Amor Por Contrato | Gicela

Me Mostre

fiquei com pena de vocês e voltei antes
seria eu cadela ou boiola?
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Marcela POV

Depois de um segundo, ou talvez uma hora sem resposta, ocorreu-lhe que ela estava se fazendo de boba.

Quando ela estava prestes a se levantar, Gizelly pegou um dos punhos de Marcela, que ela nem tinha percebido que havia fechado, em suas mãos e soltou cada dedo, um de cada vez, em um gesto gentil. Então ela segurou a mão da loira com cuidado, quase como se estivesse segurando um tesouro. "Nós duas estávamos muito agitadas antes e poderíamos ter dito coisas que não queríamos dizer. Eu ainda estou confusa. Mas uma coisa eu tenho certeza. Você não me disse a verdade quando você..."

A loira deu um pulo e interrompeu o contato delas no processo. Foi quase fisicamente doloroso. "Talvez eu devesse ter contado sobre o que minha avó me pediu para fazer, mas..."

"Eu não estou falando sobre isso." A morena pegou as duas mãos de Marcela e puxou-a para se sentar ao lado dela. "Você não me contou a verdade sobre por que você escondeu isso de mim."

Suas mãos quentes ao redor das frias de Marcela eram tão tenras que tudo o que a loira queria fazer era fugir. "Eu... eu não quero que você vá." Dizer essas poucas palavras pareceu sugar toda a energia dela.

Quando Gizelly finalmente a encarou, estava muito tranquila. "E depois?"

Marcela piscou. "O que você quer dizer?"

"Sua avó foi clara sobre isso. Joaquim e eu estamos entre você e sua herança. Marcela, estamos aqui para nada mais do que ajudar você a obter sua herança. Isso é tudo o que você sempre quis desde o primeiro dia."

Ela estava certa.

"Seu plano funcionou", continuou a morena. "Você está exatamente onde você queria estar."

Funcionou? Onde eu queria estar? Então por que me sento tão errada? Por que eu parei de me importar com a empresa e todo o dinheiro?

Porque tudo isso não vale de nada sem Gizelly.

Ela se inclinou pesadamente contra o encosto do sofá como se tivesse sido socada.

E era exatamente assim que ela se sentia quando algo a atingiu: Eu a amo. "Ai, Deus", ela resmungou. Não, não, não... Isso não pode ser verdade. Ela não podia amar ninguém, assim como ninguém poderia amá-la. "Ninguém."

Gizelly esfregou uma das mãos de Marcela com o polegar. "Você está bem?"

A loira sacudiu a cabeça. Não, ela não estava bem. Por que ela teve que se apaixonar por Gizelly de todas as pessoas? Uma mulher que nunca a amaria de volta.

Ninguém poderia te amar. Você é uma inútil. E certamente não é boa para o amor.

A morena largou suas mãos e puxou-a para um abraço.

Marcela ficou tensa, mas depois se permitiu se perder no toque gentil. Por tudo o que ela sabia, poderia ser a última vez que Gizelly a abraçava. Ela puxou a morena para mais perto até que ela estava quase sentada em seu colo. Uma respiração profunda a ajudou a esquecer tudo, exceto Gizelly, por um momento. A realidade poderia esperar.

"Fale comigo.", sussurrou a morena depois de um tempo, como se falar mais alto fosse estragar essa maravilhosa ilusão de proximidade. "Não gosto quando você fica quieta assim."

Marcela a segurou ainda mais apertado e esperou não machucá-la no processo. Talvez uma parte dela estivesse com medo que Gizelly fosse embora se ela não a segurasse perto o suficiente. "Eu não sou boa com isso."