Capítulo 16.

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Naruto.

Assim que minha avó e o Sasuke chegaram, comecei a contar a Hina sobre a minha vida, e só espero que ela não saia correndo ao saber das coisas que fiz.

- Quando o Menma estava prestes a completar dois anos de idade, ele começou a ter muita dificuldade para respirar, febres altas, diminuição da pressão arterial e até mesmo delírios, os médicos no início disseram que era uma infeção no sangue comum, mas os medicamentos não faziam efeito, com exames mais profundos foi diagnosticado o início da leucemia, mas por conta de estar no início o processo do tratamento foi imediato, mas eles não conseguiam encontrar um doador compatível com ele, e foi aí que a Kushina decidiu me ter, porém eu só sou 50% compatível com ele, os outros 50% teve que ser encontrado às pressas, e por meio da comunicação do meu pai nas empresas eles acharam - respirei fundo, a pior parte vem agora - Foi tirado medulas ósseas de mim desde os meus 2 anos, pois aí as minhas vacinas estavam em dia e eu era saudável, o tratamento estava ocorrendo bem, ate começar a dar falência em alguns órgãos dele, a infecção estava forte e a única coisa que podiam fazer era um transplante de rim, e ele precisava de um fígado novo - Hinata arregalou os olhos - O fígado eles conseguiram em um banco de doações, mas...o rim é um órgão muito difícil de achar, e como você sabe uma pessoa consegue conviver com apenas um - ela assentiu - Então depois de conversar com os médicos, meu pai e a Kushina decidiram trasplantar o meu rim esquerdo, que era o mais infectado por ele - Hinata levou as mãos sobre a boca, abri os botões da camisa e afastei o lado esquerdo - Essas tatuagens não foram feitas atoa Hina, você não percebeu a cicatriz porque ela está abaixo da espada do cavaleiro desenhado em mim, nem mesmo outros cortes na minha pele que são cortes de surra - ela olhou nos meus olhos sem entender e olhou para minha avó - Quando eu gritei que não ia para o hospital para tirarem meu rim, a Kushina ficou furiosa, estava só nós dois em casa, então ela correu atrás de mim pela casa com uma cinta do meu pai na mão, me arrastou até o banheiro, me deixou nu e me bateu muito - engoli seco - Sentir a água gelada na minha pele depois da surra foi a pior dor física que eu já senti, aquilo queimava como brasas, meu pai e minha avó perguntaram porque das marcas, e por medo eu disse nada, fiquei calado.

- Quando o Naruto apareceu no hospital machucado, insisti muito para ele me contar o que tinha acontecido - minha avó falou - Mas ele era calado, não havia me dito nada disso - ela olhava para mim e é era possível ver as lágrimas nos seus olhos - Por que não me disse nada?

- Porque eu tive medo dela me bater de novo - alterei a voz - Não foi a primeira vez que ela me espancou, quando eu sem querer quebrei um brinquedo do Menma ela fez a mesma coisa, mas com uma toalha enrolada nas mãos para não deixar marcas, mas doía, ela várias vezes me dava tapas em cima do corte da cirurgia e se fazia de sonsa dizendo que tinha sido sem querer, quando eles iam sair com o meu pai ela me ameaçava, mandava eu dizer ao meu pai que eu não queria ir e ficava em casa sozinho e trancado, ela rasgou fotos que eu tinha com a família do Sasuke, eles sempre cuidaram de mim como um deles e isso deixava a Kushina furiosa, tanto que uma vez ela foi me buscar lá embaixo de chuva, e foi me arrastando para casa puxando minha orelha, foi por esses motivos que eu comecei a ficar revoltado - voltei a olhar pra Hina - Eu saia de casa e voltava tarde, brigava até mesmo com meu pai, o culpava por ele ter permitido de ter feito tudo aquilo comigo, Hina eu não tive uma infância normal, eu não podia sair para brincar com outras crianças porque podia ficar doente, e eu tinha que ser saudável pra salvar a vida daquele infeliz, quando eu pedia para ele me proteger da Kushina ele me empurrava, quebrava os próprios brinquedos e colocava a culpa em mim, quando eu entrei na faculdade por um lado foi um alívio, ia ficar longe deles, mas por outro me aconteceu tudo aquilo que já te contei.

- Sobre a Sayuri - ela disse séria e eu assenti cabisbaixo.

- Depois dela eu conheci outras moças, e com as 4 primeiras foi a mesma coisa, eu conhecia, ele dava um jeito para me tirar, eu ficava irritado e com ódio, ia atrás dele e saíamos no braço, chegava a brigar feio com elas por estarem dando brecha para ele se aproximar, e muitas das vezes acabava em tragédia, agressões e palavras nada singelas.

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