Capítulo 44

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POV Any

Quando o sol invadiu o quarto obrigando-me a abrir os olhos, me senti desesperada por pensar que talvez já fosse quase meio-dia e meu pai estaria prestes a encher-me de mensagens perguntando por mim.

Porém, ao tatear o criado-mudo e encontrar o celular, tive a certeza que não era necessário todo esse desespero pois era cedo, bem cedo.

Observei o braço transpassado em minha cintura e sorri sendo atingida pelas lembranças da noite anterior.

Fora mágico em todos os sentidos do mundo e o vendo dormir em um quase coma, tive a certeza de que queria vê-lo assim mais vezes.

Me virei para ele observando seus olhos se abrirem devagar e assim que encontrou-me sorriu.

— Bom dia.

— Bom dia. – se sentou. — Que horas são?

— Sete e meia.

— Perdão por não lhe receber com um banquete na cama ou algo do tipo.

— Não se preocupe com isso, podemos tomar café juntos na mesa e eu até prefiro, pois se continuarmos na cama, não sei se conseguiria ir embora.

Ele abraçou-me e beijou meu pescoço.

— Você pode ficar o tempo que quiser.

— Eu sei, mas eu vivo um fenômeno chamado: "moro com meus pais e preciso estar em casa antes do meio-dia". – ele riu. — Mas ainda podemos tomar café juntos.

— Sem correr risco de levar uma voadora do Miguel?

— Zero risco disso acontecer. O meu pai lhe adora e ele falará isso a você algum dia.

— Espero que não seja em cima do meu caixão. – franziu a testa.

— Não será. – sorri para ele que se levantou e vestiu-se sem pressa.

— Você não vem?

— Eu preciso de uma roupa que não seja aquele vestido vermelho.
– apontei a peça sobre o chão.
— Não será interessante chegar em casa usando ele.

— Tem razão. – foi até o closet e voltou com uma camisa em mãos.
— Minha camisa do Rolling Stone que eu tenho certeza que não verei de novo. – a jogou em minha direção.

— Que bom que sabe disso.
– pisquei. — Obrigada. – sorri.

— Fique à vontade, espero você na mesa. – beijou meus cabelos antes de deixar o quarto.

Sorri sozinha e resolvi me trocar. Removi a quase imperceptível maquiagem que ainda estava em meu rosto e mesmo que estivesse de cara lavada, blusão e um coque nos cabelos, eu me sentia bem e feliz, muito feliz.

Entrei na cozinha e observei a mesa recheada por coisas que fizeram meu estômago roncar brevemente.

— Eu não sei você, mas eu estou morrendo de dor de cabeça. – me sentei em uma cadeira.

— Eu também. – sorriu de canto.
— Bebemos uma garrafa inteira de champanhe, não podíamos esperar outra coisa como consequência.

— Tem razão, mas creio que um café forte resolva tudo.

Ele fez careta.

— Odeio café. Bebo somente para me manter acordado e acho que a partir de agora nem isso poderei fazer. – suspirou.

— Por quê?

— Problemas com sono regulado. Sem noites de sonos diretas, sem café e coisas que me mantenham acordado.

The kiosk • BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora