma bomba pra trás? Vamos! - ordeno. Ouço quando o policial bate na porta com violência
Xxx : tem alguém aí? - pergunta bruscamente uma voz grave. Olho para o Joaquim com sangue nos olhos e solto minha mão de seu braço. Tento falar baixo
Filipe : fica quieto - peço ainda atento para ouvir qualquer som do policial. Provavelmente ele não tinha me visto, pois eu o vi de longe. Se ele tivesse me visto já estaria aqui dentro
Xxx : tem alguém aí?! Eu vou arrombar - ameaça e vejo quando o Joaquim arregala os olhos
Joaquim : ele vai pegar a gente! - diz amedrontado e arregalo os olhos pelo volume do tom de voz dele porra mano! Merece levar outra surra velho 🤦🏾♂️
Filipe : cala a boca - ordeno mais uma vez e logo em seguida outro estrondo. A porta tinha sido arrombada : vamos, vamos, vamos! - e corremos em direção ao quarto cujo tinha uma janela igual a que eu estava
Xxx : parado aí! Parado aí! - mas continuamos a correr até que chegamos na janela dos fundos e pulo para ajudar o Joaquim a pular
Filipe : vamos caralho! Maldita hora que inventei de te dar uma surra! - e consigo o puxar para o lado de fora bem no momento em que o policial soltou o pastor alemão feroz em cima de nós dois. A janela era de uma estrutura antiga e se soltasse o apoio que ela tinha, o vidro cairia na hora e foi o que fiz, destravei o que segurava o vidro em cima da cabeça do cachorro que ia pular a janela para nos atacar. O cachorro começa a chorar ensurdescedoramente e eu pego o braço do Joaquim o passando pelo meu ombro para corrermos entre a floresta. O garoto ri
Joaquim : deixa eu adivinhar... Vingança? - pergunta enquanto corríamos
Filipe : cala a boca e corre - digo olhando para trás. O policial estava na janela soltando o cachorro e acabo rindo. Um cachorro deles para eles era como se fosse da família, mas como esse cara chegou aqui sozinho deve ser ego dele me encontrar : trouxa - até que ouço barulho de tiro, porém não havia pegado em nós e continuamos a correr. De longe vejo quando o policial fala em um rádio observando bem distante a gente correr. Ele tava chamando reforços
Joaquim : pra onde a gente vai agora? - pergunta ainda correndo comigo, ele tava cansado. Quando saímos da visão do policial o puxo para trás de uma árvore enorme
Filipe : sei lá, mas não vou mais me arriscar a ficar em esconderijos meu. Só corre agora - peço o olhando ofegante. Ele também estava, mais do que eu por causa da surraE continuamos a correr. Quando víamos policias nos escondíamos entre as árvores outra vez para correr novamente. Quando finalmente o perigo passa, encaro o Joaquim que ria. Estávamos sentados no asfalto de um começo de uma cidade próxima da mata onde o policial havia nos encontrado
Joaquim : e aqui estamos nós outra vez! Fugindo da polícia - diz infeliz com a situação. O encaro calculista filho da puta! 🤬
Filipe : foi você não foi?!
Joaquim : eu?! - pergunta completamente surpreso e ainda revoltado
Filipe : tava estranho pra uma porra é óbvio que foi você! Tá maluco Joaquim?! Quer morrer? Fala logo! - ordeno também muito nervoso e ele insiste
Joaquim : não foi eu! - o encaro ego de policial 💭 : se quiser me mata aqui e agora, mas não foi eu! - diz ainda revoltado e dou de ombros
Filipe : claro que não foi. Isso é ego de policial. Esse filho da puta deve tá me caçando - penso
Joaquim : viramos bichos selvagens agora? - aposta perguntar e o encaro com os nervos a flor da pele fudeu 😶...
VOCÊ ESTÁ LENDO
O meu Silêncio - Sonho de criança(6) ✔
Novela JuvenilDepois de tantos perigos e problemas, uma batalha final vem aí e tudo o que a menina rica de humildade, simplicidade e caráter deseja, é ficar na fazenda com os animais. Um sonho de infância dela.