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- É impossível, Cris... - Dulce reclama, sentada no sofá da casa do amigo após deixarem as malas no chão.
- Não só é possível como nós nos falamos. Ele falou que voltou pra ficar. - Cristian disse a olhando.
- Ele falou alguma coisa... ele perguntou... sobre os e-mails? - ela estava curiosa, não sabia se ele havia lido os e-mails e não queria a filha ou se ele nem sabia que era pai.
- Não, Dul. Desculpa. - ele lamentou. - Eu pensei em falar, mas como você estava chegando, eu acho que seja algo seu.
- Tudo bem. Eu na verdade pretendo procurar ele... - sorriu pensativa. - Acho que ele tem que saber. Que bom que ele está por perto e fica mais fácil encontrar ele agora.
- Com certeza, ele precisa saber. Ela nunca perguntou sobre o pai? - olha Isadora brincando com o gato de estimação dele.
- Já sim. A cada oportunidade ela pergunta. E eu tento ser o mais honesta possível.
- E a sua mãe?
- Nem me fala. Vou no hospital ver ela hoje, vai ser difícil. - suspirou.
- Você é uma boa filha. Depois de tudo, se fosse minha mãe, eu não sei se teria a mesma atitude.
- São os últimos dias dela, segundo o médico. É impossível não ter pena. Compaixão... - os olhos se encheram de lágrimas.
- Eu posso ficar com a Isa pra você, hoje eu não vou trabalhar, e vou ficar e curtir a baixinha.
- Seria ótimo. - sorriu e abraçou o amigo.

Dulce estava nervosa por ver a mãe depois de tanto tempo, não sabia se ela ainda estava consciente, se a reconheceria ou se a receberia feliz. Ela também não estava feliz em reencontrar a mãe em tais circunstâncias, queria ter tido sua mãe junto dela durante a gravidez, durante a vida da filha. Queria poder contar sobre cada vitória de suas vidas, assim como também gostaria de ter o colo da mãe para chorar a cada problema enfrentado. Gostaria de poder ligar para a mãe a cada dúvida que tinha sobre a filha. Mas a mãe bloqueou todos os seus números de telefone, mudou de endereço e nunca a procurou. Foi uma escolha de Blanca.

- Ela está no quarto 301, a senhora pode me acompanhar. - disse a auxiliar de enfermagem, levando Dulce até o quarto. - Fique a vontade.

Nossa menina - VONDY (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora