Capítulo 26

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POV Any

Quando o despertador tocou alto e estridente indicando que já era hora de se levantar, meu estômago se revirou de nervosismo ao ter consciência de que chegara o dia da tão temida prova de química.

Estudei loucamente e na terça-feira quando pensei que surtaria liguei para Josh sem pensar no fuso horário ou nas possíveis obrigações que ele provavelmente tinha que fazer e ele me atendeu, ajudou-me exatamente como se estivesse ao meu lado na mesa de jantar como fazíamos todos os sábados e somente depois de desligar notei que em Malibu já eram praticamente duas da manhã e morri de vergonha por fazê-lo ficar acordado somente para me explicar algo.

Após tomar café e papai dirigir até o colégio enquanto eu tirava todo o meu esmalte por estar nervosa, ele parou em frente o portão principal e me olhou.

— Prontinho, está entregue. – sorriu parecendo mil vezes mais tranquilo que eu.

— Eu estou tão nervosa papai, tenho medo de desmaiar somente de ansiedade. – suspirei.

— Não vai desmaiar coisa nenhuma. Vai ficar de olhos bem abertos e mandar ver naquela prova.

— E se eu errar? E se esquecer alguma questão? Acho que eu não vou passar de ano.

— Minha filha calma, respira, vai dá tudo certo. – me olhou, seguro.
— Você e o bichinho de goiaba não estavam estudando juntos?
– assenti. — Ele não ajudou você? Então por que está tão nervosa agora?

— Não sei, tenho medo que Charles mude a prova inteira.

— Ele não faria isso. – papai afirmou. — Apesar de ser um grande pé no saco, Charles zela pelo seu nome nessa escola e tenho certeza que ele odiaria ser chamado na coordenação por um mutirão de pais indignados que tiveram os filhos reprovados por uma gracinha dele.

Ri para ele.

— E quem organizaria esse mutirão?

— Eu mesmo. Seria um prazer criar um grupo no zap-zap com os pais dos alunos e fazer Charles os entregar a prova devidamente compatível com o conteúdo.

— Não sabia desse seu lado barraqueiro. – cruzei os braços, um pouco menos tensa.

— Pois é, o lado briguento de ensino médio ainda habita em mim. – encolheu os ombros e sorriu. — Mas agora falando sério, fica tranquila, tenho certeza que você se sairá muito bem.

— Eu vou tentar. – suspirei. — Não quero decepcionar vocês.

— E não irá. Você deu o seu sangue desde o primeiro dia de aula nessa escola e tenho certeza que não será diferente agora. – meu pai jogou um dos meus cachos para trás e me olhou. — Não quero que fique se martirizando por essa prova, faça com calma e não surte por conta dela. Dará tudo certo, você vai ver. – sorriu e eu o abracei apertado.

— Obrigada pai, você é incrível.

— Eu sei disso. – beijou o topo da minha cabeça. — Agora vai lá, entra naquela sala e põe em prática tudo que você aprendeu.

Me separei dele e assenti.

— Você vai me esperar, não é?

— Com toda certeza. Estarei aqui escutando a resenha do Corinthians esperando você terminar a prova. – piscou e eu sorri saindo do carro. — Boa sorte meu miojinho.

— Obrigada pai. – desci do carro e assim que passei pelo portão principal, senti meu coração dar um solavanco.

Não sabia se estava totalmente preparada para aquela prova, mas daria o meu melhor e torceria para que tudo desse certo.

The kiosk • BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora