Marcela POV
As mãos de Marcela se transformaram em punhos. Deus, como ela odiava hospitais. Este em particular. Tudo começou aqui. Não. Aqui é onde tudo acabou.
Quando as portas do elevador se abriram com um sossego quieto, Marcela respirou fundo, depois sacudiu a cabeça e repreendeu-se por seu comportamento tolo. Isso era o passado.
Ela respirou fundo, esperando que isso banisse a memória de sua mãe. Pálida. Ela estava tão pálida.
Pare com isso!
O presente era tudo o que contava. Ela entrou no corredor e caminhou em direção ao quarto de Joaquim.
Sua vida de despedida de solteira havia terminado no futuro previsível. Com certeza, Gizelly, Joaquim e especialmente Thelma assumiriam o lugar antes que ela soubesse o que estava acontecendo, mas ela insistira para que eles se mudassem, por isso era tarde demais para reclamar disso agora. Ela teria que continuar se lembrando do que estava em jogo.
Ela parou em frente ao quarto do garoto. Atrás de uma porta como aquela, ela havia visto a mãe pela última vez.
Não pense nisso. Apenas... não... pense... sobre... isso.
Vigorosamente, ela bateu e entrou sem esperar por uma resposta.
O menino estava sentado na cama, mas Gizelly e Thelma não estavam à vista.
"Oi". Seu largo sorriso revelou uma grande lacuna em seus dentes da frente superiores.
Essa lacuna era nova? Marcela fechou a porta. "Sim, oi. Onde está sua mãe?"
"Mamãe foi com tia Té para o refeitório." Ele sussurrou alto o suficiente para ela ouvir. "Té estava bem mal-humorada porque você está atrasada. Aí ela e mamãe foram almoçar." Ele balançou as pernas, distraindo Marcela. "Eu não queria ir porque a enfermeira Flávia me prometeu sorvete."
Enfermeira Flávia? Marcela apertou os lábios. Ok, então talvez ela tivesse dormido demais, mas não era como se o hospital estivesse chutando eles para fora a qualquer momento. "Estou aqui agora." Ela sentou-se à mesa ao lado da janela. Este dia estava ficando melhor e melhor. Como diabos ela deveria passar o tempo até que Gizelly e Thelma voltassem?
Joaquim se aproximou e sentou na cadeira em frente a ela.
Eles se encararam.
Quando seu escrutínio se tornou insuportável, ela perguntou: "O quê?"
O olhar de Joaquim voou para os joelhos dele. "M-mamãe disse que você é uma amiga e... E vamos morar com você."
"Sim, e?"
Os joelhos do menino saltaram para cima e para baixo.
Quando o menino permaneceu em silêncio, Marcela disse: "Você quer perguntar alguma coisa, então faça".
Joaquim olhou para ela, depois para baixo novamente, com lágrimas nos olhos.
Um nó se formou em sua garganta. Ok, talvez ela pudesse ter dito isso um pouco melhor. Lembrou-se muito bem de como se sentia intimidada quando sua avó, Donna, a repreendia durante a maior parte de sua infância. Não que se sentisse melhor hoje em dia quando a bruxa falava com ela.
Ela respirou fundo e disse a primeira coisa que lhe veio à mente. "Não tenha medo. É só perguntar."
"Eu... Eu não imaginei que fossem como você, mas..." Mantendo a cabeça baixa, ele olhou para ela timidamente. "Você é um anjo?"
Marcela bufou. "Por que car... Hum, por que você acha isso?"
O menino corou. "Bem, Tia Té sempre diz que quando você deseja algo muito, muito, às vezes Deus envia um anjo para que isso aconteça."
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Amor Por Contrato | Gicela
FanficTentando sobreviver como garçonete, a mãe solteira Gizelly, vive em um parque de trailers com seu filho de seis anos, Joaquim. Marcela foi criada por sua avó rica e seus únicos objetivos são festejar e arrumar mulheres. Após a ameaça de deserdá-la...