🏕
Logo na entrada, limpei os pés sujos de terra no capacho e procurei Jimin com os olhos pelo hall. Nem sinal dele. Seu pequeno grupinho estava reunido em frente a uma moça que também usava o uniforme do acampamento.
Soltei a mão da menina que me acompanhava desde as barracas e a empurrei com os dedos até a mulher, que, pelo visto, também fazia parte da equipe de monitores.
Da boca da pequena não saiu uma palavra, mas seu olhar me transmitiu gratidão.
Havia um painel de vidro fixado ao lado da entrada e um dos cartazes, ali pregados, me chamou a atenção. Um banner, metade azul, metade amarelo com o desenho de dois animais e, logo abaixo, duas listas de nomes, representando cada um daqueles bichos. Coelho (cor amarela) x Esquilo (cor azul). Desci os olhos pela lista e tive um pequeno infarto quando vi meu nome entre os outros no papel.
Bem lá no final da lista estava ele. Park Jimin. Ficamos no time coelho. Em frente ao seu nome havia um asterisco, sinalizando que ele era da equipe de responsáveis, conforme pude constatar da legenda pequena no canto esquerdo.
No time adversário também haviam dois nomes com asteriscos: Kim Hee-yeon (Hani) e Park Hoseok (Hobi). Na certa, Hoseok era o terceiro dos irmãos Park. Já Hani, eu não sabia quem era, mas suspeitei que seria a moça de sorriso marcante da recepção.
— Vocês que vieram com o Jimin, podem me seguir até o refeitório — recomendou a moça. — Deixem suas coisas naquela salinha e me sigam para o jantar, tudo bem? — Apontou para uma porta de vidro que estava entreaberta e as crianças seguiram todas as suas ordens sem questionar.
— Ei, moça... — Cumprimentei-a e recebi um olhar de ternura em troca. — Onde fica o banheiro?
— Vai tomar banho?
Concordei com a cabeça.
— Eu acho melhor você comer primeiro, porque daqui a pouquinho iremos recolher os pratos.
Não era uma má ideia, levando em conta que meu estômago estava roncando de fome.
Deixei meus pertences na salinha e acompanhei algumas crianças de longe, na esperança de que elas me guiassem até o local onde o jantar seria servido.
Era um lugar enorme. Grandes mesas de madeira retangular estavam dispostas simetricamente pelo espaço e muitas crianças já as preenchiam, comendo como se não tivessem problemas com os quais se preocupar. E realmente não tinham. Confesso que observando aquela tranquilidade, senti saudades da época em que eu podia ser apenas uma criança insuportável, sem muitas tarefas e responsabilidades.
Junghyun era um deles, e pelo cabelo penteado, estava de banho tomado e devidamente pronto para dormir. Fiquei surpreso com aquela cena, pois jurava que ele daria um trabalhão aos monitores. Junghyun odiava tomar banho. Deviam ter aplicado algum tipo de tranquilizante nele. Não conseguia pensar em outra justificativa aceitável para aquele milagre.
Mas uma coisa era certa, o melhor presente que o Acampamento do Tio Park me proporcionou, foi o privilégio de não ter que vigiá-lo por duas semanas seguidas sem a presença dos meus pais.
Voltando ao refeitório, o modo como colocavam as comidas, lembrava o de um self-service. A variedade era enorme e os pratos ficavam dispostos para que cada um servisse o que bem entendesse. Eu, como o degustador que era, fui servindo de tudo um pouco.
Do outro lado da mesa, Seokjin ajudava as crianças menores a se servirem. Ele era bastante paciente e as incentivava a pegar somente o que tinha de mais saudável na mesa. E acredite se quiser, ele conseguia convencê-las.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Acampamento do Tio Park || Jikook
HumorJeon Jungkook, um jovem de dezoito anos, foi intimado pela mãe e pelo pai a acompanhar seu irmãozinho em um acampamento de férias para crianças. O que, a princípio, parecia um pesadelo, tornou-se uma aventura bastante interessante quando ele conhece...