The kiosk • Beauany

Capítulo 28

POV Josh

Cansativo.

Essa vem sendo a palavra que resume os meus dias em Malibu.

Estávamos treinando pesado e as noites não estavam sendo o suficiente para que eu pudesse descansar e me sentir bem para o próximo dia, porém, continuava seguindo a rotina sentindo meu corpo pedir por cama.

Os dias se resumiram em: treinos, alfinetadas dos surfistas da Black Mirror e fugir das sereias da Red Velvet.

Kiara fora fácil de dobrar, a disse que poderíamos marcar um almoço mais para frente, para nos conhecermos melhor e ela pareceu satisfeita embora o almoço não tivesse pretensão alguma de acontecer e eu me sentia mal por fazê-la criar expectativas.

A terceira surfista, a Tina, que não estava presente na festa por ainda não ter chegado em Malibu, se atirava vez ou outra para Luiz mas ela era "tolerável", digamos assim.

Mas Charlotte, essa estava longe de desistir.

Suas investidas eram certeiras e precisas e eu perdi as contas de quantas vezes rezei internamente pedindo por juízo e sanidade para seguir meus dias sem pecar contra a carne pois ela era de fato maravilhosa e sabia exatamente como atrair um homem.

Ela desistiu facilmente de Noah no exato momento em que ele disse estar namorando e após uma conversa séria com Carlos, Luiz fez o mesmo e entendeu que elas eram de fato lobos em pele de cordeiro.

Mas se por um lado se livraram de Charlotte, ganharam Kiara como presente e eu estava carregando o fardo de suportar a loira sozinho e se as coisas não poderiam ficar piores, elas ficaram no exato momento em que descobrimos que elas estavam hospedadas no mesmo hotel que o nosso alegando ser mais perto da praia e que facilitaria a locomoção delas para os treinos. O que todos sabiam que era uma grande mentira.

Carlos nos deu uma minuciosa palestra para nos avisarmos sobre o perigo de confiarmos nelas, embora já soubéssemos disso.

O dia começou cedo e Carlos estava com um gás sem igual para o treino. Toda e qualquer tentativa nossa na água, aos seus olhos, estava ruim ou faltando alguma coisa.

Minhas costas estavam repletas por salonpas e eu já usara uma tornozeleira ortopédica pelos caldos que estava tomando na água e que irritavam Carlos profundamente. Porém, a culpa não era totalmente minha, as ondas não estavam colaborando e não havia nada que eu pudesse fazer.

Saí da água sentindo meu pé formigar por estar o forçando e me sentei em uma cadeira na tenda.

— Não vai tentar de novo?

— Como? Olha o meu tornozelo, minhas costas eu estou cansado Carlos, não dá mais! – dei um gole generoso na garrafinha de água.

— O seu desempenho na água foi horrível. – ainda olhando Noah e Luiz treinarem.

— Porque eu estou cansado e o meu tornozelo está doendo também.

Thiago, o nosso médico, ou melhor, nosso anjo da guarda, se aproximou e após movimentar meu pé de um lado para o outro e passar um gel que aliviou em partes a dor que eu sentia, ele avisou a Carlos que o melhor a se fazer era realmente me manter fora da água naquela tarde.

— Bem, já que você não está em condições de treinar, pode ir para o hotel, tomar um banho e descansar.

Concordei e me levantei.

— Obrigado Carlos, você é perfeito.
– sorri e me virei para sair.

— Fique no hotel ouviu Joshua? Nada de festinha particular no seu quarto. – sério.