14 - Sangue do meu sangue

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Eu não queria que percebessem o quão abalado eu fiquei depois do episódio.

Por que eu estava sentindo tanto ciúmes? Por que tudo relacionado ao amor me afetava bem mais do que as pessoas do meu convívio? 

Realmente era algo difícil de achar explicação. 

Talvez fosse influência do meu signo. Ou talvez minha inexperiência. Eu só sei que estava péssimo... Park Jimin havia me deixado completamente destruído, dessa vez, sem brechas para um possível perdão.

Ao redor da fogueira, fingi me divertir cantando algumas músicas com as crianças, tentando convencê-los da minha alegria com um sorriso extremamente falso. Queria que a inocência delas me contagiasse e diminuísse o remorso que queimava dentro de mim.

A verdade é que ser adulto, tornava as coisas um pouco mais dramáticas.

O clima aparentava mais quente que o normal. Minhas pernas sacudiam, as mãos, esfregavam-se umas nas outras ansiosas. Meu peito se apertava cada vez que os gemidos de Hyosung ecoavam na minha cabeça repetidamente me torturando pouco a pouco.

Será que eles já pararam? Vão fazer a noite toda?

Me remoía, pensando se os dois estariam repetindo tudo que eu e Jimin fazíamos juntos naquele quarto.

Na hora de dormir, lutei por horas, noite adentro, tentando domar minhas emoções em meio ao sufoco que aqueles lençóis me causavam.

Enquanto Taehyung dormia tranquilamente ao meu lado, eu me arrependia de todas as situações vividas com Jimin nos dias anteriores. Não foram tantos dias na companhia dele, porém, tudo aconteceu com tamanha intensidade, que parecia estarmos juntos há meses.

Na manhã do dia seguinte acordei totalmente acabado, tanto física quanto psicologicamente. Taehyung levantou cedo para se exercitar com as crianças e com Hoseok. Como minha mente — ainda que exausta —, continuava trabalhando a mil, preferi tentar comer algo no café da manhã. Eu estava consciente que se continuasse deitado ali na barraca, não conseguiria descansar.

— Está se sentindo melhor? — perguntou Taehyung, repartindo o pão na mesa, deixando vários farelos caírem na superfície.

— Sim.

Era óbvio que eu não estava bem. Por mais irônico que eu parecesse quando estava entediado, não chegava nem perto da cara de bunda que eu ostentava naquele momento.

Hoseok e Hani entraram no refeitório e se juntaram a nós dois na mesa. Antes de se assentar, Hobi abraçou Taehyung, me fazendo revirar os olhos.

— Bom dia, Jungkook, dormiu bem? — perguntou Hoseok com a voz rouca e um curto sorriso de boca fechada.

Ignorei completamente a pergunta e me direcionei a Hani.

— Noona, seu irmão tem previsão de vir aqui?

— Namjoon? — Assenti balançando a cabeça uma vez. — Ele deve aparecer aqui depois do almoço, por quê?

— Nada. — Respondi sem encará-la, servindo um pouquinho de café na pequena xícara branca.

Hani e Hobi se comunicaram pelo olhar.

— E aí, encontrou o Jimin ontem? — Ela perguntou ao se assentar e eu comecei a perceber que aquele nome estava virando um tabu, pois cada vez que eu o ouvia, era como se levasse um soco no estômago.

— Sim, encontrei. Mas ele estava ocupado. — Minha atenção permaneceu voltada para a mesa de café da manhã, como se eu não me importasse com o tema daquela conversa.

O Acampamento do Tio Park || JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora