POV Any
Eu tenho medo de várias coisas nessa vida e notas vermelhas são uma delas e por ironia do destino,ela estava presente em meu boletim.
— Sete Gabrielly? – Meu pai perguntou irritado e eu sorri forçado.
— Não foi tão ruim eu tentei,juro,mas química não entra na minha cabeça.
– Tentei me defender.— Não foi tão ruim? Uma prova vale quinze,você tira sete e tem coragem de dizer que não foi tão ruim?
– perguntou me encarando.Minha mãe que até agora estava na cozinha fazendo algo,apareceu na sala para finalmente tentar me salvar.
— Meu bem não seja tão radical. Any sempre tem notas excelentes,uma nota abaixo da média acontece de vez em quando. – Argumentou.
— Claro que acontece,mas é a terceira nota baixa consecutiva.
— Química não é para mim,eu odeio essa matéria. – cruzei os braços.
— Pois então vai começar a amá-la pois caso contrário ficará de recuperação.
Senti meu coração dar um salto enorme por saber que havia chegado ao último e mais difícil nível,que era o de contar a eles que eu já estava de recuperação.
— Então... – Comecei sem graça.
— Eu já estou de recuperação.
– Falei torcendo para que ele não ouvisse.— Você o que Gabrielly? – Minha mãe perguntou inclinando a cabeça em minha direção.
— Eu estou de recuperação.
– respondi por fim e deixei que meus ombros caíssem. — Mas não foi de propósito,eu tentei de verdade mas as questões se embaralham na minha cabeça e eu não consigo resolver nada. – Confessei chateada.Minha mãe suspirou parecendo compreender-me e meu pai por outro lado,estava sério e com expressão fechada.
— A única coisa que você faz é estudar e mesmo tendo apenas a obrigação de tirar notas boas você ficou de recuperação. – Começou em um tom baixo. — Eu poderia te deixar de castigo mas você já tem dezoito anos e as coisas funcionarão de forma diferente. Você irá trabalhar para aprender a levar os estudos mais a sério.
— Como é? – perguntei franzindo a testa.
— Isso mesmo,irá trabalhar. Me ajudará no quiosque. – sorriu como se tivesse acabado de anunciar o ganhador do Oscar.
Me levantei em um pulo e o olhei séria.
— Eu odeio trabalhar naquele lugar cheio de pessoas fazendo pedidos sem parar e eu não consigo sentar por um minuto. Não,eu não irei. – Dei de ombros decidida.
— Claro que irá,começamos na segunda-feira e não me faça levar você no colo. – Meu pai falou decidido e eu tive vontade de resmungar.
— E até quando ficarei trabalhando naquele lugar?
— Até quando eu achar necessário,depois que suas notas melhorarem voltamos a conversar sobre isso. – Jogou meu boletim sob a mesa de centro e saiu da sala.
Minha mãe deu um gole no copo de água que segurava e olhou-me com as sobrancelhas arqueadas.
— Não me olha assim,pensei que você ficaria do meu lado. – Cruzei os braços.
— Dessa vez você está errada,sabe muito bem que todas essas aulas extras te sobrecarregariam e atrapalharia seu desempenho na escola.
— Mas é meu sonho mamãe,adoro cantar e não deixarei as aulas de canto por conta de uma nota baixa em química.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The kiosk • Beauany
FanfictionAny Gabrielly, uma jovem de 18 anos no seu último ano do ensino médio, dona de um sorriso encantador e um corpo de dar inveja se vê obrigada a ajudar seu pai no quiosque na praia após ficar de recuperação em química. Josh Beauchamp, 20 anos no seu p...