Chapter 5

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CHAPTER FIVE



Dimitri Yure Rachmininov

Nenhum trabalho, curso, faculdade poderia me preparar para isso. Sabe o que é ver sua mulher cair roxa no chão sem conseguir respirar? E pior, você não saber prestar o socorro necessário? Te adianto, é inexplicavelmente ruim. Após o susto inicial do pânico, peguei o telefone do hotel e berrei por ajuda. Em pouco tempo os paramédicos chegaram e a colocaram na maca e saíram em disparada para fora do hotel. Nunca vi o tempo passar tão devagar na minha vida! Chegamos ao hospital mais próximo e ela foi levada para a emergência, onde não pude acompanhá-la. E essa foi a pior parte da minha noite. 

Ficar 2 horas sem notícias é, de longe, a pior coisa que existe! Vi outros pacientes chegando, alguns em estados bem graves, e nada de notícias. Andei pelo andar inteiro, conversei com as enfermeiras que tentavam me acalmar, e nada. Foi quando uma enfermeira, que devia ter seus 50 anos, chamou. 

- Anna Clara Wood? - me levantei num pulo e fui em sua direção. 

- Aqui! Como ela está? - disse em inglês e a enfermeira me olhou estranhando. 

- Deixa comigo, Maria. Boa Noite sou o Dr. Hugo Guimarães, médico e amigo de Anna - disse em inglês. 

- E como ela está, doutor? - perguntei aflito. 

- Já foi medicada e passa bem, está acordada. O senhor pode ir vê-la agora! 

- Muito Obrigada! - e seguimos pelo corredor com várias cortinas e macas. E meu morango estava na ultima delas, ainda pálida e com os olhos sonolentos, mas estava bem. 

- Ai meu morango, quase me matou do coração! - beijei seus lábios intensamente, porém, rapidamente - Por que não me disse que era alérgica a camarões? 

- Na verdade, ela é alérgica a frutos do mar em geral. E a bananas. Já passei pelo mesmo choque! - disse Dr. Hugo em meio a risadas. 

- São amigos há muito tempo? 

- A gente namorava. - Anna se pronunciou - Ele foi o melhor namorado que eu já tive. Muito grudento, mas o mais divertido! - e começou a rir. 

- Ei, eu sou carinhoso tá legal? 

- Ele era mais bonito - sussurrou pra mim - Tinha cabelos compridos, iguais aos seus! Ainda mais loiros! E eu to vendo dois de você! - começou a rir. 

- Eu fui pro exército, se lembra? Sinto falta do meu cabelo! - passou as mãos no cabelo curto. 

- Eu também sinto! Tinha tesão por eles! - Meu Deus, ela estava louca! 

- Ela está bem, doutor? - perguntei mudando de assunto. 

- É só o efeito do forte antialérgico que ela tomou. Vocês namoram? - perguntou nos olhando. 

- Sim! 

- Não! - respondeu Anna ao mesmo tempo - Hugo, sabia que o Dimitri é rrrrrrrrrrusso? - puxou muito o "R" e começou a rir novamente- Uau estou tão grogue! 

- Estou vendo! Tá com alguma dor? 

- Não! Dimitri! - me chamou - Sabia que ele já se vestiu de Madonna pra conseguir ganhar dinheiro pra ir viajar? - e disparou a rir de novo! 

- Ai Jesus! Anna! Não precisa falar isso pra todo mundo! Bom está na minha hora! Daqui a alguns minutos a enfermeira vem te dar alta, okay? - ele foi até ela e a abraçou - se cuida, bebê! 

- Eu te amo, meu amor! - que porra é essa? 

- Obrigado por tudo, doutor! - apertei sua mão um pouco mais forte que o normal. 

- Hm, imagina! Cuida bem dessa princesa! - olhou-a com carinho. 

- Eu vou! - filho da puta, já chega de olhá-la assim! 

- Senhor Rachmininov? - chamou meu morango, ainda grogue, depois que acompanhei o doutor Hugo inimigo pra fora da cortina. 

- Sim, senhorita Wood? 

- Percebi que não gostou muito do Hugo - disse sorrindo. 

- Ele não agradou muito a minha pessoa. Por que, senhorita? 

- Está com ciúmes, Dimitri? - perguntou com um sorriso gigantesco no rosto. 

- Mas é claro que não! Não sou homem de ter ciuminhos! - meu negócio é CIUMÃO mesmo, mas ela não precisava saber! 

- Você tem ciúmes de mim. Dimitri tem ciúmes de mim! - cantarolou ainda com aquele sorriso no rosto. 

- Senhorita Wood? - interrompeu a enfermeira que me chamou logo cedo - A senhorita já pode ir para casa! 

- Me ajuda a levantar, menino ciumento? - me pediu ainda sorrindo. 

- Quero ver se vai continuar sorrindo quando eu te fizer gritar dentro do quarto do hotel! - sussurrei em seu ouvido. 

- Isso é uma promessa, grandão? - sussurrou, também, em meu ouvido. Essa mulher vai me matar! 

- Anna, não me tente! 

- Eu? Nunca, senhor Rachmininov! Nunca! - e gargalhou enquanto eu a carregava em cadeiras de rodas até o carro. 


~*~

Sobre a nova versão de Anna com os efeitos do antialérgico: só consigo rir! Estamos caminhando, ou melhor, estou carregando uma Anna cantando Elvis Presley "Pretty Woman" em plenos pulmões e ainda rindo até o elevador. E todos que assistem a cena começam a rir e a comentar. Nem quero ver quando ela se lembrar de tudo isso pela manhã. 

— Pretty womaaaaan, walking down the street! - berrou esperando o elevador - Ooooh, pretty woman! Obrigado Los Angeles! Vocês foram uma ótima plateia! 

Algumas pessoas até chegaram a aplaudi-la para deixá-la feliz! E com muito sufoco consegui abrir a porta do quarto de hotel. Levei Anna até o quarto e a coloquei na cama. Tirei minha jaqueta na qual a embalei para não ir ao hospital de pijamas, tirei seus sapatos e a cobri. Retirei minha roupa, ficando de boxes, prendi meu cabelo e deitei ao seu lado. Anna, ainda sobre o efeito do remédio, deitou sobre mim. 

— Adoro seu cheiro - murmurou de olhos fechados. 

— Me perdoe por quase te matar hoje, meu morango. Foi a cena mais aterrorizante que presenciei na vida! - beijei seus cabelos e a apertei contra mim. 

— Não foi culpa sua! Não tinha como você adivinhar! Mas eu ainda quero te bater! - disse olhando pra mim fingindo estar muito brava. 

— Mas por quê? - perguntei entrando no teatro. 

— Por deixar aquela lambisgóia oxigenada sarrar em você! Pensa que eu esqueci, senhor Rachmininov? 

— Nunca, senhorita Wood. Nunca! - utilizei de suas palavras e ela riu. 

— Boa noite, grandão! - disse sonolenta. 

— Boa noite, meu morango! - beijei seus cabelos e cai num sono profundo. 

That Russian CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora