CAPÍTULO 1

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Cinco anos atrás.

Encaro o meu reflexo no espelho por mais de dez minutos, e acabo deixando minha lágrimas escaparem ao refletir sobre minha triste vida. Por mais que eu não deixe transparecer, eu estou acabado, eu simplesmente não suporto mais.

O mais desesperador de tudo, é saber que minha vida não tem mais sentido. Por mais que eu queira ter motivos para continuar respirando, eu não consigo achar este motivo. Talvez isso seja apenas drama de minha parte. Como minha mãe diz, talvez isso seja muita frescura.

Minha vida nunca foi boa, mas também nunca foi horrível como está sendo agora. Para muitas pessoas, ser chamado de príncipe pode ser algo maravilhoso. Para muitas pessoas, ser alvo de tantos comentários e de tantas câmeras, é algo bom.

Mas para mim isso é a pior coisa que acontece em minha vida. Não poder sair para qualquer lugar sem levar cinco seguranças é péssimo. Não poder ter privacidade em minha própria casa, também é péssimo. Ser conhecido pelo mundo inteiro, também é péssimo. Enfim, minha vida é péssima.

Nesta fase de minha vida, eu já não me importo com mais nada e ninguém. Assim como a sensação de minha vida não fazer sentido, a de não se importar também é horrível. Na verdade, não é horrível, é sufocante.

Meus olhos castanhos já estão vermelhos por conta dos minutos em que eu estava parado em frente ao espelho de meu banheiro chorando. Minhas bochechas estão coradas, meus cabelos pretos estão úmidos por conta de meu banho que aconteceu minutos atrás. A toalha branca como neve está enrolada em minha cintura, fazendo com que minhas partes íntimas e minhas cochas não apareçam no grande espelho que está a minha frente. Minha barriga branca com alguns gomos está vermelha, minha pele está em um tom fraco de vermelho. Talvez isto tenha sido culpa da água da banheira, que por sua vez estava quente.

Tomar banho em minha banheira é algo relaxante, e a água quente me ajuda a pensar com mais clareza e me acalma. Mas em troca destes minutos relaxantes, eu ganho uma bela pele vermelha. Minha pele é tão branca que qualquer toque deixa ela vermelha.

Escuto três batidas fracas na porta do meu banheiro.

— Loius, já está na hora de nós irmos para o jantar. Saía logo deste banheiro, e se possível passe um colírio em seus olhos para ninguém perceber sua cara de choro. — disse minha mãe fora do meu banheiro. Escuto os passos de minha mãe se afastando da porta do banheiro. Solto a respiração, não qual eu nem percebi estar segurando.

Assim como meu pai, minha mãe também sabia que eu tinha problemas emocionais. Eles sabiam exatamente o que eu passava, eles sabem que toda vez em que eu demoro bastante no banheiro é porquê eu estou chorando. E talvez eles também saibam que eu tenho pensamentos suicidas.

Minha família nunca se importou com minhas emoções. Eles não pagam uma psicóloga por conta do medo da sociedade saber e comentarem sobre minha suposta doença mental. Para minha família, tudo o que importava era o que as pessoas pensavam sobre nós. Nada pode sair dos trilhos da família perfeita.

Ligo a torneira da pia que há na minha frente, levo minhas mãos em formato de concha, e pego uma porção de água e molho meu rosto. Faço isso três vezes até minha cara de choro ir embora. Por fim, despejo pingos do colírio que estava em cima da pia feita de mármore do banheiro, em meus olhos.

Saio do meu banheiro, e me deparo com meu grande quarto. Meu quarto é moderno, há vários móveis nas cores brancas, cinzas, e alguns objetos de decoração Dourados. Em cima da minha cama há uma conjunto de roupas. Suspeito ter sido umas das funcionárias que trabalha em minha casa que separou minhas roupas.

Eu não posso escolher minhas roupas. Eu só posso usar as roupas que minha mãe e meu pai permitem. Celular ? Eu só posso usar o celular uma vez por semana, e os aplicativos são todos grampeados. Minha família é super controladora.

Ando em direção ao meu closet para escolher uma cueca. De todas as minha roupas, eu só posso escolher minha cueca. E ainda assim eu só posso usar cuecas em cores neutras. Nada de vermelho, rosa, roxo e essas cores chamativas. Minha família tem medo de alguém conseguir fotografar minha cueca, então só posso usar cuecas que não chamem a atenção.

Minhas roupas só podem ser constituídas por uma calça, uma camisa social, e um terno. Assim como minhas cuecas, minhas roupas não podem ser chamativas.

Já dentro do meu closet, eu escolho uma cueca qualquer. Eu a visto, e começo a andar em direção a minha cama.

Visto a minha roupa que estava em cima da cama, passo perfume, arrumo meu cabelo, e saio do quarto. Ando pela gigantesca mansão em que eu moro, desço as escadas e chego na sala.

A sala é imensa e as cores predominantes são cores brancas, e cinzas. As paredes são altas. No teto, uma grande lustre de cristal se faz presente. Os sofás ficam em torno de uma lareira, que por sua vez está desligada. Nos sofás estão presentes minha mãe e meu pai.

Meu pai me olha furioso enquanto eu ando em direção ao sofá, engulo em seco. Ele provavelmente está com raiva por minha demora. E provavelmente irá soltar alguma piada sobre meu estado emocional. Minha mãe me olha com um olhar neutro, fazendo com que eu não consiga adivinhar o que ela pensa.

Eu chego perto do sofá e eles ainda me encaram sem dizer nada. Meu pai se levanta do sofá e minha mãe após alguns segundos faz o mesmo. Meu pai passa por mim furioso e vai em direção a porta que dá acesso a entrada da casa. Meu pai abre a porta e se dirige para fora da casa.

— seu pai está com ódio de você, meu querido. Se eu fosse você eu me prepararia para o pior. Nunca se sabe o que as pessoas são capazes de fazer no calor do momento. — disse minha mãe. Ela deu um sorriso sarcástico e passou por mim, batendo em meu ombro.

Confesso que depois desta "conversa" eu fiquei com um pouco de medo. Afinal, meu pai nunca se importou realmente comigo, e se ele quisesse me fazer mal, ninguém poderia fazer nada para impedir.

*****

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Ao Cair da noite. ( Romance gay )Onde histórias criam vida. Descubra agora