Assistant

Capítulo 35

Minhas lágrimas molham o teclado do meu notebook. Apenas está aberto, sem eu fazer nada.

Eu abri, com raiva e tristeza, indo comprar passagens de volta pra Inglaterra.

Mas depois de olhar os sites de viagens, e antes de clicar comprar eu me lembrei de que não estou sozinha nessa viagem, e se eu fizesse isso, arruinaria os feriados dos outros.

Eu e minha mãe fomos pegar uns ovos no galinheiro da casa da Mari, minha mãe logo se oferecendo pra irmos, nós duas.

Ela sempre teve a mania de me incluir em coisas sem antes nem perguntar se toparia ou não, então eu não estranhei em nada.

Só que, quando ficamos longe do alcance de todos poderem ouvir, ela começou seu discurso.

Tudo que ela queria falar por celular e não pode, tudo que ela queria dizer e não pode por que queria olhar na minha cara pra dizer.

"Você realmente acha que um homem como ele, dos lugares que ele frequenta vai ficar com você por muito tempo?!"

As palavras dela ecoando na minha cabeça enquanto olho sem um rumo pra tela a minha frente.

"Homens só gostam da gente quando somos novas, acha que ele vai ficar com você? Depois de anos? Depois de ter que beijar outras milhares de mulheres nos filmes?! Eu não pensava que você era tão idiota assim"

Eu fecho com raiva o aparelho, quase o trincando a tela no processo, e o jogo na cama a minha frente.

Depois de ouvir muito mais, eu simplesmente voltei como se não tivesse acontecido nada, e fui direto pro quarto da Mari, já que aqui ninguém iria me achar e ela nos cedeu por que disse que todos juntos é melhor aqui em cima do que lá embaixo pra dormir.

"Você não pode ter filhos, você é doente, você sabe de tudo! Acha que ele vai ficar muito tempo com você?! Não seja idiota, minha filha, e termine isso tudo de uma vez! Você é muito mais inteligente do que isso..."

Eu fecho os olhos, pressionando minhas mãos aos lados da cabeça, virando uma bolinha ali no canto.

Não é como se ela me dissesse tudo numa boa, ela foi um pouco rude, agressiva... Ofensiva.

"Sabe o que vai acontecer?! Você vai é embuchar, ele vai ter largar e vai ter de voltar pra cá, pra dentro da nossa casa, sem marido e com filhos!"

Eu apenas choro, não me contendo. Eu sabia. Eu sabia que iriam vir essas coisas, essas palavras.

Minha ansiedade está atacada. Eu estava tão bem, tão feliz...

Apenas fico ali no canto, em uma bola de sentimentos ruins e segurando minha cabeça. Meus soluços ecoando pelo quarto, e não consigo os conter.

"Mila?!" Tom diz na minha frente, e ergo a cabeça. "O que ouve?"

Não consigo dizer nada, apenas balanço a cabeça, fechando os olhos com força, ainda chorando.

"Amor, o que aconteceu?!" Ele parece realmente preocupado agora.

Eu não consigo dizer, não consigo dizer nada...

Apenas o abraço, acabando que por chorar em seu ombro.

Ele se senta, me puxando depois até seu colo, me segurando como uma criança, enquanto eu choro feito uma.

"Não se preocupe, eu estou aqui" ele diz, pressionando um beijo em minha cabeça, eu sentindo ali sua respiração quente. "Eu estou aqui" ele sussurra, me abraçando mais forte.