4 - Príncipe imperfeito

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A respiração quente de Jimin próxima à minha orelha quase fez meu coração explodir. Batia tão forte que eu fiquei receoso que ele pudesse ouvir o compasso desesperado das batidas em meio àquele silêncio avassalador da barraca.

Vira e beija ele, Jungkook.

Não dá.

Beija ele, cara.

Eu não consigo.

Sim, você consegue.

Não, eu não consigo.

Aish, seu cagão.

Cagão é você.

Espera... Porque eu estou discutindo comigo mesmo?

O estado de frenesi circulou todo o meu corpo. Minhas mãos e meus pés transpiraram em abundância. Com muita delicadeza e suavidade, Jimin deslizou o dedo pela minha testa, movendo minha franja para o lado. Eu torcia em pensamento para que meu suor não escorresse pelo rosto e encontrasse os dedos pequenos e quentes do garoto, que passeavam próximos à minha sobrancelha. 

Eu precisava agir. Não ia deixar aquela oportunidade passar em branco como das outras vezes. Não se dependesse de mim. Com um impulso de coragem, virei meu braço para o lado e repousei sobre ele, contornando sua cintura. Seu corpo era macio e aconchegante. Meus olhos permaneceram fechados, enquanto eu me aninhava cada vez mais naquele calor. Jimin estremeceu quando nossos corpos se encontraram, contudo, pareceu arredio ao meu toque.

— Jungkook. — Sacudiu meu braço de um jeito enérgico, bem diferente do delicado contato que seus dedos faziam sobre minha testa anteriormente. — Jungkook, acorda! — Insistiu me chacoalhando com mais força. Abri os olhos, aos poucos, fingindo despertar naquele instante.

— Que foi? — Simulei sonolência na voz para despistar.

Os olhos castanhos e brilhantes descerem chamando a atenção para o meu braço que envolvia sua cintura.

Como assim? Eu estou te abraçando. Não era isso que você estava sugerindo, porra?

— Aish, foi mal! — Retirei meu braço de sua cintura rapidamente, fingindo estar surpreso por ele estar acomodado ali. Ele riu brevemente e virou-se para o outro lado.

Fiquei encarando as costas de Jimin, que não deu mais sinal de vida nos minutos seguintes. Dormiu feito uma pedra. Uma pedra sensual. 

A transpiração e a barriga gelada ainda acusavam meu desejo de fazer o Park suar de prazer naquela barraca. Era praticamente um teste de resistência, no qual eu sempre saía perdendo. Demorou bastante tempo para que eu conseguisse me acalmar e fechar os olhos novamente até cair no sono.

— Jungkook... — Acordei sonolento com a voz me chamando distante. A escuridão no interior da tenda indicava ainda ser noite do lado de fora. As pernas grossas de Jimin me apertavam pela cintura com força. — Jungkook... — Sua voz se misturava a um gemido rouco e sensual. Seu membro roçava ereto na minha coxa e mais uma vez o suor frio se atrevia a escorrer pela minha pele em pontos específicos.

Eu estava receoso em corresponder a atitude suspeita de Jimin e ser repelido novamente. Meu pau endurecia à medida que sentia as coxas do garoto roçarem insistentemente nas minhas. Para dificultar um pouco mais a situação, ele soltava gemidos baixos e contidos ao chamar pelo meu nome.

Ai, foda-se. Busquei coragem não sei de onde e o abracei na cintura pela segunda vez. Entretanto, assim que meus braços contornaram sua barriga, ele virou-se bruscamente, esquivando-se do meu abraço.

O Acampamento do Tio Park || JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora