Terminar?

1.7K 195 220
                                    

Gizelly POV

Marcela estava sentada do outro lado do sofá em estilo indiano, estudando a papelada da empresa. De vez em quando, escrevia alguma coisa em seu caderno, depois sublinhava outra coisa, resmungando de maneira ininteligível.

Ela desistiu de tentar ler o livro e ligou a TV para passar o tempo. Passar o tempo. Ter tempo livre ainda era uma nova experiência para ela. Quando ela estava no ensino médio, ela sonhava em ir para a faculdade e passar o tempo todo aprendendo. Mas apesar de ter sido uma boa aluna, isso sempre tinha sido apenas um sonho, abafado pelo trabalho sem fim e mal conseguindo se sustentar. Agora não havia mais nada para segurá-la, e ela estava considerando começar um curso logo.

O pensamento trouxe um sorriso ao rosto dela, mas diminuiu quando Marcela gemeu. "Desculpa." Gizelly pegou o controle remoto. "Eu deveria ter perguntado a você. Vou desligar novamente."

"Hã? Ah, não, não." A loira colocou sua papelada e seu caderno sobre a mesa de café. "É impossível aprender tudo isso em tão pouco tempo."

"Mas você não estudou isso?"

"Parece que foi há cem anos atrás. E não, eu mal posso usar qualquer coisa que eu aprendi nos meus estudos de negócios." Ela apontou para a pilha de papéis na mesa de café. "Isso é algo totalmente diferente. É sobre políticas da empresa, procedimentos de departamento e..."

"Voltamos!" Thelma gritou do corredor um segundo antes de Joaquim entrar correndo na sala a uma velocidade vertiginosa e depois pular entre Gizelly e Marcela no sofá.

Preocupada, ela olhou para a loira. Ela estava sob muito estresse. Com sorte, ela não iria brigar com Joaquim por perturbá-la.

"Tinha um babá de cachorro na praça. Ele ganha dinheiro por brincar com cachorros. Quando eu for adulto, eu também quero ser babá de cachorro."

"Jô, Marcela está trabalhando e..."

Mas a loira acariciou o cabelo dele em um gesto terno, e ele se inclinou para ela. "Tudo bem." Marcela abriu os braços e Joaquim se aconchegou nela. "Talvez ser babá de cachorros não seja tão legal quanto você imagina."

"Por que não?"

"Bem, imagine que você tenha que pegar o cocô do cachorro o dia todo."

"Eca!"

"Agora, eu poderia saber algo que você gostaria de fazer." Ela se inclinou para sussurrar algo em seu ouvido.

Seus olhos se arregalaram e ele começou a sorrir de orelha a orelha. Rindo, ele se aproximou de Gizelly e se aconchegou perto dela. "Maaãe?"

O que esses dois estão tramando? "Sim?"

"Posso dirigir um caminhão de bombeiros?"

"O que?"

"Eu vi na internet", disse Marcela. "O corpo de bombeiros local está oferecendo passeios para crianças, e nessa reportagem, eu vi algumas crianças no fundo em um caminhão de bombeiros." A loira soou como se ela fosse uma criança pedindo permissão a sua mãe.

"Entendi." Ela se sentiu de alguma forma surpreendida, mas ela não podia estar com raiva de Marcela. Ela era linda demais para isso. "Veremos. Talvez."

Joaquim deu um pulo e aplaudiu.

"Ei, isso não é um sim".

Joaquim ignorou suas palavras e deu-lhe um abraço apertado antes de repetir isso com Marcela.

Correndo para o corredor, ele gritou: "Té! Té! Eu vou ser bombeiro!"

"Mas eu pensava que você queria ser babá de cachorro." Thelma entrou na sala de estar, enviando a ela e a Marcela um olhar questionador.

Amor Por Contrato | GicelaOnde histórias criam vida. Descubra agora