-A gente devia ter impedido... - Comentou Kim Yulchan, pensativo em meio a música alta.
-Teriam nos trucidado. - Respondeu Zitao, dando um gole na sua cerveja. - Mas eu trucidava de volta... - Suspirou.
A dupla de chineses estava encostada em uma parede qualquer de frente pra escadaria da casa grande de Yulchan. Ele só pensava em como limparia toda essa bagunça sozinho com Tao. Bebericavam alguma cerveja barata e se sentiam péssimos quase-amigos para Chanyeol. Quer dizer, deviam proteger o novato virjão das maldades de Seungwoo e seus capangas, certo? Agora o garoto deveria estar desesperado em um quarto com Baekhyun, que sim, é bonito, fofo e gentil, mas ainda assim, não está 100% sóbrio.
-Tao, vamo fazer alguma coisa. Os coitadinhos não são obrigados a fazer isso, é uma tradição ridícula.
-Fala isso pros caras, não pra mim! Porque não podemos só dar boas vindas com um shot ou uma ovada? A nossa tradição é errada em milhares de níveis, Yul! - Seu sotaque era forte, o americano e o restante das pessoas achavam fofo. Mas o Huang podia ser perigoso. Era o que ele queria.
Yulchan deitou a cabeça no ombro do mais baixo - Que insistia que a diferença era mínima - E suspirou, dando mais um gole na bebida. Eles ficaram em silêncio por algum tempo, não sabiam o quanto. O tempo parecia não passar, e já não sabiam se era efeito do álcool, ou da presença alheia.
Ergueram as cabeças quando escutaram a cama ranger, e em seguida, gemidos. A cabeceira batia na parede com força, sendo capaz de se ouvir até mesmo com a música alta de fundo.
O chinês e o americano se olharam, com os olhos arregalados. Aquilo não podia ser possível. A voz grossa de Park Chanyeol foi ouvida, em um gemido longo, e logo, eles concluíram que não podiam estar em si.
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Baekhyun segurou a gargalhada enquanto pulava na cama. Olhou o Park, que forçava o corpo contra a parede e imitava alguns gemidos, com lágrimas nos olhos por segurar a risada. Nenhum dos dois valia um centavo sequer.
-Acho que eles estão acreditando! - Riu o Byun, baixinho.
Chanyeol apenas concordou com a cabeça e voltou a investir contra a parede e gemer falsamente, sendo acompanhado pelo mais velho.
A ideia havia sido do loirinho, que tinha achado muito divertido mostrar aos babacas do time o quanto o novato era desejado e se quebra, bom de cama. Mas tudo na base da falsidade. Enganar caras ruins era o passatempo preferido de Baekhyun.
O outro aceitou de bom grado, afinal, não se sentia bem o suficiente para precisar dos conselhos de sua querida dona Do, terapeuta sexual no momento. E adorava pegadinhas. Sentia-se no filme "A Mentira", e praguejou mentalmente por passar tanto tempo vendo clichês com Kyungsoo.
Ele estava se divertindo tanto com Baekhyun que nem viu o tempo passar. Era o que acontecia quando estava com o mais baixo. Quando deu por si, o outro se jogava na cama se maneira exagerada, depois de tanto pular e pular.
-Gozei. - Disse e riu, arrancando uma gargalhada do Park, que fez o mesmo, deitando ao seu lado, com a cabeça virada para os seus pés. - Foi ótimo Chan, você é muito bom.
O jogador de basquete riu, se apoiando nos cotovelos para ver o rosto do menor. Estava suado e bagunçado, como se realmente tivesse transado por alguns bons minutos.
-Eu sei, obrigado. Você também foi uma delicinha, Baek. - Os dois riram novamente, e o Park mordeu o lábio. - Obrigado...de verdade. Sabe...Por me salvar deles.
-Tsc. - Baekhyun deu de ombros, sorrindo quadrado. - Por algumas pessoas vale a pena uma mentira ou duas, né? É uma tradição babaca, de qualquer jeito. - Piscou, fazendo Chanyeol sorrir bobo.
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Três Dígitos • Kaisoo
أدب الهواة[Em andamento] Do Kyungsoo já estava acostumado a passar dos três dígitos. Não é sobre as reticências quando faz suspense de algo, sobre seu Q.I ou até mesmo sua altura. Kyungsoo poderia dizer com propriedade que toda vez que olhava na balança...