Assistant

Capítulo 60

Naquela Mesma Noite

Eu estou de volta lá. Estou de volta.

Com eles, me torturando, me machucando...

"E agora, bonitinha... você vai morrer" ele sorri maleficamente, e enfia a faca em meu ventre até o cabo, me fazendo sentir sua lamina fria e afiada em minha espinha.

Abro os olhos, respirando fundo, e agitada, as lágrimas em meu rosto assim como o suor frio.

"Hey, amor, hey! Está tudo bem, foi só um pesadelo. Está tudo bem..." Ele diz, segurando minhas bochechas, me olhando preocupado. A luz da mesa de cabeceira do seu lado acesa, iluminando seu rosto com uma luz amarelada.

Engulo em seco, me normalizando um pouco mais. Seguro seus pulsos, fechando os olhos, ainda respirando profundamente.

"Está melhor?"

Assinto, e ele solta meu rosto, e tento me mexer, mas dói muito minhas costelas, e volto a ofegar de dor.

"Está tudo bem?" Tom pergunta, mas não respondo.

Enfio a mão por baixo nas cobertas e coloco ela em cima do curativo da minha cirurgia, e quando a retiro, tem sangue fresco ali.

Tom arregala os olhos quando vê minha palma cheia de sangue.

"Oh meu deus, vo-você perdeu...?" Não consegue terminar, está em choque.

"Não! É do meu curativo" explico, tentando me mover, mas está doendo. "Eu acho que dormi do lado machucado..."

Ele tira as cobertas, e sim, tem sangue nelas e nos lençóis. Acho que dormi do lado ruim e acabou pressionando os pontos.

"Não quer voltar lá?" Se refere ao hospital, me ajudando a sentar, e solto um gemido por isso.

"Não, sem médicos" resmungo, respirando fundo.

"Tá... Deixa eu trocar seu curativo então" diz tentando dar um sorriso pra me acalmar.

Quando ele tá todo concentrado, sua mandíbula fica tensa, e contraída. Seu cabelo bagunçado de estar dormindo a apenas alguns minutos atrás, seus olhos e expressão com raiva e cansada.

Ele apenas me ajuda, trocando as faixas sujas e as jogando no cesto de roupa suja, e os gazes ele joga no cesto de lixo.

"Por que está me olhando assim?" Ele resmunga, enquanto ainda está concentrado, agora limpando o machucado com delicadeza.

"Nada, é só que... É estranho" respondo, ainda o olhando.

"O que é estranho? Você me olhando assim é estranho" ele comenta baixo, dando um leve sorriso de lado, voltando ao seu trabalho em mãos.

"Me pergunto, se ela vai se parecer com você" sussurro, mordendo o lábio, no meu velho tique nervoso.

Nisso ele me olha, suas mãos parando de passar a pomada por sobre meus pontos com a linha de nylon preta e seus lábios se partem.

"Eu acho, que vá se parecer com você" ele sorri mais largo e agora pega a faixa limpa, colocando os gaze no lugar e depois, as enrolando em volta da minha cintura.

"Você acha?"

"É um palpite" ele mexe os ombros, sorrindo agora.

"Eu sei que é loucura, mas... Vendo o sangue, me deu uma louca vontade de comer gelatina" resmungo e ele me olha de sobrancelhas erguidas.