Capítulo 58

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Tom



Fico na sala de espera, sentado no banco, minha perna não parando de balançar, mesmo estando apoiado com o queixo nela.

Por favor, que tudo dê certo... Por favor...

Fecho os olhos, em uma oração, minha perna ficando ainda mais nervosa. Dou uma fungada, sem me importar com o barulho, ou de estar chorando. Apoio minha testa nas mãos juntas em punhos e apenas tento me controlar.

Minha Mila tá na cirurgia, meu irmão levando pontos e todo machucado...

"Tom?!"

"Mãe?" Ergo a cabeça, e a vejo ali. Parada diante de mim, na porta da sala de espera vazia...

Também, nessa hora da manhã, não tem mais ninguém...

Ela vem até mim, e vou de encontro a ela, que me abraça fortemente. E choro ali, abraçado a minha mãe, a segurando perto, não me importando de acabar soluçando.

Ficamos assim, um tempo em silêncio, apenas nos abraçando.

"Os meninos foram até a delegacia, junto da polícia... Eu vim pra cá, pra ver vocês" ela diz, esfregando círculos em minhas costas.

Com o tempo, meus soluços passam, ou diminuem...

"Sam tá bem, machucado, mas tá bem" digo, ao me afastar, pra olhá-la.

"Graças a deus" ela diz, fechando os olhos.

"Ela... Ela levou um tiro... E uma facada na perna" digo, ainda sem acreditar. "Ela tá grávida, mãe" digo, voltando a encarar.

Ela me olha de boca aberta, tão assustada e perdida quanto eu. "Oh meu amor, vai ficar tudo bem" ela diz, me abraçando de novo... "Vem, vamos tomar um banho, depois voltamos"

"Não, não vou sair daqui, não enquanto ela não sair, ou acordar" digo firme, me afastando dela.

"Isso pode demorar" ela diz, me olhando melhor.

Estou sujo de sangue dela e do meu irmão, além de estar também cheio de terra as calças.

"Pode demorar o tempo que for, eu vou esperar" digo sério, voltando a me sentar, limpando o nariz nas costas da minha mão. E assim ficamos, esperando. Com ela segurando minha mão.

Pai e os meninos chegam, eles vindo até mim pra mais informações. Conto tudo que eu sei, e assim ficamos, esperando, juntos.

"Holland?"

Uma enfermeira diz, e me levanto na hora.

"Sim?" Digo, passando as mãos na calça.

"Seu irmão acordou, ele tá bem, só um pouco grogue por causa dos remédios para dor e para os pontos... Se quiserem vê-lo..." Ela diz.

Assentimos, e a seguimos pelo corredor.

Ela me olha, as roupas provavelmente, mas não diz nada.

"Sam, irmão" Harry diz, indo até ele.

"Eu já falei, que você tem um cabelo esquisito?" Sam diz, grogue.

Damos umas risadas sem querer.

"Essa é a primeira vez" Harry responde, segurando a mão dele.

"Mila?" Ele diz, focando os olhos perdidos em mim.

"Está bem, em cirurgia, pelo tiro" explico, me aproximando, ficando no pé da sua cama, agarrando a beirada dela. "Ainda sem notícias, até agora" dou um leve sorriso.

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