Capítulo 4

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"Isso é vida real?
Isso é só fantasia?
Preso em um desmoronamento
Sem escapatória da realidade
Abra seus olhos
Olhe para os céus e veja
Eu sou um podre garoto
Eu não preciso de compaixão
Porque eu venho fácil, vou fácil
Um pouco alto, pouco baixo
Qualquer caminho que o vento sopre
Não importa realmente para mim"
Bohemian Rhapsody, Queen

JUAN GUILHERME

Eu ainda estava no local de reuniões, e juntamente comigo, Pablo e Iñigo. Meu irmão se mantinha preso em seus pensamentos, enquanto meu amigo não economizava nas palavras.

— Só de pensar que daqui poucos dias perderei meu companheiro de farra, já sinto vontade de correr para mais um porre. — Diz Iñigo.

— E quem disse que um casamento vai me privar de curtir minha vida? — Sorrio contido após questionar. — Só na sua cabeça de merda isso pode ser possível.

Pablo limpou a garganta, lembrando-nos que ele ainda estava ali.

— Sem querer cortar o barato. — Estendeu a mão, indicando para que eu pegasse o papel que segurava. — O número do celular da sua noiva, assim como me pediu. — Aceitei o que meu irmão me oferecia e guardei no bolso do paletó.

— Mas tarde eu ligo! — Comunico, nada empolgado com a ideia.

— Acho melhor ligar agora. Essa coitada tem que se preparar para aguentar a bomba que é você. — Meu amigo debocha, entre gargalhadas nada discretas.

— Não sou bomba nenhuma. — Repreendo, fechando a cara. — E se você disser mais alguma palavra sobre isso, irei esquecer da nossa amizade. — Saio da sala de reuniões totalmente desapontado, e me dirijo até a saída.

— Para onde vai senhor? — Pergunta Marcelo, meu motorista, se posicionando para abrir a porta do veículo para que eu o adentrasse.

— Lugar de sempre. — Respondo secamente, antes que ele fechasse a porta e arrodeasse o carro para acomodar-se no banco do motorista e iniciar o percurso.

Deixei minha cabeça cair no encosto do banco, em seguida peguei o pequeno papel com o número de celular de Bethany, e por um longo período me mantive fixado nele. Tanto que acabei decorando-o. Tirei meu celular de meu bolso e disquei o número, ficando mais algum tempo a encará-lo, dessa vez, na tela clara do aparelho, até que a coragem exalou em mim e fui capaz de completar a ligação.

O telefone chamou várias vezes antes de ser atendido.

Alô. — Fiquei em alerta, ao ouvir uma voz nada parecida com a de minha futura esposa.

— Quem está falando?

Eu quem...

— Escuta... — interrompo. — A única coisa que quero saber, é se esse número de telefone é da Bethany. — Consigo ouvir um sopro de ar nada simpático do outro lado da linha.

Você liga com um número privado e quer que eu saí gritando aos sete ventos o nome do proprietário dessa linha telefônica? — Consigo identificar que o timbre de voz se parecia com o de Aurora. Deve ser ela afinal. — Está louco ou o que?

— Não estou louco, mas com esse timbre irritante, é provável que eu fique. — Suspiro fundo antes de revelar minha identidade. — Aqui quem fala, é Juan Guilherme Córdoba, e espero que sua querida prima, possa me atender o mais rápido possível.

Alcance de Seus Olhos - Série Aviesta Cyviliestión | LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora